O livro mostra o apoio da Igreja aos militares em 1964. Afinal, em tempos de Guerra Fria, eles tinham um inimigo comum: o comunismo ateu. "Em maio de 1964", diz o historiador, "um manifesto assinado por 26 bispos da CNBB em linhas gerais agradecia aos militares por ‘salvarem’ o paÃs do perigo iminente do comunismo".
Aliás, no dia do golpe, Dom Paulo Evaristo Arns, que terminou sendo um dos heróis da resistência contra a ditadura, deslocou-se de Petrópolis, RJ, onde morava, para abençoar a chegada das tropas golpistas do general Mourão Filho.
Quatro meses depois, em setembro de 1970, Igreja e Estado trocaram de mal para valer com a detenção por quatro horas de dom AloÃsio Lorscheider, secretário-geral da CNBB.