Os defensores do patrimônio histórico-cultural em Niterói tiveram dois bons motivos para festejar a data de 06 de janeiro de 1996. De uma só vez, o então prefeito João Sampaio sancionou as Leis 1.477 e 1.478/95 (27 de dezembro de 1995), tombando o Palácio Arariboia e a Igreja de São Domingos, respectivamente.

Erguida na Rua Alexandre Moura, em São Domingos, a igreja que deu nome ao bairro originou-se de uma pequena capela, construída em 1652.

Construído por determinação do prefeito João Pereira Ferraz em 1907, o Palácio Arariboia, por sua vez, depois que deixou de ser a sede do Executivo municipal, vinha ao longo das décadas sofrendo sucessivas descaracterizações. "A preservação da antiga sede do Governo municipal é extremamente necessária, porque agora se evitará as pequenas modificações que vinha sofrendo ao longo dos anos", justificou na época o vereador Marcos Gomes, responsável pela lei municipal que regulamentou a preservação dos dois edifícios históricos.

De acordo com ele, a Igreja de São Domingos "faz parte da identidade histórica-cultural do niteroiense, e constitui-se num patrimônio importante no contexto da cidade". Em 1897 a pequena capela foi deixada de lado e novas instalações foram iniciadas, porque a antiga fora praticamente destruída. A conclusão da igreja aconteceu em 1900 e dois anos depois ela foi inaugurada. E em 1929 finalmente era criada a Paróquia de São Domingos, sofrendo nova reforma em 1938, com a troca do piso de madeira por granito e mármore.

Palácio Arariboia

A pedido do prefeito João Ferraz, conta a história, foi construído o majestoso edifício que seria destinado à instalação da Prefeitura e a Câmara de Niterói. Começava então a história do Palácio Arariboia.

Construído no antigo Largo do Pelourinho, depois Largo do Capim, a obra gerou alguma polêmica na cidade por inviabilizar um histórico ponto de convivência das cidade. No local, foi instalada, em 1819, a primeira Câmara Municipal da então Vila Real de Praia Grande.

Em 1908 foi enfim aberta a concorrência para sua construção, vencida pelo arquiteto Carlos Rossi. A pedra fundamental do prédio foi lançada em 13 de maio de 1909 e a inauguração se deu a 14 de agosto de 1910, sem nenhuma solenidade. No período de sua instalação houve o rompimento político entre o Executivo e o Legislativo, e só a Prefeitura ocupou o prédio.

O título de "Palácio Arariboia" foi dado apenas em 1971, por meio de uma lei aprovada pelo vereador Sérgio Chacon de Assis.

Em 1986, a prefeitura de Niterói adquiriu um prédio na rua Visconde de Sepetiba, transferindo para lá a administração municipal, ficando o Palácio como sede da Secretaria de Fazenda.

Sob o comando do então presidente da Fundação de Arte de Niterói e restaurador Cláudio Valério Teixeira, o prédio recebeu em 1998 uma grande obra de restauro. As obras tiveram por objetivo resgatar as formas e pinturas originais do edifício.

No período compreendido entre 1943 e 1997, as instalações do Palácio foram modificadas. Diversos cômodos com divisórias foram construídos, dificultando ainda mais o trabalho de restauração. Por conta dessas reformas, diversas janelas foram quebradas, os desenhos do teto, apagados, e a cor das paredes foi trocada.

Além da obra de reconstrução, o jardim do Palácio foi modificado e o prédio ganhou um ar-condicionado central. Para realizar a restauração, a Prefeitura desembolsou cerca de R$ 900 mil.


Leia também:
Palácio Araribóia (Prefeitura Velha).
O Largo do Capim e a sede da Prefeitura.
Igreja de São Domingos Gusmão (Depac).


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Publicado em 29/04/2025

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