Idade Média, trovadores, cruzadas e renascença. Essas são algumas das imagens que vêm à mente quando se trata da sensibilidade musical, artística e de pesquisa do conjunto de Música Antiga da UFF. Especializando-se na linguagem da música medieval e renascentista, adquirindo novos instrumentos, partituras e conhecimentos necessários à qualidade de suas performances, o grupo possibilita a quem ouve suas canções uma viagem a outras épocas, daquelas que são conhecidas apenas pelos livros de História. Em 1992, o grupo lançou um álbum pelo Selo Niterói Discos.

O conjunto nasceu em 1982, através do incentivo do maestro Roberto Duarte a um grupo de jovens integrantes do primeiro Coral da UFF. O que começou como um quarteto de flautas voltado para composições da Idade Média e da Renascença europeias logo ganhou o reforço de outros músicos e, em 30 de junho daquele ano, estreou no antigo palco do Cine Arte UFF com sua primeira formação: Márcio Paes Selles, Lenora Pinto Gomes, Claudia Castilho, Giomar Sthel, Sheila Hansen e Wladmir Caetano. Outros músicos passaram pelo conjunto até 1984, ano em que foi contratado pela UFF já com a formação atual (Lenora Pinto Mendes, Leandro Mendes, Márcio Paes Selles, Mário Orlando e Virginia Van der Linden).

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O Conjunto de Música Antiga da UFF nasceu em meio a um movimento de valorização da música antiga, que surgiu no início do século XX e, no Brasil, intensificou-se no pós-guerra, quando o país recebeu muitos imigrantes europeus. Esse movimento teve um boom na década de 80, com a criação de conjuntos em todo país.

Com o apoio da universidade, os integrantes do Música Antiga puderam se dedicar aos estudos de repertório, à utilização correta dos instrumentos antigos e a pesquisas sobre a vida de vários compositores. Além disso, tiveram a oportunidade de fazer cursos de especialização em instituições da Europa.

Em 1984, a contratação de músicos pela universidade possibilitou a dedicação quase exclusiva ao estudo das obras. Por meio de doações da Funarte e do Consulado da Alemanha, o Música Antiga pôde expandir seu repertório com a aquisição de réplicas de instrumentos, como alaúde, viola da gamba e krummhorn.

O grupo realizou inúmeros concertos no Estado do Rio de Janeiro, destacando-se, na capital, a Sala Cecília Meireles, e em Niterói, no Teatro Municipal. Realizou ainda diversas turnês pelo país, em cidades históricas como Ouro Preto e São João Del Rey – MG, e Petrópolis - RJ. Além de Porto Alegre, Cachoeira do Sul e Santa Maria, no Rio Grande do Sul, São Paulo, Jacareí, Rio Claro e Lorena, no estado de São Paulo, Belo Horizonte - MG; Caruaru - PE e São Cristóvão - SE.

Em 1992, o grupo lançou o LP “Cantares de amor, suspiros e cuidados”, reunindo oito belas obras dos Cancioneirinho de mão, encontrado pelo musicólogo Joaquim Manuel, na Biblioteca Pública Hortênsia, em Portugal, e por ele publicado em Coimbra, em 1940.

Em maio de 1999, o grupo realizou uma turnê pelo Norte e Nordeste do país. Produziram e participaram da Mostra de Música Antiga de Niterói, em 1985, do evento Música Antiga, no Paço Imperial, em 1987, do I e II Encontro de Música Antiga da UFF, em 1990 e 1991, e do Encontro UFF de Violas da Gambá, em 1993. Integram ainda o disco Fernando Pessoa, produzido pela UFF, em 1984.

O Conjunto também gravou a trilha sonora do curta-metragem “Roberto Rodrigues”, com direção de Tunico Amâncio, e realizou, com o mesmo diretor, dois videoclipes com músicas de Henrique VIII, Blow Thy Horn, Hunter e Pastime with good company, entre 1985 e 1986, exibidos pela TVE e apresentados no V Encontro de Música Antiga de Curitiba (1987). No currículo do grupo também está a execução da trilha do espetáculo teatral “Fiorina”, indicada ao prêmio Coca-Cola de Melhor Música.

O grupo já realizou mais de mil apresentações nesses 31 anos de estrada pela UFF. Entre os trabalhos e apresentações, estão a gravação de sete CDs temáticos e de um LP, que já somam mais de 15 mil cópias vendidas. “Lope de Vega - Poesias cantadas”, “Cânticos de amor e louvor”, “Música no Tempo das Caravelas”, “A chantar - Trovadoras medievais”, “O Canto da Sibila”, “Medievo Nordeste” e o mais recente “Carmina Burana”.




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