Criado em setembro de 1991 com o lançamento do LP da lendária banda "Os Lobos", o selo institucional Niterói Discos da Prefeitura de Niterói, ganha novo gás com a nova gestão da Fundação de Arte. E entre as novidades anunciadas, está a nova sede do selo que será na Biblioteca Parque, recém municipalizada pela prefeitura, local onde o selo pretende ampliar a interação da população com o acervo construído ao longo de sua história.

Inspirada no projeto de dois músicos e produtores da cidade, Geraldo Brandão e Ézio Filho, a Niterói Discos nasceu com o objetivo de oferecer aos artistas da cidade um instrumento de qualidade para a divulgação de seus trabalhos. Para seus idealizadores, o importante era dar visibilidade ao que estava surgindo de novo na cena musical niteroiense e resgatar a história de artistas que levaram o nome da cidade para todo o Brasil.

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Logo nos primeiros meses, o selo lançou trabalhos de artistas como Bia Bedran, Saloon & Cia, Ricardo Giesta, Zé Neto, Paulinho Guitarra, Ronaldo do Bandolim, Alex Malheiros e Zé Katimba, além de tradicionais projetos escolares como a Banda de Música do Colégio Salesianos e o Coral do Centro Educacional de Niterói.

E os resultados não demoraram a aparecer. Já em 1992, três artistas do selo foram indicados ao prêmio Sharp da Música Brasileira: Julio São Paio, como revelação masculina; Andrea Dutra, revelação feminina na categoria pop-rock; e Sérgio Nacif, melhor arranjador instrumental.

Premiado em 2011 na Festa Nacional da Musica, na cidade de Canela, no Rio Grande do Sul, como o principal selo institucional do Brasil, um dos momentos marcantes dessa história, foi o Festival Niterói Discos, realizado em 2010 no Abrigo de Bondes. Com a participação de 25 artistas, o Festival deu origem a 5 coletâneas de diversos gêneros. E a segunda edição desse Festival, é um dos compromissos do novo diretor do selo, Tavinho Torreão.

"Queremos nessa gestão, construir uma relação mais direta com o artista, revitalizando as redes sociais, criando programas de audiovisual e reativando projetos de sucesso do selo, como Palco Niterói Discos e Retratos Sonoros. Vamos promover de forma institucional e coletiva, a integração do artista com as plataformas digitais de distribuição gratuita de música, como Spotify, Deezer, Apple Music, YouTube, ente outros", nos conta Torreão.

Para futuros lançamentos, a Niterói Discos pretende criar um aplicativo com todo o conteúdo biográfico de cada artista, como clips, músicas, letras, releases; oferecendo acesso exclusivo por meio de um cartão musical com QR Code, que levará o público diretamente às plataformas. "Uma inovação do mercado, esse cartão pode ser vendido em shows e eventos do artista, substituindo o CD. Passamos pelo vinil, pelo CD e agora vamos entra com força total na era digital", complementa o diretor do selo.

Segundo o presidente da Fundação de Arte de Niterói, Marcos Sabino, a ideia, nesse novo ambiente da indústria musical, é modernizar as ações e estimular a produção com o uso das ferramentas digitais. Mas com um olho no futuro e outro na tradição. "Penso numa compilação de artistas e bandas de rock da cidade no velho formato em Vinil, que tem seu espaço segmentado. Em comemoração aos 30 anos do selo, estamos também lançando um novo catálogo, com todos os projetos desde 1991, são 200 artistas contemplados. A Niterói Discos é um projeto reconhecido e copiado até no exterior, e com ele vamos continuar mapeando e estimulando a cena musical da cidade", completa Sabino.








Publicado em 15/03/2021