As janelas do solar, em madeira de pinho de riga, possuem verga reta, caixilhos envidraçados em sistema de guilhotina, parte superior composta por bandeira de vidros vermelhos e verdes, com desenho em formas curvas, assemelhando-se a um cálice. Possuem, ainda, folhas internas almofadadas que, em sua maioria, encaixam-se perfeitamente nas espessas alvenarias.

Destacam-se os panos de peito, revestidos com lambri almofadado e aduelas frisadas, encaixadas com precisão nos rodapés que circundam a edificação internamente. As portas externas seguem a mesma tipologia das janelas, e as internas são compostas de folhas almofadadas e bandeiras de vidro. No vestíbulo social, distinguem-se os vãos com vergas curvas, pilar central, largas aduelas circulares e bandeiras com treliças rendilhadas, formando uma bífore. Esta última descrição trata-se de uma intervenção originária da reforma empreendida em 1920, revelando claramente a influência orientalista, típica desse período.

Uma análise criteriosa indicou profundo ataque de cupins de solo e de madeira seca nas esquadrias, concentrado, especialmente, nos batentes e nos lambris. Vários vidros encontravam-se quebrados e algumas folhas deformadas. As superfícies das esquadrias - pintadas ou envernizadas - estavam bastante desgastadas e as ferragens existentes encontravam-se em mau estado de conservação.







Intervenção:

As folhas das esquadrias foram retiradas e passaram por um processo mecânico de remoção das sucessivas camadas de tinta, com o uso de soprador termo-elétrico. As peças comprometidas foram substituídas por novas, de mesmas dimensões e tipologia. Tendo em vista o grande número de vãos existentes, esse trabalho demandou enorme empenho e longo período de intervenção, sendo realizado integralmente em oficina instalada no canteiro de obras, e acompanhado minuciosamente pela equipe técnica responsável pela restauração.

As esquadrias faltantes foram confeccionadas e instaladas seguindo os padrões de tipologia e dimensões existentes. Para garantir a integridade das peças, foi aplicada uma camada de selador antes do acabamento final de pintura, no pavimento superior, e de verniz, no térreo. As ferragens existentes foram submetidas a processos de limpeza, remoção de pintura, tratamento de banho de cobre e pátina, na cor bronze antigo. Novas ferragens foram fundidas, de tipologia idêntica às originais, para completar as partes faltantes.












Publicado em 10/06/2013