Uma exposição de fotografias organizada pela curadora Teca Nicolau, permitirá ao público da Sala Carlos Couto, no período de 16 a 30 de março de 2011, um passeio pelo interior e exterior dos teatros tombados pelo patrimônio histórico do país. A visitação pode ser feita de terça a sexta, de 10h às 18h; sábados, domingos e feriados de 15h as 18h. A abertura acontece no dia 15, às 19h.
Já estão confirmadas as presenças do Diretor Artístico do Teatro Deodoro, da Diretora Artística do Teatro Castro Alves, do Secretário de Cultura do Teatro de Pirenópolis e do Diretor do Teatro Arthur Azevedo.
Convite
Em seu primeiro mandato como Prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira convidou-me para coordenar a restauração do nosso histórico Teatro Municipal João Caetano. Na época, formamos um grupo de jovens arquitetos, liderados por Regina Pontin de Mattos, que mais tarde se consolidaria no Núcleo de Conservação de Bens Culturais de Niterói, quando tivemos a oportunidade de realizar outros projetos de restauração como o Solar do Jambeiro, a Igreja de São Lourenço dos Índios e Capela de São Pedro do Maruí, bens tombados pelo IPHAN, mas que necessitavam de urgentes obras de recuperação.
Restaurar um teatro histórico não é apenas cuidar de suas edificações e sanar seus problemas estruturais, mais que isso, é restituir a essas antigas casas de espetáculos condições modernas de funcionamento, resgatando assim suas funções primordiais; é adequá-las a sistemas modernos de iluminação, ar-condicionado e segurança, interferindo minimamente em seus aspectos históricos.
Essa exposição, organizada pela Sala Carlos Couto, do Teatro Municipal de Niterói, vem em boa hora reunir exemplos marcantes e expressivos de Teatros Monumentos de várias regiões de nosso país, demonstrando que o Brasil possui vasta e rica memória, ao contrário do que muitos teimosamente continuam propagando.
Possuímos um rico acervo arquitetônico; uma imensa massa documental; um excepcional acervo de pinturas e esculturas; a arte sacra que repousa em nossas igrejas; um barroco que extrapola em muito aquele nascido nas cidades mineiras - como o que se pode encontrar na baixada fluminense, tão pouco estudado e ainda tão pouco conhecido, apesar das esforços de Marcos Monteiro.
Como pode ser visto na presente exposição, nossos teatros históricos são a a prova incontestável de nossa riqueza patrimonial, demonstrando claramente que mais investimentos na área de preservação de bens culturais são primordiais para que o país possa salvar sua imensa memória e construir definitivamente sua identidade.
Cláudio Valério Teixeira
Secretário de Cultura de Niterói
Teatro Alberto Maranhão, Natal – RN
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O Teatro Alberto Maranhão é monumento tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Rio Grande do Norte. Conserva ainda linhas e elementos da arquitetura francesa do final do século passado. Sua construção teve início em 1898 obedecendo à planta do engenheiro José de Berredo, no Governo Ferreira Chaves, sob a direção do major Theodósio Paiva. Em 1988 a Fundação José Augusto iniciou uma nova reforma, incluindo camarins, salão nobre, jardim, plateia e palco, buscando restaurá-lo, sob supervisão técnica da Coordenadoria de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado com recursos da Fundação Banco do Brasil.
Teatro Arthur Azevedo, São Luiz – MA
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Segundo mais antigo do Brasil, foi fundado com o nome de Teatro da União por dois comerciantes portugueses em 1817. No projeto original, o teatro se estenderia até o Largo do Carmo, mas acabou reduzido por um veto da Igreja. Baseado no chamado teatro de plateia italiano, em formato ferradura, a Casa tem o estilo neoclássico e capacidade para 750 espectadores, distribuídos em 4 andares. Apenas em 1922 ganhou o nome atual. Ao longo dos seus 187 anos, essa importante casa de espetáculos enfrentou inúmeras crises, resistindo ao tempo, mantendo seu inegável valor histórico, artístico e cultural e firmando-se como patrimônio de todos os maranhenses.
Teatro Castro Alves, Salvador – BA
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Inaugurado em 1967, o Teatro Castro Alves – TCA firmou-se como um dos teatros mais importantes e arrojados do Brasil. Seu projeto arquitetônico, de Bina Fonyat e Humberto Lopes, recebeu menção honrosa na 1ª Bienal de Artes Plásticas de Teatro em São Paulo em 1957. Após duas décadas de funcionamento, foi fechado para reforma e reinaugurado em 1993. Desde 2007, foram desenvolvidas ações de diagnóstico e projetos para atender demandas técnicas, acústicas, de intervenções físicas, de redistribuição e de preservação do Complexo que culminaram na realização, em 2010, do Concurso Público Nacional que selecionou o Anteprojeto Arquitetônico para Requalificação e Ampliação do TCA.
Theatro da Paz, Belém – PA
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Considerada uma das maiores casas de espetáculo do Brasil, o Theatro da Paz, situado em Belém/PA, foi inaugurado em 15 de fevereiro do ano de 1878. Sua arquitetura foi baseada no Teatro Scalla, situado em Milão (Itália), sendo destacado o estilo neoclássico em todos os seus detalhes. Compõem ainda a decoração do prédio, várias peças vindas de países como a França, Inglaterra, Bélgica, Itália e Estados Unidos, entre outros. Grandes apresentações se sucederam ao longo dos 133 anos do magnífico Theatro da Paz, que atualmente apresenta-se restaurado conforme os padrões originais, de modo a aliar o moderno e o histórico, sem, no entanto, descaracterizar todo o esplendor de sua autenticidade.
Teatro de Sabará, Sabará – MG
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A construção do prédio atual teve início em 1818 e sua inauguração oficial em 02 de Junho de 1819 por ocasião das festas comemorativas do nascimento da Sereníssima Infanta Dona Maria da Glória, Princesa da Beira. Um dos fatos mais interessantes na história do Teatro de Sabará foi a constante participação do povo, tanto na construção do prédio como em sua manutenção durante quase um século de ofício. Aos poucos os cotistas proprietários foram doando suas ações à Santa Casa de Sabará que mantinha a maioria das cotas na ocasião de seu tombamento.
Teatro Deodoro, Maceió – AL
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Construído sob inspiração neoclássica, de estilo eclético e inaugurado, no dia 15 de novembro de 1910. A festa, que reuniu a alta sociedade alagoana, artistas e intelectuais, integrou a programação cívica das comemorações do 21º aniversário da Proclamação da República dos Estados Unidos do Brasil, com desfile de estudantes e militares pelas ruas centrais de Maceió. Estava, assim, concluído o mais significativo monumento, complexo de praça e teatro, do imaginário republicano em Alagoas. Lucila Perez e Antônio Ramos foram os primeiros atores a representar no palco do Teatro Deodoro. O programa da festa de inauguração do Deodoro prestigiou o teatro local, com a montagem do diálogo "Um Beijo", do alagoano J. Brito, e o teatro e a política nacionais, com a peça "O Dote", de Arthur Azevedo. A única casa de espetáculos de Maceió, misto de templo das artes cênicas e palácio do povo, completou 100 anos testemunhando a sensibilidade e a mentalidade alagoana.
Theatro José de Alencar, Fortaleza – CE
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Inaugurado a 17 de junho de 1910 incorpora um jardim projetado pelo paisagista Roberto Burle Marx e o Centro de Artes Cênicas do Ceará – Cena, anexo à edificação histórica. O teatro-monumento, tombado em 1964 pelo atual Iphan, é constituído por duas edificações ligadas por um pátio interno. O bloco frontal, em estilo neoclássico e a sala de espetáculos, em estilo Art Nouveau, com estrutura metálica trazida de Glasgow, Escócia. As pinturas artísticas têm vários autores brasileiros: Jacinto de Matos, João Vicente, José de Paula Barros, Rodolfo Amoedo e Ramos Cotôco. O primeiro grande restauro, finalizado em 1975, ampliou o TJA com o jardim de Burle Marx. No segundo grande restauro, finalizado em 1991, Burle Marx refez o projeto de jardim e um anexo foi incorporado. O Theatro José de Alencar é um dos cinco teatros jardins do mundo.
Teatro Municipal de Niterói, Niterói – RJ
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Segundo muitos historiadores, o teatro brasileiro nasceu no então pequeno palco da Rua XV de Novembro, em 1827, quando João Caetano estreou ali sua Companhia Dramática Nacional. Em 1842, ele adquiriu a casa e a transformou no Teatro Santa Teresa. Após a morte de João Caetano, em 1863, o teatro entrou em decadência e quase veio a ruir. Durante décadas passou por sucessivas reformas que acabaram por descaracterizar o projeto original, de inspiração neoclássica. De 1991 a 1995, o teatro passou por sério trabalho de restauração, sendo reinaugurado em 19 de dezembro de 1995. Com capacidade para 400 pessoas, o Teatro Municipal de Niterói ganhou o que há de mais moderno em equipamentos de segurança e conforto. O teatro tem sido palco de sucessivas estreias nacionais.
Teatro Municipal de Ouro Preto, Ouro Preto – MG
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Construída em 1769, por João de Souza Lisboa, a Casa da Ópera de Vila Rica, hoje Teatro Municipal de Ouro Preto, foi inaugurada em 06 de junho de 1770 para o aniversário do Rei Dom José I. É o mais antigo teatro em funcionamento na América Latina. Seu construtor se preocupou em formar um bom elenco, trazendo artistas de várias cidades, movimentando o teatro com vasto repertório. O poeta Cláudio Manoel da Costa foi um dos dramaturgos que mais contribuíram para o sucesso da casa. A decoração do alto do proscênio é uma pintura sobre madeira, com símbolos que nos remetem à comédia, à tragédia e à música.
Teatro de Pirenópolis, Pirenópolis – GO
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O Teatro de Pirenópolis, um dos mais importantes prédios históricos do Estado, foi fundado em 1899 graças ao esforço de um homem simples e sua família. O lavrador Sebastião Pompeu de Pina contou com a ajuda da comunidade para construir o teatro. Outra valiosa ajuda foi de sua esposa Maria D`Abadia Mendonça Pina, que fez rifas e vendeu biscoitos para arrecadar dinheiro para a obra. Após a morte de seu fundador transformou-se em residência. Voltou a funcionar em 1990.Sete anos depois, porém, foi interditado pela Justiça porque sua condição precária representava perigo para o público. Tombado como patrimônio cultural, o teatro foi completamente restaurado em 1999.
Theatro São João, Lapa – PR
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O Theatro São João, obra de Francisco Therézio Porto Neto construída em 1876, era considerado símbolo do desenvolvimento cultural da Lapa. Sua inauguração foi marcada pela presença da atriz espanhola Peppa Ruiz. Construído a partir da iniciativa da Associação Literária Lapeana, teve autoria do projeto e construção de Francisco Therézio Porto Neto, primeiro engenheiro do Paraná. Não existe data histórica de sua inauguração, mas como foi encontrada a seguinte inscrição em um dos camarotes na primeira grande reforma em 1976: “Benedito e Alice, Isaías Lima Cruz, marceneiro, 1876,” e a Associação Literária foi fundada em 1873, e a visita de Dom Pedro II data de 1880, foi adotada esta data da inscrição do camarote como a mais provável: 1876”.
Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro – RJ
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O Theatro Municipal do Rio de Janeiro é fruto do sonho idealizado pelo dramaturgo Arthur Azevedo em fins do século XIX. Em 1903, o então prefeito do Rio de Janeiro, Francisco Pereira Passos, que realiza obras de remodelação no Centro da cidade, resolveu realizá-lo. Foi aberto concurso público (1904) para escolha de projeto arquitetônico para o prédio do Theatro e, entre sete concorrentes, dois empataram em primeiro lugar: Francisco de Oliveira Passos e Albert Ghilbert. O projeto escolhido foi o de Passos, mas resolveu-se fundir elementos dos dois projetos vencedores: fachadas de Ghilbert e interior e cobertura de Passos.
Theatro Santa Roza, João Pessoa – PB
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Inaugurado a 3 de novembro de 1889, o Theatro Santa Roza, localizado no Centro Histórico de João Pessoa, completou 120 anos em 2009 com ampla programação. A obra, na verdade, foi iniciada 16 anos antes de sua construção (1873), mas passou vários anos com suas instalações interrompidas. Somente em 1889, o então presidente da Província, Francisco da Gama Roza, resolveu concluir aquela obra que é considerada, até hoje, o grande marco de sua curta administração, que foi de apenas 6 meses. O nome Santa Roza, na verdade, é uma homenagem a Francisco da Gama Roza, pois era costume da época se homenagear o nome da autoridade política em fusão com o nome do santo correspondente, sendo esta uma forma de agradar também à Igreja Católica.
Teatro Santa Isabel, Recife – PE
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Em 18 de maio de 1850, a então província de Pernambuco entra numa nova fase da sua vida cultural com a inauguração do Teatro de Santa Isabel, hoje reconhecido como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A ideia de construir um teatro público no Recife partiu de Francisco do Rêgo Barros, o Barão da Boa Vista, que foi presidente da província de 1837 a 1844. O projeto foi elaborado e dirigido pelo engenheiro francês Louis Léger Vauthier. A inauguração da casa de espetáculo, cujo nome foi uma homenagem à princesa Isabel, aconteceu em 18 de maio de 1850 com a apresentação do drama O Pajem D'Aljubarrota, do escritor português Mendes Leal.
SERVIÇO
Exposição: Homenagem aos Teatros Monumentos do Brasil
Dia: De 16 a 30 de Março de 2011
Horários: de terça a sexta-feira, das 10h às 18h. Sábados, domingos e feriados de 15h às 18h
Ingresso: entrada franca
Local: Sala Carlos Couto - Anexa ao Theatro Municipal
Rua XV de Novembro, 35- Centro – Niterói
Tel. (21) 2620-1624