Indicado pelo Prêmio Sharp de melhor arranjador na categoria música instrumental, o tecladista Sergio Nacif lançou, em 1992, o disco que leva seu nome, pelo Selo Niterói Discos, braço fonográfico da Fundação Niteroiense de Arte (Funiarte). O álbum conta com sete faixas, entre elas "Genesis", "Choro para Tati", "Itaipu" e "Mantiqueira".
Nacif é um friburguense que viveu boa parte da vida em Niterói. Além de tecladista, é compositor e professor de harmonia e arranjo.
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Estudou piano com Vilmar Graça, 1978/1982; contrabaixo acústico com Ladislau Balek, 1974/1977 e composição, harmonia e arranjo com Ian Guest, 1979/1986. Dentre os grupos dos quais participou, destacam-se o "Duo Sergio Nacif & Josephina Carneiro" (1994/1998, teclados e flauta); "Catupyarama" (1996/1997), com Josephina Carneiro e Rotschild Miranda (flautas), Marco Túlio e Armando Bandeira (saxofones), Cláudio Moreira (trompete), Agnaldo Santiago (bateria) e Marco Aurélio (contrabaixo); "Samambaia" (1991/1992), com Virgílio Gomes (guitarra), Xandy Rocha (contrabaixo), Roberto Rutigliano (bateria); e "CIA Instrumental" (1988/1989), com Nelson Faria (guitarra), Idriss Boudrioua (saxofone), Jorge Helder (contrabaixo) e Vanderlei Pereira (bateria).
Nacif já tocou na Orquestra do Maestro Cipó, no Rio Jazz Orchestra, com Marcos Valle e com o grande baixista Tião Neto.
Uma obra que merece ser descoberta e figurar toda boa coleção, o álbum faz uma mesclagem sofisticada de música instrumental brasileira e jazz-funk, lembrando Azimuth, Toninho Horta, entre outros. O disco conta ainda com participações, entre outros, de Tião Neto (contrabaixo), Ciron Silva (violão de 7 cordas e cavaquinho), Yuri Popoff (contrabaixo), Lena Horta (flautas) e Nelson Faria (violão).
Crítica
"A presente gravação, composta de uma seleção contundente e diversificada das músicas de Sergio Nacif, põe em evidência a sua energia criativa; a elaboração dos arranjos instrumentais é coesa com os temas propostos. Estes são macrocélulas indivisíveis, de relevos melódicos vigorosos e harmonias densas, o que não impede a fluência e a sua assimilação fácil. Entretanto, o trabalho não fica nos limites da harmonização ou acompanhamento das melodias, apresentadas em climas e pulsações próprias. De fato, os temas não passam de propostas, quando comparados com a amplitude dos arranjos resultantes que os levam a paragens remotas e inesperadas. Não existe a divisão das tarefas compositor e arranjador mas há um som autêntico e lapidado que caracteriza os arranjos apresentados: partituras conscientes mas sempre subordinadas ao espírito espontâneo do compositor-arranjador e intérprete." Ian Guest