Em 1992, o selo institucional Niterói Discos, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura, lançou o álbum "Missa Brevis em Dó, K. 259", gravado em 24 de maio de 1991, na Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora por ocasião do bicentenário de morte do compositor Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791). A obra foi interpretada pelo Padre e organista Marcelo Martiniano Ferreira, acompanhado de um coro e um grupo instrumental regidos por M. Humberto Sodré Soares Filho.

O catálogo cronológico-temático da obra de Mozart, compilado por Ludwig A. F. R. Von Kocbel, classifica sob o número 259 a Missa brevis em Do M. Orgelsolo – Messe para 4 vozes mistas, 2 violinos, 1 violoncelo, 2 trompetes em Dó, 3 trombones (Tenor, alto e baixo), 2 tímpanos (dó e sol) e órgão.


Pe. Marcelo Martiniano Ferreira

Mineiro de Ponte Nova, Padre Marcello teve como professores de piano Helena Lodi e Arnaldo Estrela, com quem se diplomou na Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil (1964, Rio de Janeiro). Na mesma escola cursou Harmonia, contraponto e Fuga. Em 1970, diplomou-se Magistério em Órgão de Concerto com Ferniccio Vignanelli, no Pontifício Instituto de música Sacra (Roma). De 1972 a 1974 cursou cravo no Conservatório de Música de Santa Cecília (Roma) e em 1975 fez o curso de aperfeiçoamento de cravo na Academia Nacional de Santa Cecília (Roma), que foi realizado como prêmio de concurso com bolsa de estudo. De 1975 a 1976, aperfeiçoou-se em órgão na Schola Cantorum de Paris com Jean Langlais, diplomando-se também em órgão nessa escola.

Outros cursos e estágios de aperfeiçoamento: curso completo de Canto Gregoriano com Eugéne Cardine (Roma) e licença em composição (Roma); órgão na Escola Superior de Música (Munique, 1971-72); participação no curso de verão para o órgão em Haarlém, São Bavo (Holanda,1971 e 1972); participação no curso de verão para cravo em Perusa, Conservatório F. Morlacchi(Itália,1977 e 1978).

Em 1985, doutorou-se em Musicologia em Roma, apresentando tese sobre a origem e descrição dos órgãos das Sés de Favo (Algarve Portugal) e de Mariana (Minas Gerais), como sendo dois órgãos gêmeos de Arp Schnitger, enviandos ambos para Portugal nos inícios do século XVIII. Desde 1985 vinha mantendo contatos, em Colônia, com o Prof. Dr Hans Klotz (ex-aluno de Karl Straube em Lípsia) para a interpretação de peças características de Max Reger.

Atividades: atuações em concertos como solista de piano (concerto para piano e orquestra n.3 de S. Prokofieff e n. 1 de Villa-Lobos). Recitais de Cravo (Roma) pela Arcádia Romana, "Opera omnia" de G. Frescobaldi (órgão de Santa Maria Madalena) e concerto em Santa Maria "In Ara coeli" (Persua) na Sé; concerto "pro Friulli" no Santuário de São João Bosco (Cine-Città, em Roma); catedral de Faro(Algarve) e na igreja de São Vicente de Fora (Lisboa) etc.

No Campo da musicologia: estudo crítico da partitura autografa de 1783 de J.J.E. Lobo de Mesquita (Minas Gerais), traduzindo em três línguas (a tradução francesa é de Edouard Souberbielle, com quem manteve contatos sobre órgão no "Institut Catholique" de Paris para interpretação de peças de Charles Tournemire e de Maurice Duruflé).


Mozart Aproximou-se de Deus?

Por Dom Carlos Alberto Navarro Arcebispo de Niterói

A música clássica certamente encanta a alma, fazendo com que a criatura humana se eleve das coisas terrenas e aspire a um mundo mais puro e celestial. Muitos deixam de admirá-la por não haver quem as introduza neste universo espiritual e superior. Algumas das obras de Mozart são daquelas capazes de atrair a atenção até dos que dão os seus primeiros passos no terreno musical.

É verdade que alguns amantes da Música, infelizmente, não chegaram, através dela, a atinger a Deus, Beleza Suprema, Autor de toda a harmonia. Até que ponto Wolfgang Mozart se aproximou de Deus? Os autores divergem ao analisar a profundidade ou não do espírito religioso de Mozart. Seu pai, Leopoldo Mozart, lembrava a este jovem filho que “Deus deveria estar antes de todas as coisas”.

O fato é que aos 16 anos, na corte eclesiástica de Colloredo, príncip-arcebispo de Salzburg, Mozart dedicou-se à música sacra, compondo várias missas e ladainhas. A Missa em Dó-K259 foi escrita em dezembro de 1776, quando ele estava com 20 anos de idade.

A Missa é curta ("Brevis"), pois o Arcebispo gostava de cerimônias que não se prolongassem muito, como era costume em outros lugares. Quando completou 25 anos, o compositor rompeu com esta corte e foi para Viena, morrendo aos 235 anos, em 1791. Esperamos que, na eternidade, se tenha unido ao corpo celestial.


Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora

A Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora é um templo católico da cidade de Niterói, localizado no bairro de Santa Rosa, compondo o conjunto arquitetônico do Colégio Salesiano Santa Rosa. A basílica, de uma arquitetura majestosa, reúne dois tipos de traços arquitetônicos distintos perfeitamente combinados, o moçárabe e o gótico, e uma torre alta e vitrais. Tem o maior órgão de tubos da America Latina e o terceiro maior do mundo.

Foi erguida em dezembro de 1901 data do lançamento da Primeira Pedra, um ano anterior à inauguração do Monumento de Nossa Senhora Auxiliadora. A nova igreja substituiu a modesta capela construída pelo padre Miguel Borguino, no ano de 1884. Os ideais eram do Padre Luiz Anchieta, mas a construção ficou por conta do engenheiro italiano e salesiano Domingos Delpiano. Foi inaugurada no dia 24 de dezembro de 1918.

Órgão

O órgão de Brasílica de Nossa Senhora Auxiliadora foi inaugurada no dia 15 de abril de 1956. O órgão está distribuído em três tribunas diferentes e é formado por sete conjuntos. Atrás das fachadas esconderam-se cerca de onze mil flautas dos mais variados tamanhos. O número de registro é de 132. A “Console” ou a mesa principal dos teclados possui cinco teclados manuais, cada um com 61 teclas e uma pedaleira radial de 32 notas. Dentre os 32 monumentos turísticos de maior importância no Estado do Rio, o guia Michelin, de 11-XI-90, classifica com três estrelas o órgão da Basílica como monumento nacional imprescindível ao turismo.





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Ano: 1992
Álbum: Missa Brevis em Dó M, K. 259, de Wolfgang Amadeus Mozart

Intérpretes
Órgão: Pe. Marcelo Martiniano Ferreira
Regente: M. Humberto Sodré Soares Filho

Grupo vocal Aurélio Silveira, que atua como coro da Brasílica de Nossa Senhora Auxiliadora

Magali Borges - Soprano
Nadyr Alfonsi - Contralto
Rubem Geraldo - Tenor
Clayber Cova - Tenor
Marcos Teixeira - Baixo
Grupo preparado pelo prof. Aurélio Silveira

Grupo Instrumental

Cordas
Pérside Leal - 1º violino
Carmem Basck - 2º violino
Elio Vettorello - violoncelo

Sopros
Componentes da Banda Colegial - Salesianos
Enrique Maia Sanches - Trompete
Maico Viegas Lopes - Trompete
Leandro Nevez Lobo - Trompa
Marcio Meirelles - Eufônio
Paulo Américo C. Costa - Tuba
André de Oliveira Goes - Timpanos


Músicas

Lado A
01. Kyrie (Andante)
02. Glória (Allegro)
03. Credo (Allegro)

Lado B
01. Sanctus (Adagio Maestoso)
02. Benedictus (Allegro Vivace)
03. Agnus Dei (Adagio)


Ficha Técnica

Produção executiva: Ezio Filho e Geraldo Brandão
Direção artística: Ezio Filho e Geraldo brandão
Gravação e mixagem: Daniel Cheese
Assistente de gravação: Andree Duarte
Arte: Márcia Brandão e Ana Paula Guerreiro
Fotolitos: Artcromia
Fotos: Gustavo Stephan


Ficha Institucional

PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI
Prefeito: Jorge Roberto Silveira

FUNIARTE
Presidente: Luiz Antônio Mello

NITERÓI DISCOS
Direto Executivo: Ivan Macedo
Direção Artística: Chico Aguiar






Publicado em 12/07/2013