Cantor, compositor, violonista, guitarrista e percussionista, Antônio Quintella foi uma lenda musical. Seu primeiro contato com a música se deu aos seis anos de idade, e o primeiro prêmio veio logo aos 10, quando iniciou sua carreira profissional como vocalista do grupo "Os Streggas", que tocava Elvis Presley, Little Richard e Chuck Berry. Posteriormente, foi integrante do famoso grupo niteroiense "Os Lobos". Capitaneados por Dalto, Cássio Tucunduva e Quintela, esse grupo tem uma história extensa, que ultrapassa a adoração pelos Beatles e Rolling Stones e passa pela revolução psicodélica. A banda, que chegou ao primeiro lugar no 'hit parade', em 1968, com o compacto Fanny, gravou seu primeiro LP, pelo selo Discobertas, "Miragem", lançado em 1971, um verdadeiro sucesso dos anos 70.

Grande fã dos "Byrds" e com certo caráter místico e ligado às filosofias orientais, Antônio Quintella, foi peça primordial para o tom psicodélico da banda. Em entrevista para o jornal O Globo em 2011, o cantor contou que tinha visões quando criança e acabou evoluindo para a filosofia iogue. Pensava em ser monge, mas não levou a ideia à diante.

Depois de ganhar em 1970 o Festival Internacional da Canção, com a música "Aleluia Aleluinha para 5 Cavalheiros", de Chico Aguiar e Miguel Coelho, Quintella recebeu convite para cantar no grupo Karma, produzido por Nelson Motta, e que tinha como líder Jorge Amiden, Vinícius Cantuária na bateria, Danilo Caymmi nas flautas, Paulinho Soledad no violão e vocais, Jr. Mendes no violão de 12 e vocais e Rick Werneck nas guitarras.

Em 1995, mais um lançamento da Niterói Discos chegou ao mercado - o CD Araribóia Blues, do cantor e compositor Antonio Quintella. Nesse trabalho, o artista, que já integrou diveros grupos, apresenta 11 faixas inéditas, que abrangem as mais diversas tendências do blues (com direito ainda a baladas e rocks mais pesados), compostas por ele e por parceiros. O álbum foi gravado e mixado durante 7 meses no Castelo Studio, no Morro do Cavalão, em Niterói. A produção é do jornalista, escritor e diretor de TV, Luiz Antônio Mello. Participaram desse CD, nomes como Ricardo Giesta (guitarra), Zelly Mansur (teclados e bateria), entre outros.

A passagem de Antonio Quintella pelos Estados Unidos, onde permaneceu de 1973 a 1984, reflete nitidamente em "Araribóia Blues". Nos EUA, Quintella trabalhou com músicos do Mississipi e de Los Angeles, numa espécie de antecipação do caminho que viria a percorrer com o Blues. Quintella morreu em 28 de janeiro de 2015. Poucos meses antes, em maio de 2014, participou do projeto Palco Niterói Discos, em um histórico show no Solar do Jambeiro, em Niterói, que também comemorou seus 50 anos de carreira.




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Ficha Técnica

Ano: 1995
Nome do CD: Araribóia Blues - Antonio Quintella


Músicas

01. Araribóia Blues – Tony Havana
02. Não Te Esqueço Mais (Geórgia) – Jorge e Dalto
03. Um Fax Para Willie Dixon – Antônio Quintella e Tony Havana
04. Itacoatiara – Jorge e Dalto
05. Billie Holiday – Jorge e Dalto
06. Blues For Old Friends – Antonio Quintella e Kika Lott
07. Nação – Tony Havana
08. Friends – Antonio Quintella e Fábio Lessa
09. Alô Helô – Tony Havana
10. All The Glitters Ain’t Gold – Antonio Quintella e All Troup
11. James Marshall Hendrix – Tony Havana


Ficha Institucional

PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI
Prefeito: João Sampaio

FUNIARTE
Presidente: Luiz Antônio Mello

NITERÓI DISCOS
Diretor Executivo: Ivan Macedo
Coordenador de Produção: Paulo Renato Rocha