Em 2002, Prefeitura de Niterói, por meio da Niterói Livros, lançou o livro "Capítulos da Memória Niteroiense", de Carlos Wehrs, que reconstrói a memória niteroiense em 26 capítulos.
A obra descreve a luta das autoridades sanitárias e o sofrimento da população durante os anos de 1849 e 1929, em que se alastrou uma epidemia de febre amarela, além de outros episódios curiosos, entre eles o burburinho formado em torno do primeiro cinema que funcionou em Niterói.
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Por causa da epidemia, conta o autor - nascido e criado em Niterói - a cidade abrigou o primeiro forno crematório do Estado do Rio. O fato levou o imperador a ordenar a construção de um crematório em Jurujuba em 1884, como conta o autor num dos 26 capítulos do livro.
O primeiro cinema niteroiense chegou em 1907. Era o Parque Rio Branco, na Avenida Visconde do Rio Branco, onde também havia a cervejaria do mesmo nome. Em 1908, o cinema passou a se chamar Polyterpsia, "o maior e mais ventilado da cidade", conforme informavam os anúncios veiculados na época.
"Há poucos livros sobre Niterói. Por isso, resolvi preencher a lacuna", conta o autor do livro, lançado em edição revista e ampliada.
Apresentação
Esta obra se reveste de grande importância para todos aqueles desejosos de saber sobre a história da velha província.
Integrante dos quadros do Instituto Histórico e geográfico de Niterói, já de algum tempo Carlos Wehrs se dedica à historiografia niteroiense. Em 1984, publicou Niterói – Cidade Sorriso, no qual perfila a cidade desde seus primórdios. Seguiram-se Niterói, ontem e anteontem (1986) e Niterói – tema para colecionadores (1987), todos com notável receptividade, tanto por parte do público ledor quanto pela crítica especializada.
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O temário de Capítulos da memória niteroiense é vasto e bem desenvolvido. Fala de quiosques, de cinemas, dos primeiros bondes e de fósforos de segurança. Rememora a presença de Olavo Bilac em Niterói. Menciona o pelourinho, de tão nefasta lembrança. Perfila a imprensa periódica entre 1901 e 1950. Abrange, enfim, fatos, situações e lugares os mais diversos.
O leitor encontrará, também, nas páginas do livro, um interessante trabalho sobre extinto Ginásio Bittencourt Silva e um curioso esboço biográfico do historiador niteroiense Charles Dunlop.
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Frei Francisco do Monte Alverne (17843-1858). Clique para ampliar |
No prefácio da primeira edição de capítulos da memória niteroiense, Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes empresta seu aval à obra de Carlos Wehrs, Creio válido e oportuno repetir as palavras do ilustre jurista e escritor, com as quais concordo inteiramente: "Compreende-se que colocações do autor na exposição dos acontecimentos possam suscitar controvérsias não raro inevitáveis nas contribuições desse gênero. O que importa é sua vocação para a história, a coerência e coesão de sua obra, refletidas na seriedade das pesquisas e dos estudos."
Estão de parabéns, portanto, o historiador Carlos Wehrs, pela contribuição que oferece à memória histórica de Niterói e, Jorge Roberto Silveira, pela bela iniciativa de republicar tão importante trabalho.
Carlos Mônaco
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Hospital Marítimo Santa Isabel. Litografia extraída do livro de Kidder e Fletcher, mostrando o vaporzinho que transportava pacientes. Clique para ampliar. |
Ficha Técnica
Obra
Capítulos da memória niteroiense
Autor
Carlos Wehrs
Ano de Edição
2002
Número de páginas
444p
Tamanho das páginas
21 cm
Editoria
Margareth Luz
Capa
Dupla Design
Editoração Eletrônica
Júlio Cesar Costa
Ficha Institucional
Jorge Roberto Silveira
Prefeito de Niterói
Raul de Oliveira Rodrigues
Secretário de Educação e Cultura
Cláudio Valério Teixeira
Presidente da Fundação de Arte de Niterói
Ivan Macedo Viana
Superintendente da Fundação de Arte de Niterói
Margareth da Luz
Coordenadora da Niterói Livros
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