Em 2010, a Prefeitura de Niterói, por meio de seu selo institucional Niterói Livros, lançou a obra "Celso Antonio - A condenação da arte", livro no qual a jornalista Leneide Duarte-Plon reconstrói passo a passo a vida, carreira e obra do grande escultor.

Após 13 anos de pesquisas e dezenas de entrevistas com parentes, amigos e contemporâneos, a obra, escrita nos anos 80, é o retrato de corpo inteiro do artista, tomado dos mais diversos ângulos para enfocar os tímidos começos no Maranhão, o aprendizado com Bernardelli no Rio, a bolsa de estudos em Paris - onde impressionou seu mestre Antoine Bourdelle que o manteve como assistente -, o retorno ao Brasil, os anos em São Paulo e à volta ao Rio, o Salão de 1931, a experiência docente, os trabalhos para o Ministério da Educação e, enfim o escândalo do trabalhador brasileiro, a mágoa e o silêncio final. Os aspectos da personalidade de Celso, como o apuro no vestir, os amores, as excentricidades também são captadas pela autora.

Grandes nomes como Lúcio Costa, Carlos Drummond de Andrade e Oscar Niemeyer deram seus depoimentos sobre o artista. Injustamente, Celso Antônio terminou seus dias esquecido.


Apresentação

"Como tantos artistas que estavam à frente de seu tempo, ele não foi compreendido e se tornou vítima do esquecimento. O temperamento difícil e intransigente, que não fazia concessões nem queria interferências externas no seu trabalho, também contribuiu para este fato. Hoje, ele é reconhecido como um dos mais importantes artistas do modernismo brasileiro e suas obras são disputadas por colecionadores, críticos de arte e marchands", relata a autora.

Conheci Celso Antônio no tempo de Capanema, durante a construção do edifício sede do Ministério da Educação e Saúde. Lembro-o a trabalhar no seu "Homem Brasileiro". Uma figura sentada, prevista para dez metros de altura e que um dia, para surpresa sua e dos amigos que o visitavam, desabou, fazendo-se em pedaços no chão do atelier.

Era um artesão. Gostava de ver sua convicção de artista a nos falar de Bourdelle, que procurava imitar, mostrando na penumbra do seu atelier, com uma vela acesa, detalhes de suas esculturas.

E apreciava suas intransigências de artista, tão honestas e radicais, que acreditamos influíram nos problemas de trabalho que nos últimos anos o envolveram.

Das esculturas que executou para Capanema sobraram as duas mulheres, inclinadas. Uma na escada do hall de entrada daquele edifício; outra, no terraço do gabinete.

Era um homem bom, um artista importante, um pouco sonhador sem dúvida, o que, aliás, faz falta a muita gente.

Oscar Niemeyer
Rio de Janeiro, 16 de agosto de 1990



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Sobre a autora

Leneide Duarte-Plon é jornalista e tradutora. Formada pela Escola de Comunicação da École dês Hautes Études, em Sciences Sociales, de Paris. Trabalhou no Jornal do Brasil, Folha de São Paulo, Veja, O Globo e Carta Capital. De Paris, escreve para a Folha de São Paulo, para a Revista Trópico e para o site Observatório da Imprensa.


Ficha Técnica

Obra
Celso Antonio – A condenação da arte

Autor
Leneide Duarte-Plon

Ano de Edição
2010

Número de páginas
ap.178

Tamanho das páginas
23cm x 23cm


Ficha Institucional

Jorge Roberto Silveira
Prefeito

Cláudio Valério Teixeira
Secretário de Cultura

Rafael Vicente
Subsecretário de Cultura

Dalto Roberto Medeiros
Subsecretário de Planejamento Cultural

Marcos Sabino
Presidente da Fundação de Arte de Niterói

Francisco Aguiar
Superintendente Cultural

Ivan Macedo
Superintendente Administrativo

Margareth da Luz
Diretora da Niterói Livros


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