MPB-4 é um conjunto vocal que foi iniciado como trio em Niterói - RJ, no ano de 1962, composto por Ruy Alexandre Faria, Aquiles Rique Reis e Milton Lima dos Santos (Miltinho), tendo como estreia a apresentação no Centro Popular de Cultura - CPC, da União Nacional dos Estudantes - UNE.
No ano seguinte, com a entrada de Magro - Antonio José Waghabi, o conjunto passou a ser chamado Quarteto do CPC. Com a extinção dos CPCs, o grupo adotou o nome de MPB-4, sugerido pelo jornalista Sérgio Porto. Nesse mesmo ano, fizeram sua primeira apresentação como profissionais na boate Petit Paris - Niterói, além de gravar, em compacto, “Samba Bem” (Luís José), pela gravadora Sarau.
Em 1965, apresentaram-se nas boates paulistas Rosa Amarela, Ela e Cravo e Canela, conhecendo, nessa última, Chico Buarque. De volta ao Rio de Janeiro, participaram do show "Contraponto", ao lado do Quarteto em Cy, Oscar Castro Neves e Rosinha de Valença. Em 1966 defenderam Canção de não Cantar, de Sérgio Bittencourt, no II Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record de São Paulo, classificada em quarto lugar.
Já em 1967, no III Festival de Música Popular Brasileira, alcançaram o sucesso definitivo, defendendo duas músicas: Gabriela (Maranhão) e Roda Viva (Chico Buarque), onde obtiveram sexto e terceiro lugares, respectivamente. Neste mesmo ano, participaram ainda do II Festival Internacional da Canção, da Rede Globo de Televisão – RJ, em 1967, alcançando sexto e nono lugares.
Em 1969, apresentaram-se no Teatro Opinião - RJ e, em 1971, na cervejaria Canecão, também no Rio de Janeiro, ao lado de Chico Buarque, Jaques klein e Orquestra Sinfônica Brasileira. Em 1972, o grupo viajou para Portugal com Chico Buarque e lançou o LP “Cicatrizes”, com a faixa título (Miltinho e Paulo César Pinheiro) e “Partido Alto” (Chico Buarque). Em 1973 realizaram outra viagem, desta vez para Buenos Aires, Argentina, novamente em companhia de Chico Buarque.
Na década de 80, sempre em viagens e shows, lançaram os LPs “Vira Virou”, 1980, e “Amigo é pra essas coisas”, 1989, entre dezenas de outros. Em 1995, comemoraram trinta anos de carreira com o espetáculo "A Arte de Cantar" no Teatro Rival - RJ, lançando também o LP homônimo que inclui clássicos como “Roda Viva”, “Amigo é pra essas coisas” (Sílvio da Silva e Aldir Blanc) e “Canto Triste” (Edu Lobo e Vinícius de Morais).
Conquistaram o Prêmio Sharp na categoria "Melhor Conjunto de MPB" em 1987, 1989 e 1995. Em abril de 2000, viajaram para Portugal para participar do I Festival de Músicas Latinas, em Vila Nova de Famalicão, onde também se apresentaram o grupo pernambucano Mestre Ambrósio e o fadista Carlos do Carmo.
Realizou show de lançamento do disco "Vinícius - A Arte do Encontro", no Canecão (RJ), ao lado do Quarteto em Cy. O espetáculo contou com roteiro, adaptação de texto, direção geral e produção de Ruy Faria. Ainda nesse ano, apresentou-se no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil, encerrando o ciclo "MPB, a História de Um Século", série de quatro espetáculos escritos e dirigidos por Ricardo Cravo Albin, em comemoração aos 500 anos do Descobrimento do Brasil. O show do MPB4, que compreendia o período musical de 1960 (festivais de música) a 2000, foi gravado e transmitido para todo o país pela Rede Brasil, liderada pela TVE do Rio de Janeiro.
Em 2002, apresentou-se em São Paulo, no circuito SESC, no Rio de Janeiro (Mistura Fina, Bar do Tom, Garden Hall) e em outras cidades brasileiras. Em 2004, participou, ao lado de Gilberto Gil e de outros artistas, da gravação do CD "Hino do Fome Zero" (Roberto Menescal e Abel Silva). Nesse mesmo ano, Ruy Faria desligou-se do grupo, sendo substituído pelo cantor Dalmo Medeiros. A estréia do novo integrante se deu quando o grupo fez o show de encerramento do evento "64 + 40: Golpe e Campo(us) de Resistência", realizado no campus da UFRJ, na Praia Vermelha. Nesse mesmo ano, foi relançado em CD o disco "Cicatrizes", de 1972.
Em 2006 gravou, pela EMI, o CD e DVD comemorativos de 40 anos de carreira, no Teatro do SESC Vila Mariana, em São Paulo, tendo como convidados: Roberta Sá, Quarteto em Cy, Zeca Pagodinho, Milton Nascimento e Cauby Peixoto, tio de Dalmo Medeiros. O disco teve também a participação especial de Chico Buarque que cantou com o MPB4 “Roda Viva”, de sua autoria e “Quem Acreditou na Vida Como Eu”, música, até então inédita, do compositor Sidney Milller.
Em julho de 2007, estrearam no Canecão, no Rio de Janeiro, o show ”Toquinho e MPB4 – 40 Anos de Música”, iniciando em seguida turnê por várias cidades: Campinas, no Centro de Convivência; Belo Horizonte, no Freegels; Porto Alegre, no Teatro Bourbon, e em São Paulo, no Tom Brasil. No ano seguinte, prosseguiram com seus shows do DVD/CD 40 Anos e retornaram ao Rio de Janeiro, no Vivo Rio, com o show Toquinho e MPB4, seguindo com este espetáculo para Juiz de Fora, no Teatro Central.
Em 2012, o grupo lançou o CD de boleros "Contigo aprendi", contendo versões para o português assinadas por Caetano Veloso, Abel Silva, Celso Viáfora, Paulo César Pinheiro, Vitor Ramil e outros e contou com a participação de Toninho Horta, Quarteto Maogani, Trio Madeira Brasil e Duofel. Nesse mesmo ano, o grupo apresentou-se no projeto “MPB Búzios 2012”.
No dia 8 de agosto de 2012, faleceu um de seus integrantes, Magro Waghabi, também responsável pelos arranjos vocais do grupo. Alguns dias depois, Miltinho, Aquiles e Dalmo homenagearam o amigo no primeiro show sem a presença dele, realizado no Espaço Cultural Eletrobras Furnas (RJ). Ao lado de Miltinho, Aquiles e Dalmo, em 2013 o cantor e tecladista Paulo Malaguti passou a integrar a nova formação do grupo, inaugurada em show de lançamento do CD “Contigo aprendi”, no Teatro Rival (RJ). Nesse mesmo ano, foi indicado ao Prêmio da Música Brasileira, na categoria Melhor Grupo MPB, pelo CD “Contigo aprendi”.
Em 2014, o MPB4 seguiu em turnê pelo país. Dentre vários shows, uma turnê por seis unidades do Sesc Rio foi realizada. O LP "Adivinha o que é" (1981) ganhou reedição em CD e em DVD, com animações, lançados pela Universal Music. O livro "Vozes do Magro" foi lançado em dezembro, com noites de autógrafo na Livraria Argumento (RJ) e Livraria Cultura (SP).
O ano de 2015 começou no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, com o show "Chico 70", com MPB4, Roberta Sá e Marina de La Riva. Ao longo do ano, o MPB4 seguiu em turnê pelo país. Em outubro, estreou no Tom Brasil, em São Paulo, o show "Toquinho, Ivan Lins e MPB4 - 50 anos de música". No final do ano, começaram as gravações do CD comemorativo de 50 anos de carreira do MPB4.
O ano de 2016 começou com uma série de shows "Toquinho, Ivan Lins e MPB4 - 50 anos de música" em várias cidades do país. Em maio, o CD "O Sonho, a Vida, a Roda Viva" (Selo Sesc) que comemora 50 anos do MPB4 foi lançado com três dias de shows no Sesc Vila Mariana. O primeiro dia contou com a participação especial de Kleiton e Kledir. Em junho, foi a vez do Rio de Janeiro receber este show, em temporada de cinco semanas no Teatro Municipal Serrador, com patrocínio do Fomento Cidade Olímpica, da Prefeitura do Rio. Em um dos shows Guinga fez participação especial.
No dia 5 de outubro do mesmo ano o MPB4 gravou o show "O Sonho, a Vida, a Roda Viva!" no Sesc Ginástico, no Rio de Janeiro, com direção de Bernardo Mendonça, gravação que veio a se tornar um programa no Canal Brasil e lançado em DVD e CD ao vivo pelo Selo MP,B em 2017.
Grande parte de sua obra foi lançada em países como Portugal, Argentina, México, Japão, Noruega, Canadá e EUA. Seu trabalho é mencionado na Enciclopédia da Música Brasileira, organização de Marcos Antônio Marcondes, Art Editora - SP, 1998.
crítica
"Quartetos vocais entram e saem de moda, reagrupam-se e desintegram-se, patenteiam o nome, mudam de cara e reaparecem com nova formação. O MPB-4 faz tudo isso e ninguém percebe. É sempre novo e sempre igual. Admiro-os amorosamente porque hoje, como outrora, eles são os amadores da verdade." CHICO BUARQUE
"Quando conheci o pessoal do MPB-4, foi uma amizade instantânea, que se dividia em música, política, ideais ... Sempre estivemos e continuamos juntos. São quatro indivíduos formidáveis." MILTON NASCIMENTO
"Antes de tudo, gosto de vocês porque o que fazem é bonito, porque além disso é profundamente sincero, inteligente, puro, direto; eu os entendi, na escolha das palavras (sem entender a sua língua) e pela sensibilidade que vocês me comunicaram ao dizê-las. Então, até breve. Continuem, é uma reta, subindo." CHRISTIANE LEGRAND
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