Escritor, Gilson Rangel Rolim nasceu em 13 de abril de 1929, na cidade de Mimoso do Sul (ES), filho do também escritor Lauro de Azevedo Rolim e Maria Izabel Rangel Rolim. Obteve o grau de Contador – equivalente, hoje em dia, ao de Ciências Contábeis – na antiga Academia do Comércio do Rio de Janeiro, atual Universidade Cândido Mendes – UCAM.
Deixou a cidade natal aos dois anos, seguindo para a localidade de Chave de Santa Maria, no município de Campos e, depois de se mudar para Niterói, Macaé e Rio de Janeiro, voltou, em 1947, à Niterói, onde fixou residência durante as décadas seguintes.
Sua carreira literária teve início em 1954, quando tornou-se cronista do jornal Diário do Povo, e em uma coluna pertencente ao “Praia Grande em Revista”, semanário dirigido por Carlos Couto, ambos publicados em Niterói. Além disso, chegou, entre 1966 e 1967, a publicar trabalhos poéticos na página literária “Prosa & Verso”, do jornal “O Fluminense”, sob a direção de Sávio Soares de Souza e Marcos Almir Madeira.
Em 1968, escreveu os versos da canção "Eu andei pelo mundo", melodia composta por Frederico Leite Pereira, que foi classificada em oitavo lugar no Festival da TV Excelsior. Em 1988, sob o patrocínio da empresa Nitriflex, onde trabalhou por dezesseis anos, teve publicado o livro "Alguns Versos, Alguma Poesia".
Enquanto frequentava a Academia Niteroiense de Letras, lançou, em 2004, o livro “O Tempo Nem me Viu Passar”, com prefácio e edição de Iderval Garcia, e, em 2006, "Dois Momentos", pela Editora Canto das Letras. Pela Editora Nitpress, publicou “Um Simples Curso D’água” (2008), “Estação Oitenta” (2009), “Na Poeira do Tempo” (2010) e “Puxando Conversa” (2011).
Além disso, muitos de seus trabalhos foram desenvolvidos sob a forma de livros artesanais, portanto circulados de forma restrita e inédito para o público geral, como a obra “Contos, Versos & Outros Escritos”, entre outras.
Na área musical, chegou a estudar com o professor Sylvia Vianna, autor de grande sucesso em Icaraí, nos anos 50, e desta experiência resultaram diversas composições, sendo parte delas registradas em “O Tempo Nem Me Viu Passar”.
Em dezembro de 2002, com a morte de sua esposa Guiomar, Gilson escreveu, em sua homenagem, “Um Poema de Despedida”.
Crítica
“Senhor de imponente senso de brasilidade, Rolim é um capixaba que canta, poeticamente, a terra fluminense e aqui fez morada em Niterói, trazendo para esta terra sua fórmula poética, relicário de tradições. O fôlego literário de Gilson deve-se muito à presença do seu pai, o também escritor Azevedo Rolim, que soube transmitir as palavras com linguajar acessível e, sobretudo impressionar o leitor com entrelaçamento de ficção e realidade, aliás, esse é um dos temas muito escrito da atualidade. Dai conclui-se que suas escrituras são muitas complexas e que não ficaram nas dobras do tempo esperando que o Rio Macaé as leve em suas águas. Não! O escritor sempre ressurge com algo novo e energético.
Gilson Rolim é um desses intelectuais completos e serenos. Seus conhecimentos vão da literatura à sua profissão de contador, valiosa ocupação que tanto a absorveu por muitos tempos. Apesar de que nosso convívio seja relativamente recente, já pude aquilatar a grandeza da sua competência literária e a sua vontade de querer um mundo melhor para a sociedade intelectiva”.
Alberto Araújo, 6 de outubro de 2016, Focus Portal Cultural.
“Não é por mero acaso que se é crítico de cinema na juventude. A frase é boa pra puxar conversa, pra falar de Gilson Rangel Rolim, que começou cedo, criticando, contando filmes. Daí, passar a contar histórias é um salto. Mas no caso de Gilson o dom de contar histórias vem de longe: vejo junto com o de escrever, à semelhança do pai (De Azevedo Rolim), que nos deixou narrativas e poemas de qualidade. Assim como fez o pai, o escrever de Gilson não se restringe a contos, crônicas ou memórias de vida: ele faz poesias, fazendo da literatura plena seu meio e modo de explicar-se e explicar o mundo”.
Bruno Pessanha, em prefácio de “Puxando Conversa” (2011).
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