Natural da Província do Rio de Janeiro, nasceu José Mattoso Maia Forte a 24 de dezembro de 1873, filho de Ernesto Mattoso e D. Isaura Soares Mattoso. Cursou o Colégio Alberto Brandão, em Vassouras, e depois matriculou-se na Escola Naval, de cujo curso desistiu para dedicar-se ao funcionalismo público. Na Revolta da Armada, em 1893, participou do Batalhão Acadêmico, na defesa de Niterói.

Exerceu o jornalismo trabalhando em diversos periódicos fluminenses. Em 1890 ingressou em 'O Dia', no ano seguinte em 'A Imprensa de Niterói', além de ser correspondente do carioca 'O Combate'. Trabalhou em 'O País' de 1893 a 1894 e de então, até 1903, no Jornal do Comércio de Petrópolis, onde fundou 'O Estado' dessa cidade e colaborou na 'Tribuna de Petrópolis'. Foi redator de 'O Pais' de 1904 a 1915 quando, a convite de Nilo Peçanha, ocupou a Secretaria Gera do Estado. De 1920 a 1925, dirigiu o Serviço Telegráfico da Agência Americana e, a partir de junho daquele ano, passou a desempenhar as funções de secretário do Jornal do Comércio.

Mattoso ingressou na administração pública bem antes, como praticante da Diretoria de Fazenda, em 1891. Na Presidência de José Tomas da Porciúncula, teve sua promoção a Segundo Oficial em 1892 e dois anos mais tarde, a Primeiro Oficial, na mesma Repartição. Transferindo-se para o Tribunal de Contas, foi promovido a chefe de seção em abril de 1902, pelo Presidente Quintino Bocaiuva. Na gestão Oliveira Botelho seria guindado ao posto de diretor de Fazenda, no qual se conservaria até junho de 1918. Nomeou-o nesse ano Juiz do Tribunal de Contas, o Presidente Raul de Morais Veiga. Com o título de Ministro desse mesmo Tribunal, que viria a ser extinto, passou à disponibilidade a 27 de junho de 1939, aposentando-se em seguida.

Tradições de Niterói, edição de 1919
Não obstante, continuou a prestar serviços à sua terra na qualidade de membro do Conselho Regional de Geografia e da Comissão de Organização Administrativa do Estado. Além da burocracia, participou de importantes comissões de natureza técnica. Representante do Estado junto ao VI Congresso Brasileiro de Geografia, colaborou no acordo que deu forma legal à divisa entre o Estado do Rio e o Espirito Santo, e também na Conferência de Limites Interestaduais, que se reuniu em 1920 no Rio de Janeiro. Dessa Conferência partiram os acordos entre os Estados de Minas Gerais e São Paulo.

Mattoso também dedicou-se à pesquisa e divulgação das coisas do seu Estado. Assim é que nos deu: Índices Alfabéticos da Legislação do Estado, em três volumes, abrangendo os anos de 1897 a 1905; Esboço de Geografia Econômica do Estado do Rio de Janeiro, 1909; Hidrografia do Estado do Rio de Janeiro e Tradições de Niterói, 1919; O Estado do Rio de Janeiro - Ensaio para o estudo da sua História, 1928; Memória da Fundação de Iguaçu e Memória da Fundação de Vassouras, 1933; As estradas de Rodagem Rio-São Paulo, Rio-Petrópolis e União Indústria, 1928; tradução das obras de Auguste Saint Hilaire, 1937; e O Município de Niterói, Geografia, História e Estatística, 1941.

Além de entidades estrangeiras, pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, à Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, às Academias Fluminense e Petropolitana de Letras e à Associação Brasileira de Imprensa. José Mattoso Maia Forte, que era casado com D. Eulina Guanabarino Maia Forte, faleceu em Niterói, a 11 de maio de 1945.

(Com informações de Rubens Falcão em "Um Fluminense Padrão" (1973)



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Publicado em 10/04/2021

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