A Sala José Cândido de Carvalho recebe a exposição "Convivências Silenciosas", da artista plástica Bruna Fantappie, de 12 de abril a 8 de maio. Formanda do curso de Graduação em Pintura da Escola de Belas Artes (UFRJ), Bruna utiliza o metrô dos grandes centros urbanos como eixo condutor para construir sua poética como artista visual.
A artista, sem interferir, obtém flagrantes, apenas fotografando, fingindo utilizar um aplicativo qualquer no celular. Esses momentos transitórios, olhares, ações, pessoas etc, registrados atentamente pelas lentes de Fantappie, viram referências para construir suas pinturas, que utilizam técnicas diversas, como aquarela, acrílica e óleo.
Bruna, assim, reconstrói o universo das fotografias digitais, conferindo plasticidade às composições, remodelando o espaço, recriando o claro-escuro e a cor. O resultado pode ser conferido na mostra “Convivências Silenciosas”, com a curadoria de Desirrée Monjardim.
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Diariamente, milhões de pessoas utilizam esse transporte nos grandes centros urbanos. Para elas é apenas uma forma de se chegar a um destino qualquer. Aos olhos dos citadinos apressados é um serviço utilitário, um local de vivência passageira, um não-lugar. Já para os olhos atentos da artista Bruna Fantappie - formanda do Curso de Graduação em Pintura da Escola de Belas Artes [UFRJ] - o metrô não é apenas local de passagem, mas um lugar onde se pode observar e pesquisar. O metrô se tornou um meio, um eixo condutor, para construir sua poética como artista visual.
O seu processo é bem definido: como uma antropóloga, ela não interfere em seu objeto de estudo e, na surdina, apenas fotografa. Para obter flagrantes, finge utilizar um aplicativo qualquer no celular. Desse registro surge uma gramática visual que vai tomando corpo, ensaio após ensaio. Pessoas em silêncio, olhares absortos, ações vazias. Atitudes essas que criam uma linguagem corporal universal nesse meio de transporte, que independe de identidade e regionalidade
particular: surge um homem urbano, cada qual em sua bolha, imerso em seus pensamentos, em seus dispositivos, em seus 'black mirrors'.
Esses momentos transitórios registrados atentamente por Fantappie são referências para construir suas pinturas. Através de estudos em técnicas tradicionais da pintura, a artista reconstrói o universo das fotografias digitais, conferindo plasticidade às
composições, remodelando o espaço, recriando o claro-escuro e a cor. Desse resultado surgem
pinturas onde a mancha pictórica torna-se signo da inquietação urbana. As técnicas são diversas: aquarela, acrílica e óleo. Através da pintura, Bruna Fantappie parece querer ir além do desejo de reter o que é passageiro. Parece querer devolver a organicidade, a vida àqueles cujo implacável cotidiano urbano suga inexoravelmente.
Licius Bossolan
Coordenador do Curso de Pintura EBA/UFRJ
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Serviço
"Convivências Silenciosas", de Bruna Fantappie
Curadoria: Desirée Monjardim
Visitação: Até 8 de maio de 2017
Horário: De Segunda a sexta, das 9h às 17h
Classificação etária: Livre
Entrada franca
Local: Sala José Cândido de Carvalho
Endereço: Rua Presidente Pedreira, 98 - Ingá, Niterói
Telefone: (21) 2719-9639
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