Igreja São Lourenço dos Índios, ponto de referência histórico e religioso de Niterói, pode ser apreciada, gratuitamente, em suas novas formas e cores.
Desde novembro de 2001, o público ganhou mais uma atração do lado de cá da Baía de Guanabara. Totalmente restaurada, a Igreja São Lourenço dos Índios está aberta, diariamente. Hoje, quem for conferir as obras de restauração vai ter muito o que apreciar, já que o local ficou sob os olhares e mãos de profissionais capacitados como um paisagista, uma arquiteta, um designer, um professor e até um light designer.
Logo na entrada, dá para perceber que os estreitos degraus da escada principal foram redimensionados, que agora há calçada em torno de toda a igreja com pedra-madeira e rampa para cadeiras de rodas. O paisagista Eduardo Lins circundou a igreja com gramados e manteve os coqueiros na frente, o que valorizou ainda mais as linhas arquitetônicas da construção.
No interior, a arquiteta Janete Costa optou por mobiliário moderno, desenhado especialmente pelo designer mineiro Mauricio Azeredo para a nave da igreja. Nas duas sacristias, ela recorreu a móveis antigos, pertencentes à igreja e a duas vitrines modernas para expor as peças que foram encontradas durante as escavações arqueológicas: ossadas, porcelanas, louças e cerâmica usadas no aldeamento indígena, que circundava a construção nos primórdios do Brasil.
O vermelhão do piso foi trocado por tábuas corridas de madeira. As tijoleiras indígenas do piso do altar foram restauradas, mantendo-se as marcas (espécie de assinatura) deixadas por cada índio. Nas paredes, a arquiteta optou por uma Via Crucis confeccionada em pedra lavada em cor neutra. Segundo Janete Costa, tal simplicidade é para não contrastar com o retábulo, construído entre 1620 e 1670, e que é a obrą mais importante da igreja.
Responsável pela restauração do retábulo da Igreja de São Lourenço dos Índios, o professor Domingo Isaac Tellechea providenciou uma manta de proteção no telhado para assegurar maior durabilidade àquela obra de arte. Durante oito meses, Tellechea desmontou o retábulo, confeccionou nova estrutura de fixação, desinfestou as madeiras remanescentes, removeu velhas patinas gordurosas, extraiu repinturas não originais - através de decapagem por esfoliação manual -, restaurou as bases do retábulo e reintegrou pintura artística, douração e patina. As partes douradas do retábulo foram revestidas de folha de ouro brunido. São Lourenço dos índios também ganhou um novo conceito de iluminação, já que o light designer Peter Gasper dimerizou a luz para torná-la tênue no dia-a-dia e intensa durante as cerimônias religiosas.
Para quem quiser conferir, a Igreja São Lourenço dos Índios fica na Praça General Rondon, s/n, São Lourenço, Niterói. A entrada é franca.
Leia também: Patrimônio: Igreja São Lourenço dos Índios
Publicado em 12/05/2023
Desde novembro de 2001, o público ganhou mais uma atração do lado de cá da Baía de Guanabara. Totalmente restaurada, a Igreja São Lourenço dos Índios está aberta, diariamente. Hoje, quem for conferir as obras de restauração vai ter muito o que apreciar, já que o local ficou sob os olhares e mãos de profissionais capacitados como um paisagista, uma arquiteta, um designer, um professor e até um light designer.
Logo na entrada, dá para perceber que os estreitos degraus da escada principal foram redimensionados, que agora há calçada em torno de toda a igreja com pedra-madeira e rampa para cadeiras de rodas. O paisagista Eduardo Lins circundou a igreja com gramados e manteve os coqueiros na frente, o que valorizou ainda mais as linhas arquitetônicas da construção.
No interior, a arquiteta Janete Costa optou por mobiliário moderno, desenhado especialmente pelo designer mineiro Mauricio Azeredo para a nave da igreja. Nas duas sacristias, ela recorreu a móveis antigos, pertencentes à igreja e a duas vitrines modernas para expor as peças que foram encontradas durante as escavações arqueológicas: ossadas, porcelanas, louças e cerâmica usadas no aldeamento indígena, que circundava a construção nos primórdios do Brasil.
O vermelhão do piso foi trocado por tábuas corridas de madeira. As tijoleiras indígenas do piso do altar foram restauradas, mantendo-se as marcas (espécie de assinatura) deixadas por cada índio. Nas paredes, a arquiteta optou por uma Via Crucis confeccionada em pedra lavada em cor neutra. Segundo Janete Costa, tal simplicidade é para não contrastar com o retábulo, construído entre 1620 e 1670, e que é a obrą mais importante da igreja.
Responsável pela restauração do retábulo da Igreja de São Lourenço dos Índios, o professor Domingo Isaac Tellechea providenciou uma manta de proteção no telhado para assegurar maior durabilidade àquela obra de arte. Durante oito meses, Tellechea desmontou o retábulo, confeccionou nova estrutura de fixação, desinfestou as madeiras remanescentes, removeu velhas patinas gordurosas, extraiu repinturas não originais - através de decapagem por esfoliação manual -, restaurou as bases do retábulo e reintegrou pintura artística, douração e patina. As partes douradas do retábulo foram revestidas de folha de ouro brunido. São Lourenço dos índios também ganhou um novo conceito de iluminação, já que o light designer Peter Gasper dimerizou a luz para torná-la tênue no dia-a-dia e intensa durante as cerimônias religiosas.
Para quem quiser conferir, a Igreja São Lourenço dos Índios fica na Praça General Rondon, s/n, São Lourenço, Niterói. A entrada é franca.
Leia também: Patrimônio: Igreja São Lourenço dos Índios
Publicado em 12/05/2023