O Museu de Arte Contemporânea recebe no dia 12 de abril de 2014, a exposição "Ressonâncias de 64: Re-existência da arte e política". Com curadoria de Luiz Guilherme Vergara e obras do acervo MAC - João Sattamini, a mostra é uma homenagem à geração de artistas que influenciaram os "anos de chumbo", a partir do golpe militar do ano de 1964. Serão apresentadas, na mostra, pinturas, esculturas e vídeos documentais de época. Trata-se de uma parceria com o Museu do Ingá, em Niterói, que também apresenta obras que mostram esta passagem de 50 anos.

O recorte curatorial desta mostra busca ultrapassar o que foi vivido com muita violência e repressão e que até hoje deixa marcas traumáticas na memória e consciência histórica deste país. "No MAC de Niterói, o foco especial é na geração de artistas que foram os protagonistas de uma resistência e engajamento direto durante as décadas da ditadura militar. Estão incluídos nesta homenagem Anna Bella Geiger, Antonio Dias, Antonio Manuel, Antonio Henrique Amaral, Artur Barrio, Carlos Zilio, Cildo Meireles, Cybèle Varela, Deneir Martins, Flavio-Shiró, Franz Weissmann, Iberê Camargo, Ivan Serpa, Ivens Machado, José Rufino e Rubens Gerchman", explica Luiz Guilherme Vergara.

Plasmatio, 2005. Monotipia em têmpera sobre documentos relacionados ao desaparecimento político de Mario Alves. Obra de José Rufino. Clique para ampliar
No percurso dessas cinco décadas serão justapostos como ‘respiração’ ao campo híbrido da arte pós-golpe militar a emergência da cultura pop, da juventude e liberdade de atitudes, das cenas inesquecíveis da copa do mundo de 1970, atravessando as crises e alienações do mundo contemporâneo por forças críticas e poéticas de sobrevivência e atualidade. “Porém, traz para o mundo de crises atuais o sentido ambíguo da “resistência e re-existência” o legado de 50 anos de uma produção artística engajada”, complementa Vergara.

Uma especial referência será dada também à obra de José Rufino – Plasmatio – produzida a partir dos documentos e correspondências dos pais de Lucia Alves (moradora de Niterói e líder do movimento Tortura nunca mais), Mario Alves (torturado e desaparecido durante o período da ditadura militar). "Optamos por trazer imagens, recortes de vídeos, super 8, e materiais representando as revoluções simultâneas dos anos 60 – filmes dos festivais da canção, a eclosão da cultura jovem, a copa do mundo, a moda, entre outros, apresentando o fenômeno dos 50 anos de ressonância de 64 como re-existência e co-existência entre repressão e cultura popular", detalha.

"Com essa exposição, o público vai poder ter uma consciência ativa no tempo presente das micro-comunidades de ações coletivas, das manifestações das ruas no mundo inteiro, das redes sociais que nos unem tanto como processo de resistência quanto de alienação. Queremos trazer o mundo contemporâneo para dentro de 64", finaliza Vergara.

Luiz Guilherme Vergara é doutor em Arte Educação pela Universidade de Nova Iorque (NYU) e Professor do Departamento de Arte da Universidade Federal Fluminense. Durante os anos de atuação no MAC de Niterói (diretor da divisão de educação 1996-2005 e diretor geral, 2005-2008), desenvolveu experiências na área de curadoria e educação.


Serviço

"Ressonâncias de 64: Re-existência da arte e política"
Curadoria: Luiz Guilherme Vergara
Obras da Coleção João Sattamini
Local: Mezanino
Abertura: 12 de abril de 2014
Visitação: De 12 de abril a 24 de agosto de 2014

Museu de Arte Contemporânea - MAC
Endereço: Mirante da Boa Viagem, s/n – Niterói RJ
Informações: 21 2620 2400 / 2620 2481


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