O Museu de Arte Contemporânea de Niterói apresenta, de 22 de março a 1 de junho de 2014, a exposição "Novas Conexões Platônicas", com um diálogo entre as novas aquisições e um conjunto de obras das Coleções MAC e João Sattamini. A proposta curatorial de Luiz Guilherme Vergara, Marcia Muller e Joana Mazza busca ampliar o sentido de uma coleção e do próprio museu como um organismo vivo em crescimento, que ao acolher novas aquisições traz para si a construção contínua de conexões e interfaces entre arte – história e sociedade.

A mostra será montada no Salão Principal e na Varanda, trazendo também a equipe de educadores do MAC e jovens artistas estudantes do Curso de Arte da UFF para ativarem o espaço expositivo como um território de novas conexões com os visitantes. "A curadoria desta exposição é inspirada em temas contemporâneos que alimentam os debates nacionais e internacionais para o sentido participativo e crítico dos museus em 2014, como a 12ª Semana Nacional de Museus – IBRAM – enfocando Museus: as coleções criam conexões", explica Luiz Guilherme Vergara, Diretor do MAC de Niterói.

A exposição "Novas Conexões Platônicas", antes de mais nada, é uma homenagem ao sentido público da vida das coleções que se renova não apenas pelas aquisições de obras, mas pela inauguração de leituras e abordagens. Ao mesmo tempo, enquanto coleção de arte contemporânea, cada obra representa o pensamento vivo de um artista, que já é em si um espaço indizível e invisível que é parte de uma contínua construção de imaginários de mundo.

São cerca de 40 obras dos artistas Afonso Tostes, Alessandra Vaghi, Carlos Zílio, Chico Cunha, Efrain Almeida, Eliane Duarte, Fátima Villarin, Felipe Barbosa, Gastão Manuel Henrique, Icléa Goldberg, Jarbas Lopes, Katie Van Scherpenberg, Luiz Alphonsus, Luiz Ernesto, Marcia X, Marcos Duarte, Maria Nepomuceno, Roberta Paiva, Floriano Romano, Sergio Camargo e Ângela Freiberger.

Ressalta-se nesta curadoria o investimento no sentido platônico para as interlocuções entre obras e o público, como acontecimento de encontro ou percepções sobre o mundo de ideias tangíveis e intangíveis (Platônicas) que permeia os meios de expressão artística. Desta forma, não existe um tema único para a mostra, mas uma polifonia ou mosaico do imaginário artístico contemporâneo onde a forma arquitetônica do MAC é especialmente tratada como um lugar platônico das artes.

"A obra ‘Relações platônicas’, do artista Luiz Ernesto, oferece uma chave poética e filosófica para esse conjunto de novas conexões. Sendo assim, todo o museu, como lugar da arte é experimentado como espaço de encontro e acolhimento de uma ideia de democracia grega, um templo de múltiplas vozes que cruza diferentes imaginários entre o corpo e o sonho diurno, o céu e a terra, sem deixar de expressar as questões mais relacionais da condição humana. É desta forma que propomos também um lugar especial para a obra de Sérgio Camargo como nó górdio do sentido da produção de imaginários, exteriorização do mundo das ideias para a existência humana", afirma Vergara.


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No Salão Principal, estão justapostos diferentes interfaces entre arte e vida contemporânea. O humor e leveza, que são demonstrados no pequeno cachorro de madeira de Efrain, contrasta com a densidade irônica de Márcia X. O amor platônico é atravessado pelo seu avesso, as indagações existenciais e universais que acompanham o sentido das relações humanas e dos labirintos do casamento nas obras "Carmacor" de Katie Scherpenberg, "Vestido de noiva", de Eliane Duarte, e "Sonho de Valsa", de Chico Cunha.

Uma outra pulsação platônica se dá na dança gestual da série "Banhistas" de Carlos Zílio, não há um simulacro ou cópia de uma ideia, mas a própria fixação de um movimento circular no tempo como imagem da presença intangível da vida. Esta circularidade entre gesto e presença transferida para um meio de expressão da pintura de Zílio entra em ressonância com a escultura de cordas coloridas da Maria Nepomuceno. A fenomenologia do redondo, da circularidade é retomada pela pequena e contundente obra de Fátima Villarin que contrasta superfícies internas agressivas e armadas de agulhas com a externa, de curvas macias da borracha.

O universo platônico do mundo das ideias é encarnado nas obras conceituais de Luiz Alphonsus e Alessandra Vaghi, que abrem janelas da arte para o pensamento por meio de diferentes imagens cósmicas ou celestes – onde o espectador é colocado diante da matéria ou matriz de transporte entre o céu e a terra.

As obras reunidas na Varanda do museu, no percurso circular, interagem entre si e com a linda vista para a Baía de Guanabara. A madeira está presente repetidamente nas formas de expressões usadas nas casinhas de Felipe Barbosa, o grande leque da Icléa Goldberg, o corte preciso da geometria da escultura de Gastão Manuel Henrique, e, ainda, nas peças de Afonso Tostes e Marcos Duarte. Entretanto, todos esses artistas são desafiados por uma indagação milenar ou ‘relação’ platônica sobre uma conexão possível ou impossível entre o mundo das ideias e o das aparências. "Há também o enigma e estranhamento na obra de Roberta Paiva que contrasta com o bom humor dos chuveiros de Romano diante da paisagem", complementa Guilherme Vergara.


Serviço

"Novas Conexões Platônicas" - Obras das Coleções MAC e João Sattamini
Abertura: 22 de março de 2014
Período: De 22 de março de 2014 a 01 de junho de 2014
Curadoria: Luiz Guilherme Vergara, Marcia muller e Joana Mazza

Museu de Arte Contemporânea - MAC
Endereço: Mirante da Boa Viagem, s/n – Niterói RJ
Informações: 21 2620 2400 / 2620 2481








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