O Museu de Arte Contemporânea recebe de 15 de outubro de 2005 a 5 de março de 2006, a exposição "Por Que Museu?", do artista Nelson Leirner. Com curadoria de Agnaldo Farias, trata-se de uma instalação inédita, criada especialmente para o MAC, composta por espelhos, máscaras de macaco e pufes com cadeiras de praia e guarda-sol. O título da exposição vem do conflito entre as mostras e o visual do AC, projetado por Oscar Niemeyer.

Nesta mostra, o museu não se torna apenas um fundo neutro, um cubo branco onde se distribuem quadros e esculturas. Nelson Leirner invade o Salão Principal e a Varanda com um circuito estratégico de charadas e questionamentos que atingem as várias fronteiras da história da cultura e da arte do século XX. Assim, Leirner exerce a sua potência artística como um jogador de enigmas por trás das aparências.

Estão incluídas as obras relativas a Marcel Duchamp, como as Duchampbikes, de 2003, Quebra-Cabeça, de 2001, e Monalisas, de 1998/1999. O 'Dia em que o Corinthians foi Campeão', de 2001, se soma à instalação 'Terra à Vista', de 1998, formando uma imensa procissão, com centenas de criaturinhas - imagens de Cristo, iemanjás, pinguins com cartolas vermelhas, entre outros, desaguando em um campo de futebol. 'Pollockcow', de 2004, é uma vaca coberta por adesivos infantis coloridos.

A obra 'Por que Museu?', feita especialmente para a exposição, é composta por um guarda-sol, uma mesinha, uma cadeira, uma toalha e um regador, convidando o visitante a apreciar a vista. O nome questiona a função da arte e o papel do museu. Já a inédita 'América, América' exibe duas ampliações fotográficas feitas de obras constantes de catálogos paisagens bucólicas e uma grande explosão - onde são presos elementos de guerra, como soldadinhos.

O Artista

Nelson Leirner (São Paulo SP 1932). Artista intermídia. Reside nos Estados Unidos, entre 1947 e 1952, onde estuda engenharia têxtil no Lowell Technological Institute, em Massachusetts, mas não conclui o curso. De volta ao Brasil, estuda pintura com Joan Ponç (1927-1984) em 1956. Frequenta por curto período o Atelier-Abstração, de Flexor, em 1958. Em 1966, funda o Grupo Rex, com Wesley Duke Lee (1931-2010), Geraldo de Barros (1923-998), Carlos Fajardo (1941), José Resende (1945) e Frederico Nasser (1945).

Em 1967, realiza a Exposição-Não-Exposição, happening de encerramento das atividades do grupo, em que oferece obras de sua autoria gratuitamente ao público. No mesmo ano, envia ao 4º Salão de Arte Moderna de Brasília um porco empalhado e questiona publicamente, pelo Jornal da Tarde, os critérios que levam o júri a aceitar a obra. Realiza seus primeiros múltiplos, com lona e zíper sobre chassi. É também um dos pioneiros no uso do outdoor como suporte. Por motivos políticos, fecha sua sala especial na 10ª Bienal Internacional de São Paulo de 1969, e recusa convite para outra, em 1971. Nos anos 1970, cria grandes alegorias da situação política contemporânea em séries de desenhos e gravuras.

Em 1974, expõe a série A Rebelião dos Animais, com trabalhos que criticam duramente o regime militar, pela qual recebe da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) o prêmio melhor proposta do ano. Em 1975 a APCA encomenda-lhe um trabalho para entregar aos premiados, mas a Associação recusa-o por ser feito em xerox, por isso, como protesto, os artistas não comparecem ao evento. De 1977 a 1997, leciona na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, onde tem grande relevância na formação de várias gerações de artistas. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1997, e coordena o curso básico da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage), até o ano seguinte.



Serviço:

"Por Que Museu?", de Nelson Leirner
Curadoria: Agnaldo Farias
Local: Salão e Varanda
Abertura: 15 de outubro de 2005
Visitação: 15 de outubro de 2005 a 5 de março de 2006

Museu de Arte Contemporânea - MAC
Endereço: Mirante da Boa Viagem, s/n – Niterói RJ
Informações: 21 2620 2400 / 2620 2481


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Publicado em 03/08/2016

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