O Museu de Arte Contemporânea recebe de 23 de agosto de 2003 a 29 de fevereiro de 2004, a exposição "Hermelindo Fiaminghi na Coleção João Sattamini". Com curadoria de Guilherme Bueno, a exibição cobre o período de 1950 a 1980 da vida do artista paulista.

A carreira de Fiaminghi começou nos anos 30 quando, aos 15 anos, começou a trabalhar como um litógrafo na Companhia Melhoramentos de São Paulo. No ano seguinte, passou a frequentar o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo e divir seu tempo entre a arte a e publicidade. Nos anos 50, já decidido que a arte seria sua principal atividade profissional, inicia trabalhos abstratos, em que revela a influência da arte construtiva. Entre 1950 e 1953, a produção de Fiaminghi nessas diferentes áreas passou a ter um número de elementos em comum. Como um artista gráfico, fez estampas para a Escola de Propaganda do Museu de Arte de São Paulo, enquanto como artista, suas pinturas estavam ganhando forma de acordo com a abstração geométrica. Suas obras destacam-se pelo ritmo visual das composições, como em Long Play (1955), no qual trabalha com a sugestão de deslocamento de figuras geometrizadas. Utiliza freqüentemente uma gama reduzida de cores. A partir de 1958, produz a série Virtuais, em esmalte sobre madeira aglomerada. Utiliza poucas figuras, definidas por planos de cor, que apresentam certa ambigüidade, por se constituírem à superfície plana do quadro e, ao mesmo tempo, se inserirem no espaço cúbico, construído por planos ortogonais, como ocorre em Virtual XIV (1958).

Entre 1959 e 1966, freqüentou o ateliê de Alfredo Volpi, com quem aprende pintura a têmpera. Troca a madeira por telas de linho. Em suas pinturas, passa a utilizar cada vez mais a transparência das cores. Com a série de trabalhos denominada Cor-Luz, inicia pesquisas em torno da fusão e difusão da cor pela incidência da luz. Pinta telas inspiradas nas superfícies quadriculadas que compõem a retícula gráfica. Realiza também experimentos com slides, que são posteriormente impressos em off-set, buscando precisão ótica.

Posteriormente, sua pincelada tende a tornar-se mais gestual, subvertendo a trama quadriculada que estrutura suas telas. Na década de 1980, realiza uma série de "desretratos", como o de Haroldo de Campos, de 1985, e de "despaisagens", com pinceladas livres, que revelam o colorido como superfície flutuante. Nessa época, encantado com a pintura de Claude Monet (1840-1926), Fiaminghi revê suas obras e afirma: "Tudo o que eu vinha pensando está lá", e, quase como um antigo pintor impressionista, diz: "Persigo a luz, mas a luz é fugidia". Fiaminghi revela em sua produção grande liberdade no uso da cor. Ao longo de sua carreira, concilia a dupla atividade de artista plástico e de profissional de artes gráficas, sendo considerado por alguns críticos como pioneiro na utilização do off-set como linguagem de criação artística.


Serviço:

"Hermelindo Fiaminghi na Coleção João Sattamini"
Curadoria: Guilherme Bueno
Local: Mezanino
Abertura: 23 de agosto de 2003
Visitação: 23 de agosto de 2003 a 29 de fevereiro de 2004

Museu de Arte Contemporânea - MAC
Endereço: Mirante da Boa Viagem, s/n – Niterói RJ
Informações: 21 2620 2400 / 2620 2481

Links:

http://www.macniteroi.com.br/images/arquivos/publs/projMB_Fiaminghi_H.pdf

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8784/hermelindo-fiaminghi

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Publicado em 05/10/2015

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