Enquanto a 24ª Bienal Internacional de São Paulo atrai uma verdadeira multidão, o Museu de Arte Contemporânea revisita a partir de hoje, 14 de outubro de 1998, três décadas desse evento, considerado o maior do gênero na América Latina. Na exposição Espelho da Bienal vão estar reunidas 90 obras, entre pinturas, esculturas e instalações, todas assinadas por artistas brasileiros e pertencentes ao acervo da Coleção João Sattamini. "Quero mostrar o contraponto existente entre um Franz Krajcberg, uma Iole de Freitas e um Ronaldo do Rego Macedo", diz Rubem Breitman que assina a curadoria.

Segundo Breitman, através desses contrapontos será possível refletir sobre os caminhos trilhados pela arte contemporânea. Isso porque a mostra faz uma radiografia da presença brasileira nas bienais, a partir de 1965, ano que Sattamini iniciou sua coleção. A exposição do MAC reúne ao todo 73 artistas plásticos, entre esses Hélio Oiticica e Lygia Clark que, mesmo já falecidos, têm obras nesta edição da Bienal Internacional de São Paulo. Beatriz Milhazes e Waltércio Caldas são outros nomes presentes na edição atual do evento e na retrospectiva.

Construída há cinco décadas, a sede da Bienal Internacional também é assinada por Oscar Niemeyer, e João Sattamini comemora esse ponto em comum entre o evento de São Paulo e o do MAC. "Não poderia haver melhor coincidência que esta mostra. Além de exibir um panorama das bienais realizadas numa construção do Oscar, minha coleção está nesse belíssimo prédio também feito por ele", diz Sattamini que possui o segundo maior acervo de arte contemporânea do País. O primeiro é o de Gilberto Chateaubriand, reunido no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Três artistas representados no Espelho da Bienal, Antonio Dias, Arthur Barrio e Flavio-Shiró, foram destaques deste ano na programação do MAC. Os dois primeiros criaram instalações especialmente para o museu enquanto Shiró fez uma retrospectiva de sua obra. Outros nomes presentes na mostra são Abraham Palatnik, Aluísio Carvão , Carlos Vergara, Daniel Senise, Franz Weissmann, Iberê Camargo, Ivan Serpa, Jorge Guinle, Leonilson, Lygia Pape, Maurício Bentes, Rubens Gerchman e Tunga, entre muitos outros.

Selecionadas pelo curador Rubem Breitman, as obras distribuídas pelo salão principal e mezanino do museu não seguem um critério acadêmico. Breitman aposta no embate entre a singularidade da exposição e as diferentes propostas artísticas que reúne. "Não é para incomodar, mas para ajudar a refletir", justifica ele ao falar dessa singularidade. A mostra é uma oportunidade para fazer uma nova leitura da Coleção Sattamini, que apresenta uma visão ampla da produção contemporânea brasileira, dessa vez a partir das bienais.

Os artistas participantes são: Abraham Palatnik, Adriano de Aquino, Aluísio Carvão, Angelo Venosa, Anna Bella Geiger, Antonio Dias, Artur Barrio, Avatar Moraes, Beatriz Milhazes, Carlito Carvalhosa, Carlos Vergara, Cildo Meireles, Cláudio Fonseca, Daniel Senise, Dudi Maia Rosa, Emmanuel Nassar, Ernesto Neto, Evany Fanzeres, Fabio Miguez, Farnese de Andrade, Flavio-Shiró, Flexor, Frans Krajcberg, Franz Weissmann, Gastão Manuel Henrique, Haroldo Barroso, Hélio Oiticica, Hércules Barsotti, Iberê Camargo, Iole de Freitas, Ione Saldanha, Ivan Serpa, Ivens Machado, João Câmara, João Carlos Goldberg, Joaquim Tenreiro, Jorge Duarte, Jorge Guinle, José Roberto Aguilar, Leda Catunda, Leonilson, Lothar Charoux, Luiz Alphonsus, Luiz Paulo Baravelli, Luiz Zerbini, Lygia Clark, Lygia Pape, Marcos Coelho Benjamim, Maria Leontina, Maurício Nogueira Lima, Milton Machado, Mira Schendel, Mônica Sartori, Nazareth Pacheco, Nelson Felix, Nelson Leirner, Niura Bellavinha, Nuno Ramos, Paulo Garcez, Paulo Monteiro, Paulo Roberto Leal, Roberto Magalhães, Rodrigo Andrade, Ronaldo do Rego Macedo, Rubem Ludolf, Rubem Valentim, Rubens Gerchman, Sérgio Camargo, Sérgio Romagnolo, Siron Franco, Tunga, Ubi Bava, Waltercio Caldas, Wanda Pimentel e Wega Nery.

Após vinte e três edições do mais importante evento de arte do hemisfério sul, o que podemos constatar é que a grande maioria dos artistas brasileiros importantes que passaram pela mostra estão na Coleção Sattamini. Se estar na bienal é um reconhecimento para qualquer artista, estar duplamente na coleção de João Leão Sattamini representa o sonho dourado de todo jovem artista. Essa ideia é que fez o curador Rubens Breitman escolher 90 obras, de 73 artistas, na coleção, para exibir na mostra "Espelho da Bienal".


Pintura de Jorge Guinle, Bambus de Ione Saldanha e Escultura em madeira de Gastao Manuel Henriques



Serviço:

"Espelho da Bienal", coletiva
Curadoria: Rubens Breitman
Local: Salão Principal, Varanda e Mezanino
Abertura:10 outubro de 1998
Visitação: 10 outubro de 1998 a 18 junho de 1999

Museu de Arte Contemporânea - MAC
Endereço: Mirante da Boa Viagem, s/n – Niterói RJ
Informações: 21 2620 2400 / 2620 2481


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Publicado em 21/05/2014

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