O Museu de Arte Contemporânea (MAC) está comemorando o primeiro aniversário. Para não deixar a data passar em branco, serão exibidas três novas exposições a partir do dia 20. Abertas à visitação a partir de 20 de setembro de 1997, de terça a sábado, das 13 às 21 horas e aos domingos das 13 às 19 horas, as exposições reúnem o melhor do MAC.

A primeira enfoca a trajetória do museu, projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer, reunindo fotos e reportagens publicadas em jornais e revistas nacionais e internacionais. A segunda traz os trabalhos da Coleção João Sattamini mais comentados e interpretados ao longo desse primeiro ano de exibição. A terceira dá um panorama da obra de Jorge Guinle Filho, através das 15 obras do pintor que integram a Coleção Saltamini.

A homenagem que o MAC presta ao grande pintor, Jorge Guinle, falecido há 10 anos tem a a curadoria do crítico de arte Reynaldo Roels Jr. Nela, o museu apresenta expressivo núcleo de trabalho pertencentes à coleção João Sattamini-MAC. A exposição permanece no museu até 2 de dezembro.

Considerado um dos mais extraordinários pintores que surgiram no Brasil no início dos anos 1980, Guinle iniciou sua trajetória bem antes desse período. O reconhecimento artístico, porém, só veio na década passada. Após exposição individual no Rio de Janeiro, o pintor participou da representação brasileira na Bienal Internacional de São Paulo, em 1983. Na 20ª edição do evento, em 89, Guinle seria homenageado postumamente em sala especial.




O artista

Jorge Guinle Filho (1947-1987) foi um dos mais extraordinários artistas plásticos brasileiros que surgiram no final dos anos 70, não apenas pela qualidade intrínseca de seu trabalho como também pela abrangência de seus interesses no campo da pintura. Artista consciente da tradição pictórica moderna, de seus impasses e crises, ele era detentor de uma cultura artística extensa que foi um dos motores de sua atividade - assumindo a tarefa difícil de dialogar diretamente com os clássicos da arte moderna - Picasso, Matisse, Wilem de Kooning, Jackson Pollock, Francis Bacon e Jasper Johns, entre outros.

Nos seus poucos anos de atividade, Guinle construiu um prestígio igual ao de poucos outros artistas de sua geração e a obra que deixou já está suficientemente consagrada pela historiografia da arte brasileira recente. Em 1983 ele já fazia parte da representação brasileira da 17ª Bienal de São Paulo e, em 1989, teve uma Sala Especial na 20ª edição da Bienal. Por sua fidelidade à pintura em um momento em que ainda se assistia a um evidente descrédito para com o meio, Guinle, tornou-se um dos principais incentivadores da Geração 80, na década seguinte à sua formação.

Os dez anos de falecimento de Jorge Guinle Filho constituem um momento privilegiado para uma apresentação panorâmica de seu trabalho. O Museu de Arte Contemporânea de Niterói guarda, na Coleção João Sattamini, quinze trabalhos de seu período produtivo mais importante, entre 1980 e 1986. Essa é uma mostra bastante representativa da trajetória do artista e apresenta os momentos cruciais de constituição de linguagem e amadurecimento de seu raciocínio pictórico. Através deste conjunto, o público poderá ter uma ideia abrangente dos propósitos de Jorge Guinle Filho e dos muitos procedimentos por ele adotados para atingi-lo.


Serviço:

"Jorge Guinle" - homenagem 10 anos de falecimento do artista
Curadoria: Reynaldo Roels
Local: Salão Principal
Abertura: 20 de setembro de 1997
Visitação: 20 de setembro a 2 de dezembro de 1997.

Museu de Arte Contemporânea - MAC
Endereço: Mirante da Boa Viagem, s/n – Niterói RJ
Informações: 21 2620 2400 / 2620 2481


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Publicado em 21/07/2015

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