Projeto de Pedro Varella em colaboração com o gru.a (grupo de arquitetos) foi contemplado na III edição do Prêmio Reynaldo Roels Jr. da Escola de Artes Visuais do Parque Lage em parceria com o MAC Niterói.
- Horários e condições de acesso à instalação (
Veja aqui )
No dia 10 de dezembro, domingo, Pedro Varella abre a instalação “De onde não se vê quando se está”, a partir das 10h, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói. O projeto conta com a colaboração do gru.a (grupo de arquitetos) e foi contemplado pelo III Prêmio Reynaldo Roels Jr. – uma parceria entre a Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage e o MAC Niterói.
Pela primeira vez, nestes 21 anos de existência do MAC Niterói, a cobertura do museu será ocupada e visitada. “De onde não se vê quando se está” tem como proposta tirar o MAC da vista e qual é o local mais adequado para isso? A cobertura! “A arquitetura do MAC parece querer dominar a paisagem da Baía de Guanabara. Com um único ponto de contato com o solo, a estrutura apresenta-se autônoma, absoluta”, explica o artista. O trabalho apresentado torna possível desvelar outras situações, marcadas por um espaço-tempo atípico, possível somente no contexto de uma fugaz obra instalativa.
O artista propõe ainda um desafio: como se desvencilhar da imagem que domina a experiência de quem visita o MAC? O projeto busca, portanto, adicionar à experiência do público a chance de simultaneamente estar neste objeto marcante e perder de vista sua imagem. Para isso, a ideia da ocupação da laje de cobertura do museu, de onde não se pode mais determinar seus limites nem reconhecer sua forma. “A instalação de uma escada em estrutura tubular no trecho da rampa que dá acesso ao pavimento de exposições – a mesma estrutura usada por alpinistas contratados para limpar os vidros do museu – oferece ao público a oportunidade de habitar a cobertura. A forma da superfície de cobertura, côncava para quem mira por baixo – a partir do salão de exposições – e convexa para quem a ocupa por cima, potencializa o que chamamos da dissolução do MAC, ou ao menos da imagem que se tem dele”, diz Pedro.
“Estar na cobertura do MAC aponta ainda para o que foi aquele sítio antes da construção do museu: o mirante da boa viagem, um promontório debruçado sob o mar da Guanabara. A possibilidade de engendrar essas interpretações fez com que o projeto que aqui se apresenta se contaminasse positivamente, apresentando-se, agora, como resultado do rico cruzamento ocorrido durante as duas semanas de seminário oferecido pela EAV Parque Lage, em parceria com o MAC Niterói, dentro do contexto do III Prêmio Reynaldo Roels Jr”, finaliza o artista.
Para o acesso à instlação, serão distribuídas senhas a quem tiver adquirido ingresso para entrar no museu (e quarta-feira será de graça). As senhas serão distribuídas em quatro horários durante o dia (9h30, 11h30, 13h30 e 15h30) exclusivamente para o acesso nos horários de visitação subsequentes. A distribuição obedecerá a ordem de chegada à recepção do museu. Portanto, não haverá possibilidade de compra antecipada ou de reserva.
A seleção
A Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage recebeu, através de chamada pública, inscrições para o III Prêmio Reynaldo Roels Jr. e o Seminário A Síntese entre Arte, Arquitetura e Paisagem, voltados a trabalhos de instalação. 20 projetos foram selecionados e participaram do seminário (com 50 horas de duração e realizado do dia 25 de setembro até 6 de outubro de 2017) para concorrer ao prêmio. O autor do projeto vencedor recebe R$ 20 mil para produzir uma peça com as características de uma instalação, a ser exibida ao ar livre no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC Niterói), cujo projeto arquitetônico é de Oscar Niemeyer.
Pedro Varella foi o selecionado pelo III Prêmio Reynaldo Roels Jr. a participar com obra, no MAC Niterói. O júri foi integrado pelos curadores Lisette Lagnado, Michelle Sommer e Pablo León de la Barra.
Mais sobre o Prêmio Reynaldo Roels Jr
Em consonância com o universo reflexivo de Reynaldo Roels Jr., o prêmio visa a valorização de experimentalismos artísticos para além dos lugares tradicionais. Nesse sentido, o Prêmio Reynaldo Roels Jr. da Escola de Artes Visuais do Parque Lage contempla jovens artistas interessados na linguagem da instalação em virtude de sua capacidade de questionar o ambiente onde é realizada.
O termo “instalação” foi incorporado ao vocabulário das artes visuais na década de 1960, designando uma situação (em galerias, museus ou na rua), cuja lógica é regida pela relação entre os objetos e o corpo do observador. Esse tipo de intervenção artística tem a característica de estimular o público a sair de uma atitude puramente contemplativa para adotar uma apreciação crítica do espaço que acolhe a obra de arte.
Com o Prêmio Reynaldo Roels Jr., a Escola de Artes Visuais do Parque Lage amplia seu lugar de atuação para espaços extramuros e permite que seus alunos realizem um trabalho de escala pública. A iniciativa oferece aos estudantes e ex-estudantes de arte da EAV uma inserção no tecido social e urbano do Rio de Janeiro, no momento em que a região se torna palco de enormes investimentos financeiros que vêm transformando sua paisagem e, consequentemente, a circulação da população.
O prêmio foi criado em 2015 para homenagear o crítico de arte Reynaldo Roels Jr., que dirigiu a EAV entre 2002 e 2006. Os patronos do prêmio são os colecionadores Helio Portocarrero, economista, e Nelson Eizirik, advogado.
Por isso, o que foi pedido à arte – e aos artistas – é que ultrapassem os limites e ocupem o território. Reynaldo Roels Jr. “Pede-se ultrapassar o limite”. Exposição coletiva “Território ocupado”, EAV Parque Lage, novembro de 1987.
O I Prêmio Reynaldo Roels Jr. teve como jurados os artistas Rosângela Rennó e Nelson Félix, além do curador Pablo León de La Barra. A vencedora foi Bia Martins, com o projeto “Salário”, exibido no armazém 4 Pier Mauá durante toda a ArtRio 2015.
O II Prêmio Reynaldo Roels Jr. foi concedido a Maria Baigur, pelo projeto “À toa”, realizado em colaboração com o Estúdio Chão. A comissão de premiação foi composta pelos críticos e curadores Clarissa Diniz, Fernando Cocchiarale e Marisa Flórido. A obra foi exibida no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM).
Serviço:
“De onde não se vê quando se está”, instalação do artista Pedro Varela – com desenvolvimento do Gru.a (Grupo de Arquitetos). Artista selecionado pelo III Prêmio Reynaldo Roels.
Abertura: 10 de dezembro de 2017, a partir das 10h
Até 23 de dezembro de 2017
Distribuição de senhas a quem tiver adquirido ingresso para entrar no museu: 9h30, 11h30, 13h30 e 15h30
Horário de visitação: clique aqui (
veja aqui)
As pessoas com idade entre 14 e 18 anos só poderão acessar a instalação acompanhados por responsáveis.
O acesso à instalação será realizado em grupos de 15 pessoas para visitas de 15 minutos de duração.
Ingressos para os espaços expositivos que permite a subida à cobertura com visitação à instalação “De onde não se vê quando se está”: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Na quarta-feira, a entrada é gratuita para todos.
Em caso de chuva o acesso à instalação fica interditado.
Informações:
Local: MAC Niterói
Endereço: Mirante da Boa Viagem, s/nº, Boa Viagem, Niterói, RJ
Telefone: (21) 2621-2400
E-mail: mac@macniteroi.com.br
Ficha técnica:
Título: “De onde não se vê quando se está”
Autoria: Pedro Varella
Desenvolvimento: gru.a (grupo de arquitetos)
Projeto de estrutura: Rodrigo Affonso
Colaboradores: Caio Calafate, André Cavendish, Julia Carreiro
Estrutura: jirau
Montagem: New Alfa
Agradecimento: Bruno Contarini
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