Museu expõe obras criadas pelo artista paraibano nos anos 1970
Para a maior parte dos brasileiros, os anos 1970 são lembrados como dias de muita perturbação. Para o artista plástico paraibano, Antônio Dias, porém, foi a década do grande marco de seu trabalho: o rompimento com a figura. Foi durante os anos de chumbo que o artista deixou o figurativismo para se dedicar à arte abstrata.
Para traçar um panorama dessa trajetória, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói apresenta, a partir do próximo sábado, 18 de março de 2000, a exposição Antônio Dias: Anos 70 na Coleção João Sattamini. Organizada por Luiz Camillo Ozório, a mostra conta com 10 pinturas, além de um álbum com 10 xilogravuras, que poderá ser conferido no salão principal do museu. A exposição pretende fazer uma pequena radiografia do trabalho do artista, que desenvolveu uma sátira mordaz, preferindo enfocar detalhes em quadros de colorido imenso.
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Nascido em 1944, na cidade de Campina Grande (Paraíba), Dias começou a se projetar nacionalmente aos 22 anos, quando ganhou a isenção de júri do Salão Nacional de Arte Moderna e o Prêmio de Desenho do Salão do Paraná. Passou a residir no Rio de Janeiro em 1960 e a partir daí acumulou premiações: Biannale de Paris, Exposição do Jovem Desenho Nacional (USP), P. Favaro (Centro Culturale San Fedele, Milão) e Exposição Internacional de Desenho. Depois de estudar na França e Itália, em 1971, ao conquistar o Guggenheim Fellowship, foi trabalhar em Nova York. Todas essas experiências marcaram a trajetória do desenhista e pintor autodidata.
Na década de 70, entre outras conquistas, Antônio Dias produziu instalações sonoras e luminosas que ocuparam 2.000 metros quadrados do MAM carioca. Em 1977, acampado próximo à fronteira tibetana-nepalesa, produziu trabalhos em grande formato com pastas de fibra vegetal. Com várias obras em vídeo, realizou no ano seguinte dois ambientes com recursos cinematográficos no Palazzo Realle de Milão e na Mostra Arte & Cinema da Bienal de Milão. Adepto da nova figuração, rompeu com este estilo na fase setentista para descobrir o abstrato e flertar com a arte conceitual. São as criações deste período que poderão ser conferidas no MAC.
Confira o catálogo da mostra
O pintor Antônio Dias (à esquerda) e o colecionador João Sattamni - João Sal/Folhapress
A exposição fica no MAC até o dia 25 de junho de 2000 e pode ser vista de terça a domingo, das 11 às 19 horas e no sábado, das 13 às 21 horas. O ingresso custa R$2,00. Estudantes pagam R$1 e crianças até sete anos e idosos não pagam a entrada. No sábado, a entrada é gratuita para todos.
O MAC fica no Mirante da Boa Viagem, s/nº, Boa Viagem, Niterói. Informações podem ser obtidas pelo telefone 620-2400.
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