Reunindo 32 sequências de cinemática digital, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói inaugura no dia 5 de junho de 2004 a exposição
Arte Digital Vídeo. Organizada em conjunto com o Consulado Geral da França, Association Française d'Action Artistique e a Aliança Francesa, a exposição, que ocupará o mezanino do museu até 11 de julho, exibe trabalhos de 29 artistas internacionais, oriundos da França, Alemanha e Turquia, entre outros países.
Com curadoria de
Laurence Hazout-Dreyfus, a mostra vai contar com palestra e debate dedicados ao tema Arte Digital no Brasil e no exterior. Esses eventos pretendem discutir a incorporação de novas mídias e as políticas culturais referentes ao tema. Laurance dividiu os vídeos em cinco campos de interesse, incluindo o potencial de liberdade para criação, o corpo virtual e a identidade nas imagens digitalizadas, a força da abstração e a arquitetura futurista.
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Laurence Hazout-Dreyfus |
"As imagens são muito similares. Tudo era repetitivo até eu descobrir as figuras feitas por computadores", afirma a curadora, que é historiadora de arte, ao justificar o interesse pela videoarte digital. Ainda pouco conhecida, a arte digital ocupa um espaço cada vez maior no meio artístico-vários festivais de animação ao redor do mundo comprovam a tendência. No entanto, segundo a francesa Laurance, até hoje há um grande preconceito por parte do grande público. "Na Europa, ainda é muito pequeno o grupo que admira esse movimento. Acredito que o principal problema é que as pessoas não consideram que a arte contemporânea seja arte", explica Laurance.
A videoarte digital começou na primeira década do século 20 - época do início das manipulações de imagem com o uso das técnicas de animação. Essas produções artísticas, no entanto, sempre se mantiveram isoladas do sistema. Mas, nos últimos 10 anos, verificou-se um fortalecimento da videoarte digital devido, principalmente, à explosão da internet e do entretenimento eletrônico. "A popularidade de filmes que se aproximam mais da animação do que da realidade, como 'Tomb raider', é um outro fator de incentivo. E é apenas o começo", aposta Laurance. A busca por um mundo de sonhos é um dos principais motivadores da produção de videoarte digital, justificando a presença intensa de ficção em quase todos os filmes.
Laurance, que é colaboradora das revistas francesas Flash art e Beaux arts, diz que a simulação da realidade é sempre vista com olhar cínico e humor. "É divertido. Os filmes são recheados de glamour e cores. Precisamos disso para nos tirar da realidade".
Agrupando trabalhos que utilizam filmes de animação, flash, internet, imagens analógicas e imagens digitais, a mostra fica em cartaz até 11 de julho de 2004. Os artístas incluídos na mostra são Benjamin Moreau, Bruno Samper, Felix Stephan Huber, Feng Mengbo, Haluk Akakce, Italo Zuffi, Jean-Gilles Decosterd, Julien Alma, Julien Baumann, Katarina Löfström, Kolkz, Laurent Hart, Marcel Croubalian, Martin Le Chevallier, Mathieu Briand, Melik Ohanian, Nathalie Novarina, Palle Torsson, Patrick Tuttofuocco, Philippe Rahm, Pierre Giner, Sadie Chandler, Samuel Boutruche, Stéphane Sautour, Sven Påhlsson, Tim White, Tobias Bernstrup, Virginie Barre e Zilla Leutenegger.
A curadora da exposição, Laurent Hazout-Dreyfus, já realizou várias mostras sobre a nova imagem, a vídeo arte e os videogames. em 2001 foi uma das curadoras da Bienal de Lyon e em 2002 fez Game Over Cities / La Ville en Jeu, FRAC Champagne Ardenne. Em 2003 foi uma das curadoras da Bienal de Praga.
Serviço
Arte Digital Vídeo - Mostra de Vídeos, coletiva
Curadoria: Laurent Hazout-Dreyfus
Abertura: 5 de junho de 2004
Visitação: 5 de junho de 2004 a 11 de julho de 2004
Museu de Arte Contemporânea - MAC - Mezanino
Endereço: Mirante da Boa Viagem, s/n – Niterói RJ
Informações: 21 2620 2400 / 2620 2481
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