Esta série inédita mergulha nas raízes ancestrais do povo Guarani, através das lentes do fotógrafo Daniel Sul. A exposição fotográfica Yvy Marãey - A Terra sem Males estará em exibição de 08 de junho a 18 de agosto de 2024
"Yvy Marãey", que significa "busca pela terra sem mal", é o tema central da mostra, que aborda a cultura e mitologia do grupo Guarani
Mbya, a partir de uma investigação visual voltada para a Aldeia Mata Verde Bonita. A curadoria é do direor do MAC, Victor de Wolf.
A mostra contará, em sua abertura, no sábado, 8 de junho, a partir das 10h, com uma singular programação. A partir das 11h, o Aldeamento do MAC com artesanato indígena e roda de conversa no mezanino; e, na praça do museu, apresentação do
Coral Guarani da Aldeia Mata Verde Bonita, celebrando a tradição e a contemporaneidade da música indígena brasileira, às 12h30.
Os Guaranis, o maior povo indígena do Brasil e a maioria entre os indígenas aldeados no Rio de Janeiro, têm percorrido vastas distâncias em busca dessa utopia por mais de 2 mil anos. Esta busca é um traço distintivo de seu povo, marcada pela esperança e resiliência. Atualmente, muitas comunidades Guarani no Brasil têm lutado para recuperar pequenas parcelas de suas terras ancestrais, enfrentando terríveis consequências sociais devido à perda da maior parte de seu território.
A Aldeia Mata Verde Bonita, situada em Maricá, é o cenário e a inspiração para a criação da mostra. Sob a liderança da
Cacica Jurema, filha de D. Lidia, essa comunidade de aproximadamente 200 moradores mantém viva a tradição e a cultura Guarani. Após perderem suas terras na cidade de Niterói, o grupo estabeleceu-se no bairro de São José, na cidade de Maricá, com apoio da prefeitura local e busca pela demarcação da terra que ocupam há mais de 10 anos.
Como uma iniciativa do instituto Terra Verde, a exposição busca trazer visibilidade e fortalecimento à diversidade cultural e à presença Guarani nas terras fluminenses, em resposta ao apagamento e silenciamento de sua cultura e história.
"Ao optar por dar visibilidade à questão indígena através das Artes Visuais, partimos do princípio de que as pessoas só respeitam, defendem e protegem o que conhecem. Partimos, também, da certeza de que uma exposição fotográfica, com conteúdo e qualidade técnica e artística, mostrando a realidade de indígenas que habitam as terras fluminenses, pode ter um grande alcance, fazendo com que um enorme número de pessoas passe a conhecer e a defender a cultura, o direito à terra e a vida desses povos", afirma Leonardo Brandão, presidente do Instituto Terra Verde.
A exposição conta com a participação da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e do Governo do Estado do Rio de Janeiro, do Ministério da Cultura e do Governo Federal, por meio da Lei Paulo Gustavo, além do apoio da Secretaria Municipal das Culturas, da Fundação de Arte e da Prefeitura de Niterói.
Sobre Aldeia Mata Verde Bonita - Há mais de 10 anos, a Aldeia Mata Verde Bonita (Tekoa Ka'Aguy Hovy Porã), do povo Guarani Mbya, está estabelecida no bairro de São José, na cidade de Maricá - RJ, em uma área de 93 hectares cedida pela Prefeitura da cidade em 2013. Desde então, a comunidade Guarani se organiza socialmente, construindo suas moradias, sua casa de rezo e seu cemitério. Ao longo desse período, várias crianças nasceram na aldeia que conta atualmente com cerca de 200 moradores. No entanto, a comunidade está constantemente ameaçada por interesses privados, especialmente devido à falta de titulação de sua terra. Essa situação já resultou em eventos preocupantes, como um incêndio criminoso ocorrido em fevereiro de 2019, que por pouco não atingiu algumas casas da aldeia. Esta situação é parte de um histórico de pressão enfrentada pelos indígenas, que em 2013 foram convidados a se mudarem para Maricá, após terem sido pressionados pela especulação imobiliária a deixarem a área onde viviam há sete anos, no valorizado bairro de Camboinhas, na cidade de Niterói.
Sobre o Instituto Terra Verde - O Instituto Terra Verde, uma organização social sem fins lucrativos sediada em Niterói/RJ, tem se dedicado nos últimos 6 anos ao desenvolvimento de projetos audiovisuais voltados para a cultura dos povos originários. Sua missão central é a defesa e promoção dos direitos dos povos originários, com especial ênfase de atuação no Rio de Janeiro e no Acre. Dentro de uma lógica de parceria e colaboração, o instituto assegura o protagonismo das comunidades e lideranças indígenas. Em parceria com a Associação da Aldeia Mata Verde Bonita e o Instituto Nhandereko, o Instituto Terra Verde está alinhando ações de comunicação e proteção e defesa de direitos em conjunto com as lideranças indígenas Guarani Mbya.
Serviço
Exposição Yvy Marãey - A Terra sem Males
Abertura com Coral Guarani da Aldeia Mata Verde Bonita
Data: 08 de junho, sábado, a partir das 10h
Entrada Gratuita
Visitação: De 08 de junho a 18 de agosto de 2024
Horário: Terça a domingo, das 10h às 18h; Entrada até 17h30. (Incluindo feriados)
Classificação indicativa: Livre
Ingressos: R$16,00 inteira / R$8,00 meia
Gratuidades: crianças menores de 7 anos, estudantes da rede pública (fundamental e médio), pessoas que moram ou nasceram em Niterói, servidoras/es públicos municipais de Niterói, pessoas com deficiência e visitante que chegar ao museu de bicicleta. Meia-entrada: pessoas com 60 anos ou mais, estudantes de escolas particulares e universidades, ID Jovem e professores. Às quartas-feiras a visitação é gratuita para todo público
Local: Varanda do Museu de Arte Contemporânea – MAC Niterói
Endereço: Mirante da Boa Viagem, s/n - Boa Viagem, Niterói - RJ, 24210-390
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