O II Ciclo de Leitura Dramatizada da Atacen e o Solar do Jambeiro, apresentam nesta sexta-feira, 16 de maio de 2014, às 20h, "A Almanjarra", comédia de costumes de Arthur Azevedo, que se passa no ano de 1888, na cidade do Rio de Janeiro.

Tendo como tema o casamento por conveniência, o texto mostra os comportamentos das gerações da belle époque fluminense, suas fraquezas, heroísmos, preferências, diversões e medos. Classificação indicativa livre e entrada gratuita.

"A Almanjarra" conta a história de um pai, senhor Ribeiro, que obriga sua filha Isabel a casar-se com um comendador, homem mais velho e ignorante, enquanto ela, na verdade, está apaixonada por um rapaz de sua idade.

Sob a direção de Ivan de Oliveira e Valério Bandeira, do elenco participam Cristina Guimarães, Ivan de Oliveira, Jéssica Barrreto, Lucimar Sena, Simone Leal e Valério Bandeira.

Arthur Azevedo

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Considerado por muitos como o primeiro comediógrafo brasileiro, o maranhense Arthur Nabatino Gonçalves Belo de Azevedo (1855 -? 1908) teve seu interesse pelas letras ainda jovem. Prosador, poeta, dramaturgo, comediógrafo, crítico e jornalista, iniciou sua literária com o livro de poesias "Carapuças", em São Luís.

Para evitar contato com o "ambiente perigoso" da capital maranhense, seus pais improvisaram nos fundos da casa um teatrinho com palco, cenário e platéia. O pai, vice-cônsul de Portugal em São Luís, escrevia as peças, a mãe a parte musical e no "palco" atuavam os filhos: Arthur, Aluísio e Américo. Não resistindo à atração pelo teatro, sempre que uma companhia na cidade, fugia do trabalho para o Teatro.

Em 1871 escreveu uma série de poemas satíricos sobre as pessoas de São Luís, perdendo o emprego de amanuense (copista de textos à mão). Seguiu para o Rio de Janeiro em 1873, onde após alguns meses, conseguiu pequena colocação, continuava a escrever peças teatrais, contos, novelas e poesias.

Artur de Azevedo, prosseguindo a obra de Martins Pena, consolidou a comédia de costumes brasileira, sendo no país o principal autor do Teatro de revista, em sua primeira fase. Sua atividade jornalística foi intensa, devendo-se a ele a publicação de uma série de revistas, especializadas, além da fundação de alguns jornais cariocas.

Para o teatro, destacam-se também em sua obra "Véspera de Reis", "O Rio de Janeiro de 1877 (1878)", "A pele do lobo" (1877), "O Dote' (1888), "Confidências" (1898) e "O Jagunço (1898)".

Embora jamais tenha se considerado crítico teatral, exerceu regularmente esse gênero paraliterário nos semanários da cidade. Sua dramaturgia, cujo cenário em sua maioria, se passa no Rio de Janeiro, mostra com riqueza de detalhes, como vivia a geração da belle époque fluminense, suas fraquezas e heroísmos, preferências, diversões e medos.

Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira de n° 29, patrocinada por Martins Penna.

O projeto Ciclo de Leitura Dramatizada iniciado há 5 anos pelo Fórum de Artes Cênicas de Niterói, atualmente realizado pela ATACEN (Associação dos Trabalhadores em Artes Cênicas de Niterói), proporciona à cidade de Niterói e arredores o contato e acesso a textos importantes de grandes autores do teatro brasileiro e mundial. Com leituras produzidas e encenadas pelos melhores profissionais atuantes na cidade.


Serviço

II Ciclo de Leitura Dramatizada
"A Almanjarra", de Arthur Azevedo
Data: Sexta-feira, 16 de maio de 2014
Horário: 20h
Classificação indicativa: livre
Lotação: 70 pessoas
Entrada Franca

Local: Solar do Jambeiro
Endereço: Rua Presidente Domiciano, 195, Boa Viagem, Niterói-RJ
Telefone: (21) 2109-2222

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Publicado em 02/05/2014