Sábado é sempre dia de comemorar. Seja por representar o primeiro dia de descanso depois de uma semana de trabalho e estudos, seja pela chegada do dia de viajar ou por aquela festa pela qual tanto se esperou. No entanto, este sábado tem um motivo especial de alegria. Isso porque há exatamente um ano nascia o Teatro Popular de Niterói, sexta obra de Oscar Niemeyer na cidade, que abriu as portas para a acessibilidade do público em geral à cultura.

Para a diretora do Teatro, Marilda Ormy, o espaço está conseguindo firmar-se no calendário cultural da cidade e esse primeiro ano, apesar das dificuldades, foi um sucesso. "Foi um ano riquíssimo. Essa é a palavra que mais define esse primeiro aniversário do teatro. Fizemos muitos investimentos de energia, financeiro e, o mais importante, físico. Já que a nossa equipe é reduzida, acabava que cada um fazia o trabalho dobrado ou triplicado. Mas foi muito gratificante, pois conseguimos, de pouquinho em pouquinho, fazer com que o Teatro Popular aparecesse no cenário cultural da cidade"

Já passaram pelo palco do Teatro Popular, nomes como Jorge Aragão, José Mayer, Bia Bedran, Cidade Negra, Monobloco, Beth Carvalho, Diogo Nogueira, Elisa Lucinda, além de grandes eventos como o Carnaval Multicultural do Recife.

"Os shows externos foram importantíssimos para a divulgação do espaço. Em janeiro, realizamos o Carnaval, com Monobloco, Bloco do Vigário, Orquestra Popular Céu na Terra, e foi um sucesso. Foram 32 mil pessoas no evento. Esse show, assim como os anteriores, ser viram para tornar o teatro mais conhecido pelos niteroienses", diz Marilda.

Para a diretora, a falta de verba para publicidade não é motivo para desanimo e, muito menos, para quebrar a essência do teatro e vir a cobrar entradas mais caras.

"Eu luto para que todos os eventos custem no máximo R$ 10. Afinal o teatro é popular. Isso, às vezes, causa frustração em grandes artistas que se recusam a fazer shows a esse preço. Mas a essência do teatro é mantida, e isso é o que importa mais"

E sendo um dia tão importante para a cidade, esta data não poderia passar em branco.

Afinal, de abril de 2007 a março de 2008, a casa recebeu 330 espetáculos com mais de 105 mil ingressos vendidos. As apresentações incluíram shows, peças teatrais, musicais, saraus de poesia, exibição de filmes, eventos literários e conferências.

Mantendo a alegria e a qualidade, foi preparada uma programação para lá de especial para a comemoração deste primeiro ano tão recheado de sucessos. A festa começa hoje, a partir das 17h, com apresentação da Grande Cia. Brasileira de Mystérios e Novidades, com o espetáculo Gigantes Pela Própria Natureza, e segue com shows de Renato Rocketh e dos grupos Farofa Carioca e Raiz do Sana.

"A festa vai ser linda, muita animação e alegria. Iremos comemorar esse primeiro aniversário do jeito que o teatro merece. Mas não vamos parar por aí, agora é pensar no futuro e em maio há a possibilidade de realizarmos um grande evento para comemorar o Dia do Trabalhador. Estou correndo atrás disso", diz a diretora.

Convidados especiais no 'Parabéns'

Os convidados a comandar o evento prometem agitar o público em uma festa que vai muito além do Parabéns pra você. O espetáculo 'Gigantes pela própria Natureza', por exemplo, traz uma orquestra itinerante de rua sobre pernas de pau, formada por 23 jovens de comunidades de baixa renda e oito artistas da Cia. de Mystérios. O grupo se baseia nas músicas tradicionais indígenas, africanas e europeias, referenciadas na obra do modernista Mário de Andrade.

Já o 'Raiz do Sana', que está completando dez anos, toca forró pé-de-serra, combinando os baiões, xotes e xaxados com elementos de outros estilos musicais, como o rock, a salsa, samba, soul e maracatu. Formado por Tati Veras (voz), Elysio (baixo), Rodrigo Ramalho (sanfona), Léo Oliveira (cavaquinho, guitarra), Grank Furtado (zabumba), Phinha (percussão) e Rodrigo Bucair (percussão), o Raiz do Sana surgiu no Vale do Sana, distrito de Macaé e já se apresentou ao lado de grandes nomes da música brasileira.

Terceira atração da noite, 'Renato Rocketh' apresenta seu novo som reggae-dance, através de releituras de suas músicas que foram gravadas por cantores como Sandra de Sá (Lucky), Evandro Mesquita (Gata no Cio) e Cazuza (Eu Quero Alguém), além de canções como 'Você me Aquece', 'Going to Jamaica', que estão no CD 'Magonfueira'.

Encerrando a programação de aniversário, sobe ao palco do Teatro Popular o grupo Farofa Carioca, formado por Mário Broder (vocal), Sérgio Granha (baixo), Sandro Márcio (tantan), Wellington Coelho (congas/bongos), Valmir Ribeiro (cavaquinho) e Carlos Moura (trombone), que mistura os mais variados ingredientes sonoros para criar um "prato musical" que tem a cara do Brasil. No repertório, músicas do CD 'Moro no Brasil', como 'São Gonça', 'Doidinha', 'Bebel' e 'Lei da Bala', além de novas composições do grupo e canções de artistas renomados da MPB.

Matéria de Lygia Freitas e Hugo Rodrigues publicada originalmente em O Fluminense








Publicado em 12/08/2022