O espetáculo "A Vida Não é Justa", que ocorreria de 2 a 4 de setembro, no Teatro Oscar Niemeyer, foi cancelado. Quem comprou o ingresso pelo site Sympla terá estorno automático, conforme garante a plataforma. Aqueles que adquiriram a entrada na bilheteria do Teatro devem comparecer ao local para o estorno do valor gasto.
Espetáculo inspirado nos relatos da Juíza Andréa Pachá
O Teatro Popular Oscar Niemeyer recebe, em curta temporada, de 2 a 4 de setembro, a peça "A Vida Não é Justa", baseada no livro homônimo de Andréa Pachá, lançado em 2012.
Dez anos depois, em projeto idealizado pelo produtor Eduardo Barata, a publicação ganha dramaturgia de Delson Antunes e direção de Tonico Pereira. Sucesso de público, a primeira temporada do espetáculo ocorreu no SESC Copacabana. Na sequência, houve apresentações no SESC Tijuca e seguiu para circulação em São Gonçalo, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Barra Mansa, Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo e, agora, chega a Niterói.
“A gente pode viver grandes guerras, pode viver grandes hecatombes, mas no final o que define a nossa vida são essas pequenas questões que acontecem entre o nascimento e a morte. Como é que a gente ama, como é que a gente se relaciona, como é que a gente lida com a perda? Essas questões são as questões que me interessam, e que nos interessam como humanidade, interessam para o teatro. E é por isso que conflitos, aparentemente tão banais, acabam despertando tanto interesse, porque eles falam de quem nós somos”, afirma a escritora Andréa Pachá.
Em 2016, o livro composto por 35 contos foi adaptado para a televisão e apresentado em um quadro no Fantástico, com Glória Pires interpretando a juíza. Para a versão teatral foram escolhidas 8 histórias, além do prólogo. “O trabalho de dramaturgia do Delson Antunes é de sintonia fina com a Pachá, e para nós realizadores práticos, atores, diretor, não foi difícil captar o que eles queriam transmitir com o texto”, explica Tonico.
O elenco é composto por alguns medalhões da indústria, como Léa Garcia, única atriz brasileira a ter trabalhado num filme que recebeu um Oscar. Léa coleciona mais de 80 trabalhos no cinema, televisão e teatro, e em “A Vida Não é Justa”, a atriz, que interpreta três personagens diferentes, comenta o convite inicial para dar vida à ‘Molhadinha 25’: “eu me questionei, afinal sou uma senhora de 89 anos, mas eu me lembrei que sou uma atriz e a Molhadinha apareceu [...] recentemente só me chamavam para fazer Mãe de Santo ou mulher preta – agora foi para fazer, simplesmente, uma mulher.”
Outro gigante que fará parte dessa produção é Emiliano Queiroz, que começou sua carreira cedo, com apenas 14 anos, nas rádios. Lenda da era do rádio e veterano do teatro, da TV e do cinema, o ator completa 70 anos desde sua estreia nos palcos e conta com mais de 120 personagens interpretados. Emiliano recebeu com alegria o convite de Eduardo Barata para participar da peça. “Precisava me exercitar. Não gosto de me sentir enferrujado. Foram dois anos que fiquei parado pela pandemia.”
O elenco, além de Léa e Emiliano, é composto por Lorena da Silva, Bruno Quixotte, Duda Barata, Marta Paret e Rafael Sardão.
A Justiça será acionada como tema central do espetáculo, com a função de solucionar conflitos, mas também de lembrar que “a felicidade não é um direito, muito menos uma obrigação. Compreender nossa humanidade nos faz mais responsáveis pelo nosso destino”, nas palavras da autora. Nesta encenação teatral, propõe-se um jogo no qual os atores e os personagens se revezam, ora na tarefa de vítima, ora na função de acusado, trazendo para a reflexão temas como diversidade, igualdade, justiça, respeito, tolerância e conflitos relacionais. “Cada ator vive mais de um personagem, dessa forma, o figurino se torna um elemento central para que o público reconheça de imediato essas mudanças”, comenta a figurinista Fernanda Fabrizzi. Ao longo do espetáculo, quase todos os atores estão no palco durante todo o tempo, seja em cena com a juíza, ou fora de foco, onde acontecem as trocas, no próprio palco. “Os atores usam uma roupa neutra base e, no decorrer da peça, adereços vão se sobrepondo ao figurino, dependendo do personagem”, explica Fernanda.
A atriz e assistente de direção Marta Paret comenta sobre os personagens: “São todos muito ricos e diferentes. Na separação, enfrentam um momento em comum de ruptura, no qual devem encarar as consequências de suas escolhas para o resto da vida.” A estreante Duda Barata explica como a direção de Tonico a ajudou a superar os desafios de interpretar vários personagens: “Eu sou uma pessoa muito racional, e isso às vezes acaba por atrapalhar. O Tonico me balanceia, ele domina os sentimentos de forma maestral, suas dicas são pontuais e certeiras.”
O amor acaba, divórcios acontecem, investigações de paternidade são necessárias, os filhos sofrem, reconciliações ocorrem, situações inusitadas e cômicas transformam-se em soluções e as famílias adquirem novas estruturas. Interpretando a juíza, Lorena da Silva comenta sobre dar vida a uma personalidade de reconhecimento como Andréa Pachá, “é uma honra e um barato. Tive a chance de estar com ela antes dos ensaios e receber toda essa energia para entrar em cena. É um presente.”
Ficha artística e técnica do evento
Texto: Andréa Pachá; Dramaturgia: Delson Antunes; Direção: Tonico Pereira; Idealização: Eduardo Barata; Produção: Barata Produções; Elenco: Léa Garcia, Emiliano Queiroz, Lorena da Silva, Bruno Quixotte, Duda Barata, Marta Paret, Rafael Sardão e Lui Nacif (stand-in); Gesto e movimento: Marina Salomon; Assistente de direção: Marta Paret; Cenário: Paulo Denizot e Jana Wendling; Figurinista: Fernanda Fabrizzi; Assistente de figurinista: Tuca Lima; Iluminação: Paulo Denizot ; Trilha Sonora: Máximo Cutrim; Visagismo: Fernando Ocazione; Diretor de palco/assistente de produção: Tom Pires;
Operador de luz: Rogério Medeiros; Operador de som: Gutto Dutra; Programação visual: Ricardo Barata; Fotos: Cristina Granato; Vídeos: Pedro Murad; Direção de produção: Elaine Moreira; Coordenação geral: Eduardo Barata.
Serviço
A Vida Não é Justa
Data: 02 (sexta), 03 (sábado) e 04 (domingo) de setembro
Horário: sexta e sábado, às 20h; e domingo, às 19h
Duração: 75 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Ingresso: R$ 30 (inteira)/ R$ 15 (meia)
Vendas pela Sympla
Local: Teatro Popular Oscar Niemeyer
Endereço: Rua Jornalista Rogério Coelho Neto, s/nº, Centro