"O reciclável se faz objeto de contemplação a partir de matérias primas como moedas, fotos, botões, CD’s, lantejoulas, disquetes. Seja em uma casa com tema, cartas de tarô ou mesmo paisagens, a atenção se faz necessária e prazerosa. Acredito que o artista tenha que transcender o humano na contemplação do cotidiano, de posse das informações nos devolve o observado em seu produto artístico. Mauricio faz isso com a maestria dos obstinados." (Cássio Cavalcante, escritor)
Nascido em Niterói, em 30 de maio de 1964, Maurício Kiffer teve uma formação artística bastante diversificada, incluindo cursos de Desenho Publicitário, com Nilza Leitão, 1986; Pintura, com Roberto Magalhães, na Escola de Artes Visuais do Parque Laje – RJ, 1992; Colagem, com Pojucan, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 1992 e Estudo da Cor, com Umberto França, na Sala Raul Seixas do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno-CCPCM – Niterói, 1993.
Desde o início da década de 1990, Maurício Kiffer vem apresentando seu trabalho em várias exposições individuais, entre as quais O Tarô, CCPC – Niterói, 1992; Cotidiano, Conjunto Cultural da Caixa – RJ, 1993; 29: Uma Homenagem ao Legião Urbana, SESC Niterói e SESC Nova Iguaçu, 1994; Desenhei Essa Canção Pra Você, Circuito Singular – Niterói, 1994; Colado em Niterói, Galeria de Arte da Igrejinha – Niterói, 1995 e Foto do Poema, Sala Raul Seixas, CCPCM, 1996.
Entre as coletivas e salões de arte, destaque para o Prêmio Brasília de Artes Plásticas, Museu de Arte Contemporânea de Brasília, 1990; 5 Artes, Circuito Singular – Niterói, 1992; Braços Abertos, Estação Cantareira - Niterói; Estados Unidos da Bola Brasil e 100 Anos de Ipanema, Gramatura - RJ, as três últimas em 1994; Quebra-cabeças, Galeria de Arte da Igrejinha – Niterói, 1995; 48 Contemporâneos, Galeria de Arte da Universidade Federal Fluminense / Museu do Ingá – Niterói, 1996 e Universidarte, Universidade Estácio de Sá – RJ, 1997. Sua obra está representada no acervo da Fundação de Arte de Niterói- FAN.
Para Gilson Magalhães, "a principal característica do trabalho de Maurício Kiffer é a multiplicidade de informações visuais. Cada quadro é um verdadeiro mosaico. Fotos, recortes, moedas, botões, fios e muitos outros objetos integram suas criações, que quase sempre carregam uma ideia central."
Luiz Sérgio de Oliveira diz que "Maurício Kiffer, trabalhando sempre em séries fechadas, desenvolvidas a partir de uma concepção clara e objetivo preciso, vem também desenvolvendo um importante trabalho de resistência ao dedicar-se a um meio de expressão - a colagem - que parece cada vez ter menos seguidores entre nós. Artista jovem, porém com um percurso já extenso, tem demonstrado grande capacidade de concentração e de realização no desenvolvimento de seus projetos, conforme ficou evidenciado em recente exposição individual realizada na Galeria de Arte da Igrejinha, Niterói."
Para Carolinas Lins, designer de Interiores, "falar sobre Maurício Kiffer e seu trabalho é falar sobre a expressão mais forte da alegria de viver que já vi. Seus trabalhos usam e abusam das cores, porém sem ficar cansativo ou saturado, aproveitam materiais que muitas vezes seriam descartados e geram sempre uma sensação de evolução. O uso de diversos materiais, que nunca esperaríamos que fossem usados juntos, inspiram e surpreendem. O cuidado com os detalhes conta uma história única e diferente em cada pedacinho, mas sem fugir da ideia principal. Para mim essa obra transborda alegria e brasilidade! Sempre ao apreciá-la me pego percebendo algo inédito, como se ela estivesse viva e mudando a cada segundo."