Rafael Pinto Vicente nasceu em março de 1976, em Niterói. Ingressou no curso de Pintura da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, concluído em 2005. No ano seguinte, foi selecionado para pesquisa em restauração e conservação de papel no Núcleo de Processamento de Dados da Faculdade de Arquitetura da UFRJ, como bolsista do CNPQ. Fez curso de Espaço Contemporâneo com Iole de Freitas, no Parque Lage, 2005.
A partir de 1999, o artista começou a desenvolver diferentes técnicas e a utilizar materiais diversos em seus trabalhos, fazendo incorporações de matérias feitas de carnaúba e asfalto à pintura e empregando outros modos e atitudes em grandes formatos, focalizando e apropriando-se de Estaleiros e Construções.
Rafael Vicente também trabalha com pintura de cenários para televisão, teatro e cinema. Dentre as principais pinturas, é possível citar "Inimigo do Povo", para a Casa Gávea – RJ, 1997 e "Rosita", também para a Casa Gávea, 1999. No mesmo ano, pintou "Princípio e Fim", para o Planetário da Gávea – RJ e "A.M.I.G.A.S.", para o Teatro Clara Nunes – RJ. Em 2001, executou pinturas para o programa Brava Gente e para a novela A Padroeira, da Rede Globo – RJ.
Foi diretor geral de Artes do Colégio Niterói, 1994/2008; diretor de Artes Visuais do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno - Niterói, 2006; diretor Cultural do Espaço RV Arte Contemporânea – Niterói, 2007/2008, diretor Cultural do Solar do Jambeiro – Niterói, 2007/2008 e Subsecretario de Cultura de Niterói, 2008/2012.
O artista realizou exposições individuais no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno – Niterói, 1994/2001/2002; no Museu Antônio Parreiras – Niterói, 1995; no Centro Cultural Alliance Française – Niterói, 1997; no Centro Cultural IBEU Copacabana – RJ, 2003; Centro Cultural Cândido Mendes , Grande Galeria – RJ, 2004; Galeria Pirâmide – Lisboa – Portugal, 2006 e Espaço de artes visuais RV – RJ, 2007.
Participou de exposições coletivas no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno- Niterói, 1996; na Escola de Música da UFRJ, 1997; no Atelier Aberto, na UFRJ, 1997; na Universidarte, Universidade Estácio de Sá – RJ, 1998. No ano seguinte, participou de exposições no Museu da República – RJ e no Centro Cultural Liceu de Artes e Ofício – SP. No ano 2000, integrou as mostras do Núcleo de Arte Contemporânea, FUNJOPE – PA; do "Chiostro de San Luigi" – Itália; do Prêmio Maimeri – Itália e do Prêmio Heineken, no Museu Heineken – Holanda. Também integrou as exposições "Livre Olhar…", no MAP, 2001, e "Niterói Arte Hoje", no Museu de Arte Contemporânea – Niterói, 2002. Ainda em 2002, participou do II Salão de Artes de Belo Horizonte – UNI-BU; da exposição "Novíssimos 2002", na Galeria IBEU Copacabana; da edição da exposição "Niterói Arte Hoje", no Centro Cultural Candido Mendes – RJ, 2002; "Ocupação" no Espaço Virtuosi – Niterói , "Sete Essências para o Híbrido de hoje" no Conjunto Cultural da Caixa – Grande Galeria – RJ, " Novíssimos" no Centro Cultural IBEU Copacabana – RJ, 2003; MARP Museu de Arte de Ribeirão Preto – SP, 2004 e 2005; "Atos Pictóricos" no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno – Niterói, 2004; "Assentamento" – Centro Cultural Paschoal Carlos Magno – Niterói, 2005; "Faixa Seletiva" no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno – Niterói e MUVART na Bienal Internacional de Moçambique – Maputo – África, ambas em 2006; "70 artistass" no Centro Cultural IBEU Copacabana – RJ, 2007; Jeune Création Contemporaine, Nerret – Paris e Shain Gallery – NC, 2008.
Rafael Vicente foi professor de Arte do Colégio Niterói, 1994 a 2008; de Pintura Atelier Paragó, La Salle – Niterói, 2002 e 2003; de Pintura do Espaço Virtuosi – Niterói, 2004 a 2006; de Arte Contemporânea do Espaço RV, 2008; professor de Pintura (2005, 2006 e 2007) e Teoria da Pintura (2007), da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ).
Entre suas curadorias, destacam-se "Aloha" no Centro Cultural Universo – Niterói, "Aruanda" no Centro Cultural Ver e dicto – Niterói, 2006; "Outros Paralelos", "Possíveis Novas Tecnologias" e "Faixa Seletiva" no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno – Niterói, todas em 2006; "raízes" no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno e "Aloha " no Museu do Surf da Austrália – Torquay, ambas em 2007; e Instituto Cultural Germânico e Solar do Jambeiro, ambas em Niterói e em 2008.
O artista foi homenageado, em 1999, com o Prêmio Maimeri Brasil, no Liceu de Artes e Ofício – SP e com o Prêmio Heineken, no Museu da República – RJ. Foi selecionado para o IX Salão de Arte Contemporânea de João Pessoa – Paraíba, 2000, e indicado para a Bienal Internacional de Moçambique, 2006. Foi premiado no "Novíssimos IBEU de Artes Plásticas" do Centro Cultural IBEU – RJ, 2003 e no MARP, Museu de Arte de Ribeirão Preto – SP, em 2004 e 2005. Em 2004, Prêmio IBEU de Artes Plásticas no Centro Cultural IBEU – RJ, como Melhor Exposição do Ano, o prêmio foi uma viagem para Nova Iorque.
Críticas
"Uma das primeiras preocupações de Hegel, que aparece no início de sua ‘Estética’, foi a de afirmar que arte não deveria ter como finalidade, a imitação da natureza. Para ele, ‘qualquer instrução técnica, um navio, por exemplo’, poderia proporcionar ao seu criador muito mais alegria, pelo simples fato de não ser imitação, pois surge como invenção original. As pinturas de Rafael Vicente sempre me fazem voltar a Hegel. Rafael parte de embarcações, seus navios "particulares", com quais alimenta a imaginação. Em sua arte a finalidade não é imitação. Ele constrói seus barcos a partir de múltiplos apelos que estão na natureza, nos estaleiros, ancorados nos portos, mas faz através de um zoom, próprio, pelo qual amplia cada parte até a desmesura. São suas invenções. Ele traz para si apenas um pedaço do universo de todos os barcos, como se fosse preparar uma lâmina para análise. Então ele o torna macro, o expande até não ser possível retê-lo em qualquer tela e dele toma a parte e da parte faz o todo. É assim que ele faz pintura. Suas telas não têm títulos. São pinturas de Rafael Vicente. Na tela ficam resíduos icônicos, as negas de céu ou mar, os brilhos refletidos da água numa luz que ainda, como dizia Hegel, não conhecerá o pôr do sol uma vez que nunca experimentará o ocaso. Na superfície da tela a tinta é espalhada em largas pinceladas, vigorosamente, para reter a imponência de um mastro ou para revelar a gestualidade do artista que imprime sua cor na rica fatura parte matéria que adere ao plano. Sua obra impõe o silêncio, nos obriga o devido recolhimento para podermos procurar o ângulo, buscarmos o afastamento e enquadrarmos sua pintura em nossa própria imaginação. Às vezes um indício se revela através de letras, quem sabe pintadas em algum casco, em outras é uma sombra projetada que teima em nos garantir que estamos no mesmo espaço ilusório daquela tridimensionalidade. Contudo, sua pintura é sangrada na tela, ou seja, o corte se dá num pedaço do tema que se expande para além da tela, ou seja, o corte se dá num pedaço do tema que se expande para além da tela, e nos faz pensar em alguns momentos da pintura informal do século XX, onde os elementos picturais eram distribuídos de tal forma que pareciam se prolongar para além de suas bordas, no chamado all-over, onde o todo não está presente, pois elevado ao infinito. Assim é a pintura de Rafael Vicente. Um pedaço que ele arranca dos estaleiros retira do balanço das ondas e imobiliza na sua pintura para fazê-los crescer indefinidamente, subjugando nossa imaginação ao seu comando e, ao mesmo tempo nos permitindo navegar". Drª. Angela Ancora da Luz; Historiadora e Crítica de Arte – Diretora da Escola de Belas Artes da UFRJ
"Principal destaque na exposição NOVÍSIMOS 2002, a pintura de Rafael Vicente baseia-se claramente na observação – os temas são extraídos de um lugar pitoresco da Baía de Guanabara, nos estaleiros em Niterói, que abrigam antigas e coloridas embarcações, encostadas a um cais ou a outra embarcação, em situações às vezes peculiares. De modo geral, a pintura de Rafael apresenta uma linguagem pessoal, capaz de reações intensas e inesperadas. Dele, já em 1995, escrevia o pintor Cláudio Valério Teixeira: ‘(…) não se trata de um pintor de paisagem, mas de um artista que busca se integrar na natureza. Na maneira de compor, na captação de luz, ou mesmo nas nuances de cor revela-se um talento que já exprime personalidade. (…) Nas dificuldades e adversidades do panorama da arte atual, nos inúmeros rumos a seguir, Rafael abraça as composições como grande forma de expressão.’ Reais e convincentes, suas imagens cruzam a tela, algumas invadem os limites do quadro. O aspecto material da superfície, o modo de fazer é o grande momento desse mundo de objetos especialmente construídos. Mas o que faz, no entanto, o encanto enigmático da sua pintura é a atmosfera que ele cria, e o respeito pela natureza, que o autor traduz com espontaneidade e determinação. Há uma certa similitude entre as figuras que só se diferem quanto à relação das dimensões; a forma de expressa-las, contudo, revela a importância da cor, o desejo de captar os traços essências, e de manter uma estrutura perspectiva definida. A prática da pintura de cenas marítimas é, para ele, uma maneira de ser e de existir. Assim, a pintura de Rafael Vicente faz o que uma obra de arte deve fazer: incorpora, à feição do artista, uma sequência de indicações plásticas, que servem para mostrá-la como forma expressiva e autêntica". Adir Botelho; Artista plástico – Curador do Centro Cultural IBEU Copacabana
Formação
2000 | Bacharel em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ, Rio de Janeiro;
2000 | Análise e inserção na produção contemporânea- Espaço Contemporâneo, com Iole de Freitas EAV, Parque Lage, Rio de Janeiro;
2000 | Cursos teóricos com Fabiana de Moraes e Suzi Coralli;
Exposições Individuais
2022 | Museu de Arte Conteporânea | Niterói | RJ
2009 | Casa Brasil – Galeria Principal- Madrid | Espanha
2009 | Casa de Cultura - Plaza del Trigo - Aranda de Duero| Espanha
2009 | Casa Pablo Del Barco l Sevilha | Espanha
2009 | Casa de Cultura - Burgos| Espanha
2009 | Galeria Esquina - Espaço de artes visuais RV| Niterói
2008 | Galeria Elaine Mourão – Rio de Janeiro | RJ
2008 | Galeria Esquina - Espaço de artes visuais RV| Niterói
2007 | Galeria Esquina - Espaço de artes visuais RV| Niterói
2007 | Espaço de artes visuais RV | RJ
2004 | Centro Cultural Cândido Mendes, Grande Galeria | RJ
2003 | Centro Cultural IBEU Copacabana - Rio de Janeiro | RJ
2002 | Centro Cultural Paschoal Carlos Magno | Niterói | RJ
2001 | Centro Cultural Paschoal Carlos Magno | Niterói | RJ
2000 | Centro Cultural Paschoal Carlos Magno | Niterói | RJ
1997 | Espaço Cultural Aliliance Française | Niterói | RJ
1995 | Museu Antônio Parreiras | Sala Contemporânea | Niterói | RJ
1994 | Centro Cultural Paschoal Carlos Magno | Niterói | RJ
Principais Prêmios e Indicações
2006 | Bienal Internacional De Moçam Bique| Maputo Moçambique.
2005 | Marp, Museu de Arte De Ribeirão Preto | SP
2004 | MARP, Museu de Arte De Ribeirão Preto | SP
2004 | Prêmio IBEU de Artes Plásticas; Exposição do Ano |Centro Cultural IBEU
2003 | Novíssimos 2003 | Centro Cultural IBEU | RJ
2000 | IX Salão De Arte Contemporânea De João | Pessoa - Paraíba
1999 | Bienal - Maimeri Brasil |São Paulo / SP
1999 | Prêmio Heineken Novos Talentos | Museu Da República - Rio De Janeiro /RJ-Prêmio Aquisição
Teatro | Televisão e Cinema
1994 | Pano de Boca – Festival Niteroiense de Esquete | Teatro Abel Niterói /RJ
1995 | Painel da "PRÉ – ESTRÉIA 95" – Teatro Abel – Niterói / RJ
1997 | Pintura de Arte – Rachel de Queiroz – Fortaleza / CE
1997 | Pintura de Arte da peça "O Inimigo do Povo" Dir. Domingo de Oliveira – Casa da Gávea - Rio de Janeiro / RJ
1999 | Pintura de Arte da peça "Roleta"- Dir. Cristina Pereira – Casa da Gávea Rio de Janeiro/RJ Indicado para o Prêmio Shell e Coca-Cola
1999 | Pintura de Arte da peça "Princípio e o fim"- Dostoievski. Dir. Domingos de Oliveira- Planetário da Gávea – Rio de Janeiro /RJ
1999 | Pintura de Arte da peça “A.M.I.G.A.S.”- Produção Luana Piovani. Dir. Cristina Pereira - Teatro Clara Nunes – Shopping da Gávea – RJ
Gestor Cultural
2008 a 2012 | Subsecretario de Cultura
2010 | Intervenção Urbana - Video, Graffiti e performance; postes, asfalto e fachadas. Dialogando com o espaço urbano e a Gastronomia Niterói | RJ
2008 | Shain Gallery | NC
2008 | Jeune Création Contemporaine, Nerret ,Paris
2007 | "70 artistas" | Centro Cultural IBEU Copacabana | RJ
2006 | MUVART | Bienal Internacional de Moçambique | Maputo | África
2006 | “Faixa Seletiva” | Centro Cultural Paschoal Carlos Magno | Niterói | RJ
2005 | “Assentamento” | Centro Cultural Paschoal Carlos Magno | Niterói | RJ
2009 | Diretor Interino do MAC (Museu de arte contemporânea de Niterói) – 2009
2008|2007 Diretor Cultural da Galeria Esquina e Espaço RV arte Contemporânea | Niterói
2005|2006 Diretor do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno , Niterói | 2006
2010|1994 Diretor Geral de Artes do Colégio Niterói ,Niterói | 1994/2008
Experiência Acadêmica Universitária
Professor de Pintura I da Escola de Belas Artes , Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ | 2007 e 2008
Professor de Teoria da Pintura Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de Belas Artes ,UFRJ | 2007
Professor de Pintura I da Escola de Belas Artes , Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ | 2006
Professor de Teoria da Pintura Escola de Belas Artes , Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ | 2005
Experiência | Professor
Professor de Artes, Colégio Niterói, Niterói | 1994 / 2008
Espaço RV arte Contemporânea | Niterói | 2008
Professor de Pintura Espaço Virtuosi , Niterói | 2004/ 2006
Professor de Pintura Atelier Paragó, La Salle , Niterói | 2002/ 2003
Programa de Bolsa
Bolsista do CNPq - Restauração de Papel – Iniciação Científica | 1995 e 1996
Principais Curadorias
2008 | Solar do Jambeiro, Niterói
2008 | Instituto Cultural Germânico, Niteroi
2006 | Faixa Seletiva | Centro Cultural Paschoal Carlos Magno | Niterói | RJ
2006 | Novas Tecnologias | Centro Cultural Paschoal Carlos Magno | Niterói | RJ
2006 | Outros Paralelos Possíveis | Centro Cultural Paschoal Carlos Magno | Niterói | RJ Magno – Niterói, 2005; 'Faixa Seletiva" no Centro Cultural Paschoal
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