Professor, político, advogado e jornalista, o capixaba radicado em Niterói, Nilo Neves, foi sempre um homem dedicado às letras, passando em algumas ocasiões pela política. Foi diretor do colégio Liceu Nilo Peçanha, vereador eleito pela antiga UDN e foi o presidente da Fundação de Atividades Culturais que criou, em 1981, o projeto Barca das Sete.

Nilo Neves nasceu no dia 3 de junho de 1908 no município de Santa Isabel, no Espírito Santo. Filho do professor José de Fraga Neves e Margarida Christ, de origem alemã, concluiu o curso primário na escola paroquial de Santa Isabel e, a partir de 1922, fez o ginásio em Juiz de Fora, MG. Em 1939 formou-se em Direito na Faculdade de Vitória, mas iniciou sua vida profissional como professor de português, francês e latim em Cachoeiro do Itapemirim, cidade capixaba na qual viveu por 17 anos, chegando a ser secretário da Prefeitura local.

Casou-se em 1930 com Edith Nunes Neves, com quem teve seis filhos, Yara, Yeda, José Benedito, Henrique César, Antônio Carlos e Ana Maria. Estes lhe deram 15 netos e 9 bisnetos.

Nilo mudou-se para Niterói em 1943, onde passou a lecionar no Colégio Salesiano, no Ginásio Pio XI e no Liceu Nilo Peçanha, escola que dirigiu entre 1956 e 1958. Em 1959, foi eleito vereador pela União Democrática Nacional (UDN), quando elaborou o projeto de Códigos e Posturas, aprovado em 1960.

Exerceu vários cargos na administração pública, entre os quais o de diretor do Departamento de Difusão Cultural do Estado, no Governo Paulo Torres (1964-66), diretor da Caixa Econômica Federal do Rio (1966), secretário de Educação e Cultura de Niterói, na gestão de Emílio Abunahman (1964-71), chefe de Gabinete do Prefeito João Pitombo (1971-72) e, de 1980 a 1983, foi presidente da Fundação de Atividades Culturais (FAC), na gestão dos prefeitos Moreira Franco e Armando Barcellos.

Em sua gestão à frente da FAC, criou os projetos Domingo Clássico, no Teatro Leopoldo Fróes; Verão Cultural, com eventos nas praias da cidade; Ofícios, Artes e Sacrifícios, oficinas para jovens artistas, e em 1981 trouxe, também para o Leopoldo Fróes, o Projeto Pixiguinha, da FUNARTE. Neste mesmo ano foi criado o Barca das Sete, realização que reunia, às quintas-feiras, na Estação das Barcas da cidade, artistas de renome ao lado de novos valores da cidade.

Em 1982 lançou o II Salão de Humor de Niterói, que contou com 800 trabalhos inscritos. O Prêmio Nair de Teffé foi dado a artistas nas categorias cartum, caricatura pessoal e charge. Nilo Neves foi substituído na FAC pelo escritor e historiador Emmanuel de Macedo Soares.

Foi autor, em parceria com o compositor niteroiense Almanir Grego, do hino Vila Real da Praia Grande, gravado pelo parceiro em 1992, num LP lançado pela Niterói Discos, selo institucional da prefeitura da cidade.

Possui, além dos títulos de Cidadão Fluminense e Niteroiense, a Ordem do Mérito Arariboia e a medalha do Mérito Educacional, da Câmara Municipal de Niterói. Em 2000 recebeu o título de Intelectual do Ano, pelo Grupo Mônaco de Cultura. Em 2001 lançou o livro "Pela Janela da Saudade", obra que reúne prosas, crônicas e poemas de uma vida dedicada a lecionar.

Nilo Neves faleceu no dia 3 de outubro de 2005.


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Publicado em 29/06/2021

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