Percussionista e baterista, Márcio Bahia nasceu em Niterói no dia 18 de dezembro de 1958. Sob a influência de músicos na família, começou cedo a aprender música como autodidata, descobrindo o prazer de tocar e ouvir que o acompanha até hoje.
Aos 13 anos começou a tocar bateria. Três anos depois estudava o instrumento com Sérgio Murilo. Estudou também com Edgard Nunes Rocca, o Bituca, uma lenda brasileira da bateria e percussão erudita, e José Cláudio das Neves e Hugo Tagnin, na Escola de Música Villa-Lobos.
Em 1975, formou, com José Maurício, Kika Lott e Mário Rui, o grupo Íris, e também o grupo O Circo, com Byafra, Bolinha, Eduardo Farah, Fernando Bittencourt, e os irmãos Marise, Simiana e Humberto de Resende Pinto. Com O Circo excursionou pelo Estado do Rio de Janeiro, e participou de sua primeira gravação em disco, "Primeira Nuvem" (1979).
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Em 1976, ingressou na Escola de Música Villa Lobos - EMVL, onde fez parte do grupo de percussão da Escola, vitorioso no 1º concurso da EMVL e Colégio da Orquestra Sinfônica Brasileira, em 1979. No mesmo concurso ganhou o Primeiro Prêmio como solista.
Na época, tocava, também, com o grupo de percussão da Rádio MEC. Em 1978 ingressou na Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde permaneceu até o fim de 1980, alternando as apresentações da Sinfônica com a participação em grupos de música popular e rock. Em 1978 tocava com a Banda de Lá, ao lado de Ricardo Rente, Vítor Mansur, Eduardo, Renato e Luís Franco e Paulo Aboud.
Em 1980, formou o Swing Mania, com Raimundo Luis, Mazinho Ventura, Poubel, Renato Franco e Carlos Malta.
Em 1981, entrou na banda de Hermeto Pascoal, onde está até hoje. Com o grupo, tem se apresentado em diversas cidades no exterior, colhendo prêmios e elogios da crítica. Em 1994 participou da UK Big Band, formada por Hermeto Pascoal e grupo, além de grandes nomes do jazz britânico. O show da UK Big Band foi saudado pela crítica do jornal britânico The Guardian como "um dos mais eletrizantes concertos de jazz em anos".
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Márcio com Carlos Malta, na banda de Hermeto Paschoal. Clique para ampliar |
Bahia tocou com muitos músicos internacionalmente conhecidos como Mike Del Ferro, David Friedman, Jan Akkerman, Eliane Elias, NDR Big Band (Hamburg, Germany), WDR Big Band (Köln, Germany), Kluvers Big Band (Aarhus, Denmark), The Norwegian Wind Ensemble (Halden, Norway), entre outros.
No Brasil se emprestou sua música para trabalhos de Roberto Menescal, Wanda Sá, Vittor Santos, Oscar Castro Neves, Johnny Alf, Marcos Valle, Leny Andrade, Joyce, Leila Pinheiro, Carlos Lira, João Donato, Maria Bethânia, Zélia Duncan, João Bosco, Djavan, Ivan Lins, entre outros. Fez parte do Hamilton de Holanda Quinteto, grupo instrumental reconhecido internacionalmente.
Hoje, Bahia divide seu tempo entre o grupo e os cursos e workshops que promove na EMVL ao lado de Itiberê Zwarg, companheiro da Escola. Em 1996 participou do disco de Dino Rangel, lançado pela Niterói Discos.
Em 2011, gravou seu primeiro CD, "Quebrando Tudo", com o quinteto formado por ele, Thiago Nunnes (guitarra), Gustavo Figueiredo (piano e teclados), Frederico Heliodoro (baixo), Daniela Rennó (vibrafone e precussão).
Crítica
"[...] Um músico sozinho em cena: o baterista Márcio Bahia agita suas baquetas num solo atordoante. Um a um, os membros do grupo se juntam ao baterista, só faltando o mestre de cerimônias, o mítico Hermeto Pascoal, para que a festa comece". JEAN-PAUL CRAFF - 1988
"[...] A bateria de Márcio caberia sem favor em qualquer grupo de jazz que se conhece. Em momento algum tentou roubar o show. Apenas, junto com Itiberê, manteve a firmeza do espetáculo, enquanto Carlinhos, Jovino e Hermeto se alternavam em solos que faziam a platéia aplaudir longamente, Mesmo nos improvisos dos solistas podia-se notar a tranqüilidade do baterista, quando os outros músicos simulavam seguidos breques, como se quisessem mostrar ao público o virtuosismo de Márcio Batera". TAVARES DIAS
Marcio Bahia na banda de Hermeto Paschoal. |
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