Escritor, Adelino Magalhães é reconhecido como um dos mais importantes representantes da tradição crítica e historiográfica literária brasileira do impressionismo em nossa literatura, junto a Graça Aranha e Raul Pompéia. Sua prosa é marcada por narrativas que oscilam muitas vezes entre o trágico e a violência naturalista, mas sempre moduladas por espaços e tempos ilusórios, oníricos e alucinatórios.
Nasceu no bairro de São Domingos, Niterói, a 2 de setembro de 1887. Entre 1902 e 1905 frequentou o Instituto Spencer, do Prof. João Carneiro, em Ipanema e depois na rua Real Grandeza e, entre 1904 e 1906, no Rio, a Faculdade de Medicina. Iniciou carreira no magistério, lecionando no Colégio Batista, também no Rio de Janeiro. Entre 1911 e 1912, dirigiu o semanário “O Estado”, de Quatis de Barra Mansa, e formou-se como bacharel na Faculdade Livre de Direito em 1914.
No ano seguinte, foi nomeado Professor do Curso de Adaptação da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro (Escola Sousa Aguiar e, posteriormente, Amaro Cavalcanti), onde lecionou as cadeiras de História e Geografia. Em 1916, publicou seu primeiro livro: “Casos e Impressões” e, em 1917, entrou para a Academia Fluminense de Letras, como sócio-fundador.
Em 1921, Adelino Magalhães, com amigos, funda, no Rio, o "Centro de Cultura Brasileira", que durante sete anos movimentou o ambiente artístico carioca com as "Vesperais Literárias" e prestou serviço à cultura intelectual e cívica da cidade. No dia 8 de junho de 1922, tomou posse da cadeira nº 37, fazendo o elogio de seu patrono, Raul Pompéia, na Academia Fluminense de Letras.
Em 24 de novembro de 1931 casou-se com a carioca Dona Nair Fernandes, com quem teve o único filho, Luís Augusto, nascido em 1932 e futuro doutor em medicina. Em 1936, Zélio Valverde publicou “Obras Completas”, de Adelino Magalhães, por ocasião de seu sexagésimo aniversário.
Em 1951, entre junho e dezembro, passou a dirigir interinamente a Escola Amaro Cavalcanti e, e, 1952, após mais de trinta e sete anos de serviço, jubilou-se como professor municipal. Dez anos depois, em 1961, o Governo Fluminense cria diversos prêmios literários, entre eles um de contos que recebeu o nome de Adelino Magalhães. No ano seguinte, Adelino foi novamente homenageado, mas agora em uma série de conferências sobre Neomodernismo na Academia Brasileira de Letras.
A reunião de suas Obras completas foi publicada em 1963, pela Aguilar, um ano antes de receber da ABL o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra. Faleceu em 1969, no Rio de Janeiro.
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