Cantora, compositora e locutora de audiolivros, Elaine Guedes foi considerada por Nelson Mota uma doutora em "Música Preta Brasileira". A artista, que começou sua carreira estudando Música Clássica e gostando de Rock Progressivo, depois veio a se apaixonar por Aretha Franklin e toda a Soul Music.

Elaine estudou canto por um ano no Conservatório Brasileiro de Música - RJ, seguido de mais três anos de Teoria Musical, Violão e Canto na Escola de Música Villa-Lobos. Foi aluna do famoso cantor de ópera Paulo Fortes, de Maria Domiccia e Grazziela de Salermo. Além disso, Elaine já trabalhou como modelo fotográfica e atriz, tendo cursado a Escola de Teatro Martins Peña.

Começou fazendo backing vocals para vários artistas em Fortaleza e Recife em 1985. Pouco tempo depois estava à frente de um show em Jacarepaguá. Passou pelos palcos do Circo Voador e do Leme Pub, em 1987. Morando em Niterói desde 1986, apresentou, em 1988, o show "Magia" na casa Água na Boca. Em 1989, dividiu o projeto 'Fim de Tarde', no Teatro Leopoldo Fróes, com a cantora Vanessa Rangel. Elaine emprestou sua voz para o jingle do Rio Cine Festival e participou do 3º Festival de Músicas de Carnaval da TV Manchete.

Artista aclamada, já dividiu o palco com grandes nomes da música brasileira. Participou da Banda Vitória Régia, que acompanhava o cantor Tim Maia, foi vocalista do percussionista Repolho e esteve em cartaz no Mama África, sob a direção de Nelson Motta. A cantora participou também da banda Rastaquera, gravou "Rapte-me, Camaleoa" nas coletâneas "Elas Cantam Caetano" e "Global Brasiliens" com Ayrto Moreira, Gilberto Gil e Bebel Gilberto. Também já dividiu o palco com Cassiano e Jorge Bem, além de ter parcerias com Chico Cesar e Moacyr Luz.

Participou de diversos projetos produzidos pela internet, como "I'm a Fox", com Gary Lucas, já indicado ao Grammy, com o qual inaugurou uma aproximação com o Folk. Já com o maestro gaúcho Vagner Cunha, gravou "Pensar em Você". As parcerias internacionais e internautas continuaram com Maurício Oliveira (Rio de Janeiro); Joana Rios (Portugal) e Carlos Luis (República Dominicana / Cuba), entre outros.

Paralelamente, fez seu próprio caminho e realizou temporada no Zeppelin Bar e no Leme Palace Hotel, além de ter se apresentado em diversos projetos no Rio e em Niterói. Em 1992, lançou seu primeiro CD, "Comer", pelo selo Niterói Discos, que foi indicado para o Prêmio Sharp de Música. Na ocasião do lançamento, Djavan declarou sobre a cantora: "Bem diversificada em estilos, Elaine consegue se movimentar dentro deles com swing, feeling. São tais coisas que certamente a levarão longe".

"A minha escola é a música negra. Meu show tem uma linguagem blues, com um toque de bossa nova misturado com que há na MPB atualmente", explica Elaine.

Em 1996, subiu ao palco do Theatro Municipal de Niterói para um show intimista com homenagem a Tom Jobim e Villa-Lobos. Em 1997, ao lado do baixista Tião Neto, participou do projeto "Som da Terra", no Teatro da UFF. Em 1999, na casa de show 'Nó na Madeira', apresentou o show Moonshadow.

Elaine também gravou, de modo independente, o CD "Elaine Guedes", em 1998; "Sem Pressa" em 2001 e "Ao Vivo", em 2004. A música "Fogo", de sua autoria, que esteve na minissérie "A Vida Alheia", da Rede Globo, mostrou seu talento como cantora e compositora. Além disso, lançou dois livros pela Editora Multifoco, "O Amor Nu", com prefácio de Chico César, e "Poemas em Cortes Profundos", prefaciado por Ivan Lins.

Em 2004, estreou o show "Palavras" no Sesc Niterói. Em 2009, subiu ao palco do Teatro da UFF com o espetáculo "Raposa do Século XXI", título de uma canção que Lenine fez para a cantora. Em 2013, estreou, junto ao pianista Misael da Hora, o espetáculo "Quem é essa mulher – Homenagem a Chico Buarque". Entre diversos locais, o espetáculo entrou em cartaz no Teatro Municipal de Niterói, num tributo a Chico e a todas as mulheres que ele canta.

Para ela, os tambores ficam em primeiro lugar: soul music, bateria de escola de samba. O rock, especialmente progressivo dos anos 70, os artistas com quem trabalhou, a música clássica de Vivaldi e Stravinsk e a poderosa Aretha Franklin são influências diretas em seu trabalho. Ademais, a liberdade de Elza Soares, o jeito deslocado e inteligente de João Gilberto, Luz Melodia e Zeca Pagodinho se fazem presentes em sua música.

"Quero ser uma, não quero ser mais uma. Daí a linha do meu trabalho: misturo tudo, o funk com rock, usando as guitarras e baterias que gosto muito. Viver para mim é um passeio".


Notas

"Elaine tem um talento que merece ser reconhecido pela sua versatilidade e pela sua forma única de interpretar. Tive o prazer de dividir o palco com ela e sua performance é excelente". Luiz Melodia

"Driblando adversidades e superando obstáculos eis que surge Elaine Guedes, dona de uma linda voz cristalina e rascante". Arnaldo Brandão

"Lá vai Elaine Guedes, com sua sensualidade, seu balanço e sua voz. Realmente é muito bom no balanço da negritude. Quem quiser seu sex-swing ou swing-sex, que vá atrás". Arthur Maia





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Publicado em 25/05/2023

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