Nascida na cidade de Sendai, no Japão, Keiko Mayama é uma artista especializada em cerâmica que imigrou para o Brasil ainda em 1979. Seu primeiro contato com arte aconteceu aos 13 anos por meio da mãe, que a ensinou a confeccionar arranjos florais tradicionais do Japão: os ikebana. Dessa experiência, surgiu a vontade de explorar a cerâmica. Entretanto, ainda nova, Keiko sentiu a desigualdade do acesso ao aprendizado das técnicas da cerâmica na sociedade japonesa dos anos 1970.

Dando continuidade à sua formação, a artista decidiu cursar Literatura Clássica na instituição Toho Gakuen, em Tóquio. Em 1976, após a graduação, foi estudar inglês na Inglaterra. Uma vez no país, Keiko se matriculou no curso de "Arte Cerâmica" na Escola Politécnica Sir John Cass, em Londres. Durante esse período, a artista conheceu seu atual marido.

A experiência no curso despertou a vontade de se aprofundar no estudo da cerâmica artística, o que fez com que Keiko se matriculasse no Tajimi Design and Research Institute, no Japão. Nesse período, também aprendeu vitrificação em Tajimi, cidade japonesa com histórico milenar de produções cerâmicas.

No começo da década de 1980, Keiko se mudou para o Brasil. Uma vez no país, na cidade de Niterói, a artista participou da Oficina de Escultura do Museu de História e Arte do Estado do Rio de Janeiro (Museu do Ingá). Em 1988, inaugurou seu primeiro ateliê no bairro de Itaipu, na Região Oceânica da cidade. Sua intenção ao abrir o estúdio foi focar na diversidade: "Quanto mais misturado, melhor. Isso se reflete também na arte", afirma.

Nos 10 anos que se seguiram, Keiko atuou como professora de cerâmica em vários espaços culturais e escolas, além de promover oficinas dentro e fora do próprio ateliê. Com foco em Niterói, o trabalho da ceramista influenciou uma nova geração de artistas locais que a enxergam como mestra e grande influência do meio. Durante esse período, Keiko também esteve à frente da Associação de Ceramistas do Estado do Rio de Janeiro, onde ajudou a promover eventos, oficinas, palestras e exposições de cerâmica artística.

Além disso, Keiko também se formou em Arteterapia e frequentou o curso de extensão de "Terapia Expressiva", na Universidade Federal Fluminense (UFF). Outro foco da trajetória da artista é seu trabalho com deficientes visuais no Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro. No Hospital Antônio Pedro, atuou como voluntária, aplicando terapia expressiva para pacientes da seção de Oncologia. Trabalhou também com crianças na Casa Maria de Magdala e com idosos na Casa Convívio, ambas em Nierói.

A artistas já participou das seguintes exposições: "Mostra de Cerâmica - Ateliê Keiko Mayama" (2001), realizada a partir de obras de alunos da artista; "Toque-me" (2008), feita em parceria com o 4X4, grupo de alunos com deficiência visual do Instituo Benjamin Constant e alunos do ateliê de Keiko Mayama; "Os Sentidos da Terra" (2012), acompanhada pelos artistas da Oficina de Cerâmica Benjamim Constant (Rio de Janeiro), do Grupo Luz da Terra (Portadores de necessidades especiais – São Gonçalo) e do Projeto Arte e Arqueologia (Colégio Estadual Ismael Branco-São Gonçalo); "Unus Mundus" (2018), feita a partir de obras dos alunos do ateliê, da Associação Oleiros de Itaboraí, do Coletivo Terapia Expressiva, da Casa Maria de Magdala, Instituto Benjamin Constant e da Casa Convívio dos Anawin, em comemoração aos 30 anos do ateliê de cerâmica de Keiko; "Keiko Mayaama: Um Silencioso caminho na arte do barro" (2019), no Sesc Tijuca; "Bendito Fruto" (2023), expo coletiva realizada no Museu Janete Costa de Arte Popular que homenageia Keiko. Desta última, também participaram seus alunos Alberto Vianna, Lisiane, Angela Mello, Luciana Abreu, Anna Cris, M. Clara Alexandrisky, Bia Araujo, Michele Rocha, Conchita Bijoux, Nina Alexandrisky, Danielle Costa, Pati França, Jessica Morais, Regina Brito, Katia Amorim, Letícia Simões, Selma Brito, Sonia Maria, Lídia Santa Ana e Suen.

Para a artista, "a Arte Cerâmica é fonte de cura, de compartilhamento de boas energias entre pessoas e uma forma de obtermos respostas. Porque nosso desejo e nosso sentimento aparecem na obra. Estamos todos compartilhando um processo, onde tricotamos a argila para gerar identidade mútua e um núcleo de união."

Keiko Keiko Mayama dedica-se também à oficina de cerâmica do Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira, Museu de Imagem do Inconsciente. Além de trabalhar como voluntária aplicando terapia expressiva para pacientes de oncologia no hospital, e para idosos na Casa Convívio, em Niterói.





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Publicado em 25/06/2023

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