Buscando invocar sensações autênticas e interpretações distintas entre os que veem suas obras, Raquel Pádua usa do abstracionismo de uma forma única, o que permite ao espectador entrar em contato com diferentes sentimentos.
Artista visual e designer de joias radicada em Niterói, Raquel nasceu em 1970, na cidade fluminense de Três Rios. Foi aos 13 anos de idade, buscando lidar com conflitos internos, que entrou em contato com seu lado artístico pela primeira vez. Na impossibilidade de verbalizar suas aflições, o encontro com um bloco de notas e um lápis grafite foi a forma que a artista descobriu para liberar suas emoções. Sem ter tido contato com aulas de pintura ou desenho, foi a partir dessa experiência que veio à tona um talento até então desconhecido.
A melhora na autoestima e o desenvolvimento de motivação na vida vieram com o acréscimo de cores aos seus desenhos. A harmonia cromática e os variados traços utilizados foram sempre intuitivos, resultados de uma solicitação interna que conduziam suas mãos para a magia da criação.
Partindo da sua paixão por desenhar, Raquel fez graduação em Desenho Industrial e descobriu outro interesse: o desenvolvimento de projetos. Combinando essas técnicas à sua visão empreendedora, Raquel começou a produzir bijuterias (entre os anos de 2004 e 2007) – e posteriormente migrou para o ramo de joias (de 2007 a 2011) – encontrando nessa experiência a possibilidade de combinar sua visão de mercado com a criatividade inata. Durante esse tempo, ela aprendeu técnicas de produção de estampa para diversas aplicações e produtos, pintura em aquarela e escultura de madeira entre outros. Posteriormente, Raquel fez, na Universidade Federal Fluminense – UFF, um curso de pós-graduação, tornando-se assim, Especialista em Gestão Executiva Empreendedora.
Em 2014, por meio de um convite para produzir sua arte em uma estante com uso de giz, Raquel se viu de volta aos desenhos e pintura sob uma nova técnica – que a permitiu produzir suas primeiras telas. O quadro "Espiritualidade", utilizado para representar sua primeira exposição "Explosão de Sentimentos", na Galeria da Cultura Inglesa, em Niterói, marca a transição entre o uso de giz e o lápis pastel.
E foi nessa técnica que ela encontrou a liberdade que precisava para produzir suas telas, tornando possível utilizar os próprios dedos na confecção da arte – e essa interação mais direta com sua obra permitiu produzir nuances de cores e traços mais fiéis aos sentimentos vivenciados pela artista.
Em 2019 inaugurou na Galeria LaSalle, em Niterói, a mostra "Almas do Bem", um trabalho criado pela artista junto a crianças de 8 a 13 anos, com as quais ela desenvolveu o projeto 'Moleques do Bem'. O projeto, que teve início em 2018, no Centro Juvenil Oratório Mamãe Margarida, ganhou apoio da Ação Comunitária da Universidade Unilasalle. Os trabalhos são o resultado das três oficinas que Raquel desenvolveu ao longo desse período: Criatividade e Criação de Personagens, Arte Abstrata e Empreendedorismo.
O projeto 'Moleques do Bem' ganhou uma Moção de Aplausos pela Câmara de Vereadores de Niterói em 2019 por fomentar a Educação Inovadora e Empreendedora em uma comunidade na cidade.
"Meu processo criativo se dá normalmente quando estou mais introspectiva, num ambiente com energia leve e principalmente em contato com a natureza. Ele se manifesta intensamente em períodos de busca espiritual, renovação interior e de extrema felicidade. Meus desenhos são sempre intuitivos, começo qualquer trabalho com a mente livre e sem pensar em nada, os traços começam a fluir e as cores também, sem qualquer pensamento de combinação. Viro a obra em todas as direções para completar e ao final avalio qual lado eu gosto mais e assino. Não fiz curso de artes plásticas, toda minha construção criativa ao longo dos anos veio através de experimentações de materiais de diversos tipos. A execução das obras é sempre com interferência dos meus dedos para esfumaçar os desenhos e pinturas e trazer minha energia aos trabalhos. Esse é meu grande desafio e motivação: sempre descobrir, sozinha, novas formas de criar e imprimir, nos meus trabalhos minhas emoções." – Conta Raquel de Pádua
Crítica
"Me emocionei com suas inspirações, imaginei suas obras na parede da minha sala. Desejo muita saudade coberta de amor e muita espiritualidade na sua vida, que não te falte equilíbrio com suas amizades e acima de tudo que sua vida seja uma constante renovação. Obrigada pela sua alegria e seu afeto conosco. Jamais deixe o medo molhar seus guarda-chuvas coloridos." (Daniele Mendes)
"Com os dons e a clarividência que Deus lhe concedeu, minha amiga Raquel registra em suas obras, traços bem definidos e coloridos, inerentes a sua vivência pessoal e artística. Sua pintura, enigmática, em um primeiro momento, arquiteta traços e movimentos, modelados por uma profunda projeção de sentimentos. Amor, alegria, tristeza, romantismo, fantasia e devaneios, se harmonizam em cores, para desvendar os mais variados estados do espírito e manifestar a aventura de cada momento. Que seu coração, semeado de imaginação, nasça e floresça a cada dia o desejo de continuar a criar e pintar com tamanha abstração e inspiração!" (Maria Inês de Toledo)
"Alegre, intenso, cheio de sentimento e ao mesmo tempo, leve... O traço de Raquel inspira sensações e emoções diferentes para cada olhar. Todo trabalho é uma viagem ímpar, que nos leva no colo em espirais coloridas, cheias de vida e sentimento." (Elisabete Thess)