A série "Choro", de Antonio Kuschnir, inaugura dia 30 de abril e permanece até junho

Inaugura no próximo sábado (30), a partir das 10h, a exposição “Choro”, do jovem artista Antonio Kuschnir, sob a curadoria de Victor Valery. A mostra, desenvolvida desde o início da pandemia, tem o Museu como primeira instituição a exibi-las, e Antonio é o artista mais jovem a ocupar o salão principal do MAC. São 73 telas, que refletem sobre o poder de julgamento no mundo digital. A realização é da Prefeitura de Niterói, Secretaria Municipal das Culturas e Fundação de Arte de Niterói. A exposição faz parte do cronograma do ciclo "Modernismo(s): A Semana de 22 e Depois" e do programa Cultura é um Direito.

Além de experiência de autoconhecimento, a exposição convida o visitante a refletir sobre a conjuntura política, a desigualdade e os padrões sociais, encarando suas feridas para transformá-las. O artista traz luz à importância da arte como meio de questionamento e revolução na sociedade - e como objetos do cotidiano podem afetar tanto positiva quanto negativamente as relações com pessoas e com o mundo.

Para preparar a série “Choro”, o artista levou em conta o uso excessivo das redes sociais, como gerador de ansiedade e insegurança aos seus usuários, já que, com a pandemia, o contato físico interpessoal precisou ser reduzido. Kuschnir partiu da premissa de que o necessário distanciamento social intensifica aflições já presentes na relação da sociedade contemporânea com a tecnologia. A partir daí, ele aprofunda suas reflexões sobre o mundo atual e presenteia o público com uma série de pinturas que ecoam sobre pandemia, redes sociais e ansiedade.





O choro e o grito aparecem nas telas, em diálogo com monitores de computador, celulares e espadas – objetos ambíguos de gozo, poder, tortura e morte. O objetivo do artista é que as pinturas, que vão de pequena escala a grandes painéis, operem como dispositivos de catarse que possam permitir o confronto, a assimilação e a cura de feridas estruturais, sociais e afetivas. “As mídias digitais, quando utilizadas de forma mal intencionada, podem propagar o terror e a desinformação, por meio de fake news”, disse Kuschnir. Então, em “Choro” são retratados objetos do cotidiano, cada vez mais incorporados ao dia a dia das pessoas, como um veículo de medo e angústia. Como em uma cena da Tragédia clássica, as pinturas trazem a dor em seu ápice. O ‘choro’, neste sentido, pode ser lido tanto quanto substantivo quanto o verbo no ato do artista chorar, em ‘eu choro’. Ativa-se uma polissemia: de início, o desconforto; em outro plano, o convite à reflexão e identificação com representações pictóricas e experiências sociais mais amplas.

De acordo com o curador da exposição Victor Valery, "a elaboração, conclusão e comercialização da série ‘Choro’, de Antonio Kuschnir, é uma vitória para o artista, que não parou um segundo de estudar e aperfeiçoar seu material para apresentá-lo ao mundo retratando sentimentos em um período tão difícil para todos". E completa: "a expressividade dos objetos do cotidiano e a violência nas pinturas são alegorias para mostrar o quão fácil é julgar o outro e ser julgado nos dias de hoje", simbolizando que a tecnologia quando mal direcionada pode ser utilizada como ferramenta de disputa de poder e dominação nas relações contemporâneas. Já para Victor De Wolf, diretor do MAC Niterói, "a pintura de Antonio é cheia de energia e com boas referências históricas, porém sempre atualizadas para o contemporâneo".


SOBRE O ARTISTA

Antonio Kuschnir, nascido no Rio de Janeiro em 2001, inicia sua carreira na pintura aos seis anos, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde faz sua primeira exposição coletiva. Obteve 1º lugar em História da Arte na UERJ e Pintura na UFRJ, onde cursa e realizou sua primeira exposição solo em 2019, na Galeria Macunaíma. Ao longo de 2020-21 realizou exposições coletivas e elaborou esta série. Em seu trabalho, utiliza da pintura e do desenho para representar a pluralidade de sensações que permeiam a existência do ser humano e seus desdobramentos na arte. Sua graduação em Pintura proporciona conhecimentos técnicos e uma pesquisa aprofundada nas questões sociais na Arte, com a qual o artista pretende suscitar reflexões sobre o tema no espectador. Antonio produz pinturas que buscam, em sua representação pictórica, a investigação da complexidade das relações e emoções humanas, dos seus aspectos mais subjetivos a representações de um imaginário coletivo idealizado.

SOBRE A CURADORIA

Victor Valery é de Santos (SP). Formado em Produção Cultural, atua no mercado da arte, curadoria e representação de artistas a nível internacional. Entre os projetos recentes estão o agenciamento dos artistas Antonio Kuschnir, Brenda Nicole, Daniel Jaén, JAMEX, Josh Brandão, Raquel Pater, Ricardo Bueno e Samuel de Saboia. Em 2019, inaugura seu apartamento-galeria no bairro de Higienópolis, em São Paulo. O espaço funciona como escritório de arte, com exposições, cursos e conservação do acervo de seus artistas. Também elaborou o material educativo e o Bjõrk Talks durante a exposição "Björk Digital" no Brasil. Durante a pandemia do coronavírus, lançou a plataforma digital VANDL ART, que promove seus artistas a nível internacional, bem como parcerias em arte, música, moda e tecnologia.


SERVIÇO:

Exposição "Choro", de Antonio Kuschnir
Curadoria: Victor Valery
Abertura: 30 de abril, sábado
Horário: a partir das 10h
Período expositivo: de 30 de abril a 26 de junho de 2022
Visitação: de terça a domingo, das 10h às 18h

Local: MAC de Niterói – Salão Principal
Endereço: Mirante da Boa Viagem, s/nº, Boa Viagem, Niterói, RJ

Ingresso: R$ 12 (inteira) | R$ 6 (meia-entrada) - Têm direito à meia-entrada idosos a partir de 60 anos, jovens de baixa renda com idade entre 15 e 29 anos inscritos no CadÚnico, estudantes de escolas particulares, universitários e professores. É exigida a comprovação do direito ao benefício na bilheteria do museu.

Entrada gratuita para estudantes da rede pública (ensino médio), crianças de até 7 anos, portadores de necessidades especiais, moradores ou nascidos em Niterói (com apresentação do comprovante de residência) e visitantes de bicicleta. Na quarta-feira, a entrada é gratuita para todos.

Venda: pelo site da Sympla ou na bilheteria do Museu. A entrada ao Museu deve ser feita até as 17h30.








Publicado em 21/04/2022

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