Munidos de duas máquinas de escrever “conectadas” por uma mesma tira de papel e câmeras fotográficas, os artistas, Clarisse Lacerda e Vicente Pessoa, realizam um diálogo, por escrito, e uma coleção de fotografias de suas impressões durante o trajeto percorrido, da capital mineira para a cidade de Niterói, bem como a vivência e o reconhecimento do espaço e particularidades da cidade fluminense. Este é o material base para a elaboração da instalação.
Você pode não ver um Uno Mille, um beijo, um tchau. Partida, dentro, formas, as montanhas, essa fumaça, latas de Coca-Cola, outros cigarros, máquinas de escrever. Bilhetes, papéis, árvores, cachorros vadios, praias, fios. Risos, rios, dois laptops, pássaros, os clics, nuvens em formatos variados, sol, asfalto, a grama. Os mares, morros, aquele céu, aqui fora, muitos quilômetros. Cacos, copos, cervejas, cigarros. Lixo, certas letras, dúvidas, sono, pessoas simpáticas, apáticas, postes, plantas, as pontes, esses pingos, cantos, vales.
Uns túmulos, velas, as velhas, um homem sem camisa. Duas camas, cinzas, postos, caminhoneiros, uns banheiros, trilhos, os policiais, rodovias federais, muros, aquelas montanhas, pilastras, as paredes, os políticos, números, certas capelas, janelas. Saia florida, vendas, outro cabelo ao vento, óculos de sol. Crianças na estrada, cestas, quarto, frutas, municípios, vilas, favelas, reai$.
Estrelas, óculos de grau, as corujas, vaga-lumes, aquele trem, a praça, nossa chegada, os volts, a volta; mas é provável que estejam. Ou quase tenham estado. Não nessa ordem, nem nesse lugar.
P.S.: Talvez haja bicicletas.
Projeto Passeio, de Clarice Lacerda e Vicente Pessôa
Centro Cultural Paschoal Carlos Magno
Visitação: de 06 a 30 de novembro de 2008
Local: Galeria Quirino Campofiorito
End.: Rua Lopes Trovão, s/nº, Icaraí (Campo de São Bento)
Tel.:2610-5748
Gratuito
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