Enquanto a obra não termina, as mais de mil peças de artistas nacionais, doadas por um empresário, excursionam pelo país.

Enquanto não chega ao fim a construção do Museu de Arte Contemporânea, no Mirante da Boa Viagem, as obras de arte do seu acervo continuarão na viagem de exposição 'A Caminho de Niterói'. O acervo pertence ao empresário João Leão Sattamini Neto e está no Sesc de Nova Iguaçu, após vir recentemente de São Paulo. São mais de mil peças entre pinturas, esculturas e gravuras, todas de artistas nacionais.

Para o Museu de Arte Contemporânea de Arte de Niterói foram destinadas cerca de 600 peças, que serão doadas ao município através de comodato. Quando o prédio for concluído. No acervo há obras de pintores como Volpi, Antônio Dias, Djanira e Iberê Camargo. Entre os escultores, estão Amilcar de Castro, Sergio Camargo, Nelson Felix e João Carlos Goldberg. A coleção abrange diversas fases desses artistas, do pós-guerra até nossos dias. A maior parte do acervo é de telas, mas também há esculturas em pedra e bronze. As peças, em sua quase totalidade, foram compradas no Brasil.

João Sattamini tornou-se colecionador de obras de arte há 20 anos, o que, para ele, é apenas um hábito. "Algumas pessoas colecionam selos, outras carros, já eu coleciono quadros e esculturas", afirma. Após formar um dos maiores acervos do país, o empresário resolveu mostrá-lo ao público. Sem estrutura própria para levar o projeto a frente, ele começou a emprestar suas peças a museus e instituições do Brasil e do exterior Porem, a ideia de conseguir um lugar próprio para o acervo nunca o abandonou.

A decisão de trazer as peças para Niterói surgiu da amizade com Jorge Roberto Silveira. "A princípio, eu queria qualquer prédio que estivesse em disponibilidade e como já havia a intenção de construir um museu na cidade, resolvemos que o acervo deveria ficar lá", explicou.

Até que o museu seja concluído, o acervo continuará espalhado e em constantes viagens pelo país e exterior. As obras já foram expostas no Paço Imperial do Rio de Janeiro, e no Centro Cultural de São Paulo. Atualmente, ficarão até dezembro no Sesc de Nova Iguaçu. Para lá foram enviadas 100 peças. De acordo com Sattamini, as esculturas de maior volume estão guardadas no Estaleiro Mauá, na Ponta D'Areia, e uma tela de Volpe em breve chegará de Nova Iorque.

No Sesc de Nova Iguaçu estão expostas peças das décadas de 60, 70 e 80, de 45 artistas. Entre eles, Amilcar de Castro, Antônio Bandeira e Ione Saldanha. A exposição abrange o concretismo, o neoconcretismo dos anos 60, a arte conceitual dos anos 70, e a transvanguarda da década de 1980.

Leia também:

O Acervo
Uma Coleção a Caminho de NIterói
Exposição "A Caminho de Niterói", no Paço Imperial


A escultura Parlas é uma criação do premiado escultor Cildo Meirelles.



Originalmente publicado no Jornal do Brasl, em 21/11/1993. A imagem de capa, é obra de Anna Bella Geiger, de 1979








Publicado em 10/02/2023

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