Reconhecida pianista, que desde tenra idade revelou grande pendor pela música, Raymunda Vianna Magalhães nasceu nos primeiros anos do século XX, no estado do Ceará. Ainda criança veio residir na então capital fluminense, onde diplomou-se pela Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil e foi aluna, professora e diretora, por 38 anos, do
Conservatório de Música de Niterói (CMN).
Ainda com 11 anos, Raymunda ingressou no CMN como aluna dos maestros Hernani Bastos, Felício Toledo e José Botelho. Em 18 de abril de 1928, subiu ao palco do Theatro Municipal João Caetano para seu primeiro concerto, interpretando peças de artistas consagrados como Beethoven, Moszkowski, Grieg, Paderewski, Raff e Chopin, executadas com elegância e grande naturalidade.
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Revista Guanabara Fluminense - 1954 |
No início dos anos 1930, presidiu o Curso de Música infantil 'Tarde Brasileira da Infância', que tinha sede na rua Visconde do Rio Branco. Na década seguinte foi aluna da pianista Magdalena Tagliaferro na Escola Nacional de Música, onde se formou em 1948.
Conhecida por sua liderança entre os jovens músicos da cidade, conandou o Grêmio Carlos Gomes, organização criada pelos alunos e ex-alunos do CMN. Raymunda presidiu, nos anos 1960, o Conselho Regional dos Músicos do Estado do Rio de Janeiro, da Ordem dos Músicos do Brasil.
Após quase duas décadas lecionando no Conservatório, em 1956 foi eleita vice-diretora da instituição de ensino. Com a morte, no mesmo ano, do diretor eleito, José Botelho, assumiu a missão de completar o mandato de três anos, sendo a primeira mulher a ocupar o posto. Terminado o período de interinidade, foi eleita em abril de 1958 para a direção do CMN.
Foi sob sua direção que, em 1965, o CMN foi elevado à categoria de instituição de ensino superior, reconhecido pelo Governo Federal, sob o Decreto de nº. 55.913 de 12 de abril daquele ano. O convênio foi encerrado em 1975, mas o CMN continuou a oferecer seus cursos superiores até a década de 2010.
Mesmo dedicada à funções administrativas, Raymunda nunca abandonou sua veia artística. Nos anos 1960, por exemplo, integrou o Conjunto Instrumental do Departamento de Difusão Cultural, do Estado do Rio, ao lado das violinistas Raquel Cruff e Marita Vargas Rangel.
Raymunda Vianna Magalhães morreu em outubro de 1994 e no ano seguinte, sua irmã, a também pianista
Ruth Vianna, assumiu a direção do Conservatório de Música de Niterói.
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