Tombamento municipal em 27/12/1995
Processo 10/1742/94 - Lei n° 1.477
Rua da Conceição, 100 - Centro
O Palácio Arariboia é um edifício localizado no número 100 da Rua da Conceição, no Centro do município de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. É popularmente conhecido pelos niteroienses como "Prefeitura Velha'. A história desta edificação está diretamente relacionada à criação do cargo de prefeito, institucionalizado através do decreto do Presidente da Província Nilo Peçanha. Em 1904, Paulo Alves assume o cargo, tornando-se então o primeiro prefeito de Niterói.
Antecedentes
Com elevação dos povoados do lado leste da Baía da Guanabara à vila em 1819 por ato do rei dom João VI, a Câmara Municipal de Niterói foi instaurada onde hoje é o bairro de São Domingos. Porém, a sede da vila foi transferida para o arraial que daria origem ao atual bairro do Centro, passando por um plano urbanístico para arruamento e construção das praças ou "largos" para o pelourinho e para o rossio da igreja matriz (atual Jardim São João), onde em 1824 foi erguido também a Casa da Câmara e Cadeia.
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Largo do Capim, local onde foi construído o Palácio Araribóia (1909). Clique para ampliar |
Em meio à instabilidade política após a Proclamação da República, Niterói foi assolada em 1893 pela Revolta da Armada, que destruiu vários prédios na zona urbana e bairros litorâneos, e paralisou as atividades produtivas da cidade, causando a transferência da capital para Petrópolis. Com a estabilização da República, foi aprovada, em 1903, o retorno de Niterói à condição de capital do Estado do Rio de Janeiro, situação que provocou na cidade um período de intervenções urbanas, provendo-a de qualificada infraestrutura, procurando organizar uma vida urbana condizente com sua condição.
Neste cenário, várias edificações e intervenções urbanísticas foram sendo feitas simbolizando o status re-adquirido pela capital, como o Palácio para a Prefeitura e Câmara dos Vereadores, erguido à beira da Rua da Conceição, uma das mais importantes do Centro à época, e próximo do Praça do Rink (antigo Largo da Memória), em uma grande área conhecida como "Largo do Capim", antigo Pelourinho da cidade. A intervenção urbanística-arquitetônica acabou obrigando ao re-arruamento de várias quadras entre a Praça do Rink e o Palácio, construído ao centro do Largo, que passaria a ganhar o nome de Praça Floriano Peixoto.
A pedra fundamental do prédio foi lançada em 13 de maio de 1909 e a inauguração se deu a 14 de agosto de 1910, sem nenhuma solenidade. Entre a construção e a inauguração, deu-se o rompimento político de Pereira Ferraz com a Câmara Municipal, fazendo com que o poder executivo se instalasse sozinho no belo palacete, permanecendo o legislativo no velho prédio oitocentista do Jardim São João. O título de "Palácio Araribóia" foi dado em 1971, por meio de uma lei aprovada pelo vereador Sérgio Chacon de Assis.
Arquitetura
A "Prefeitura Velha" é uma edificação de inspiração eclética, sendo reformado em épocas distintas, inclusive com acréscimo de área. O prédio tem planta quadrangular, com composição simétrica, disposta em torno de um pátio interno, em dois pavimentos. A entrada principal é recuada, precedida de pequena escadaria, com porta central em arco pleno, de ferro fundido, encimada por torreão octogonal. Uma platibanda sóbria com ornatos vazados e um pequeno frontão triangular coroam a fachada principal. No projeto original, de 1908, havia uma pequena cúpula central com um relógio que foi substituída por um zimbório, na reforma de 1926.
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Vista aérea do Palácio Araribóia. Manoel Bastos, anos 50. Clique para ampliar |
Internamente, o Palácio Arariboia possui estrutura modular formada por delgadas colunas de ferro fundido que apoiam vigas metálicas no seu pavimento térreo. O edifício é circundado por um jardim com árvores frondosas, ornamentado com quatro bustos, de José Clemente Pereira (1919), Gonçalves Ledo (1972) e os de Fagundes Varela e Alberto de Oliveira, originalmente destinados ao Jardim Gragoatá e ao Campo de São Bento.
Internamente, a arquitetura do Palácio Araribóia notabiliza-se pela livre composição dos espaços internos, com estrutura modular formada por delgadas colunas de ferro fundido que apóiam vigas metálicas no seu pavimento térreo. O prédio que hoje abriga a secretaria municipal de fazenda.
Tendo em vista o seu valor histórico, a Prefeitura Municipal tombou-o, através da Lei nº 1.477, de 27 de dezembro de 1995.
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