Tombamento federal em 30/05/1938
Processo nº 101-T-38 e 164-T-30, inscrição nº 80 no Livro das Belas Artes, Vol.1, fl. 15 inscrição nº 3 no Livro Histórico, Vol.1, Fl.24 em 02/12/1940, Etnográfico e Paisagístico, fl. 2 e inscrição nº 143.

Ao largo da Praia da Boa Viagem - Boa Viagem

A Ilha da Boa Viagem, marco natural e histórico de Niterói, está situada na costa leste da Baía de Guanabara, ligando-se ao continente por uma ponte de concreto, reconstruída na década de 1970. Com uma área de 25.270 m2, o complexo arquitetônico é composto por uma capela originária do século XVII, um fortim e um casarão.

Presente em diversos registros iconográficos históricos, sendo o mais antigo no ano de 1618, a ilha assumiu um papel fundamental no controle do território brasileiro pela coroa portuguesa. A primeira edificação erguida foi uma pequena capela em honra a Nossa Senhora da Boa Viagem, construída por volta de 1650. Tendo passado por diversos incêndios e reformas, o edifício compreende nave única, estreita capela-mor, sacristia, corredores laterais, sanitário, consistório e uma torre sineira. A capela foi destruída durante a invasão francesa de 1711 e reconstruída em 1780, já seguindo um estilo neoclássico.

Registros históricos apontam o ano de 1702 como marco de início da construção do fortim, que com cinco ou seis peças de artilharia foi utilizada militarmente até o século XIX. O equipamento era uma bateria que servia, a princípio, de suporte para o Forte do Gragoatá, vizinho da ilha. Já o casarão, conhecido como Castelo, foi construído na década de 1940 e abrigou a sede dos Escoteiros do Mar.

Ao longo do tempo, o local virou centro de peregrinação de marinheiros, que agradeciam pelas viagens bem-sucedidas e pediam benção para os próximos trajetos. A adoração à Nossa Senhora da Boa Viagem motivou a realização de festas religiosas, que culminavam com procissões marítimas nas águas da Baía de Guanabara.




Restauro

Depois de muitos anos fechada, a Ilha da Boa Viagem reabriu, em 2023, para o público em geral. Parte do patrimônio arquitetônico histórico da cidade e símbolo afetivo dos niteroienses, o local passou por uma minuciosa obra de restauração e passou a funcionar como uma Ilha Museu. O investimento da Prefeitura de Niterói foi de R$ 5,5 milhões com intervenções que recuperaram tanto a capela quanto o fortim e o casarão.

O serviço de conservação e restauro incluiu adequação da instalação elétrica, colocação de ar-condicionado dentro da capela, nova iluminação e instalação de banheiros. Ao lado da igreja, foi recuperado um poço que se transformou em cisterna, dividida com água pluvial e potável para abastecer os diversos prédios.

Quando as obras começaram, o fortim estava em ruínas. Foi restaurado a partir do que havia de vestígios da construção e se transformou em um espaço de contemplação. Além da pintura, drenagem e instalação de câmeras, teve o emboço recuperado e o piso recomposto em terracota. O Castelo será a sede de um museu com uma sala de exposição e uma cafeteria.

"A ideia é levar eventos e exposições para esse espaço que é uma joia da nossa cidade. O projeto vai aproveitar o potencial turístico, preservar as riquezas naturais e realçar o valor histórico e cultural da Ilha da Boa Viagem", afirmou o prefeito Axel Grael.


Fotos recentes de Leo Zulluh









Publicado em 12/11/2013

Antigo Abrigo de Bondes Leia mais ...
Seminário São José (Palacete da Soledade)
Igreja Nossa Senhora do Bonsucesso
Portal da Cantareira
Forte do Gragoatá Leia mais ...
Irmandade de São Vicente de Paulo
Conservatório de Música de Niterói ENCERRADA
Recolhimento de Santa Teresa e Museu de Arqueologia de Itaipu Leia mais ...
Igreja São Lourenço dos Índios