Tombamento municipal em 06/05/1992
Processo n° 110/0029/91 - Lei n° 1066/92

Rua São Pedro, 96 - Centro

Tombado em maio de 1992 como patrimônio cultural de Niterói, o prédio do Conservatório de Música de Niterói (CMN) é, segundo a Lei n° 1.066/92 da Câmara Municipal de Niterói, "uma das mais significativas edificações residenciais do Jardim São João".

A edificação, conhecida como Vila Joaquina, foi residência do comerciante e cônsul honorário de Portugal, Francisco Rodrigues da Cruz, fundador da Associação Comercial de Niterói e do Banco Fluminense, em 1924. Uma das mais significativas edificações residenciais do entorno do Jardim São João, sua arquitetura é bastante representativa dos primeiros anos do século XX, na área urbana central da cidade.

Implantada em centro de terreno de esquina - rua São João com Maestro Felício Toledo, a edificação possui dois pavimentos sobre porão alto. Apresenta influência romântica inglesa, com seu telhado de ardósia, beiral de madeira sustentado por pequenas mãos francesas, e mansarda circular com óculo. Possui ainda uma varanda de quina, com degraus de mármore e guarda-corpo, coberta por uma estrutura metálica semicircular. O terreno é circundado por muro com gradil metálico com delicados desenhos.

Além das aulas e cursos de instrumentos, canto, teoria musical e musicalização infantil, com frequência, suas dependências abrigam recitais de canto e de música instrumental.

História

O Conservatório de Música de Niterói é um tradicional estabelecimento privado de ensino de artes localizado na cidade, que formou, entre outros, ilustres artistas como o Mestre Affonso Gonçalves, Wilferd Berk, o violoncelista Eugén Ranevesky e os pianistas Douglas Iuri, Sérgio Monteiro e Itajara Dias.

Em 1913, renomados músicos niteroienses, como Felício Toledo, José de Castro Botelho, Hernani Bastos, Alice Amarante e Felix Cordiglia Lavalle fundaram a Sociedade Symphonica Fluminense, cuja missão era a difusão da música de concerto, conhecida também de música clássica ou erudita.

Conectados por essa ideia, instrumentistas profissionais, professores de música, amantes das artes, jornalistas, intelectuais e homens públicos promoveram o início de um grande movimento musical: a criação de uma orquestra permanente na cidade, sediada no Theatro Municipal João Caetano - TMJC, a promoção de séries de concertos e recitais com artistas nacionais e estrangeiros.

Essa ebulição cultural revelou a necessidade de se criar uma escola de música, um espaço formal de ensino de excelência para os jovens talentos que, até então, precisavam deslocar-se para a cidade do Rio de Janeiro. Foi assim que, na Assembleia Geral da Sociedade Symphonica Fluminense de 25 de janeiro de 1914, realizada no TMJC, foi fundado a Escola de Música de Niterói.

De pouso incerto, mantendo-se com os parcos recursos provindos de alunos e associados, mas fortalecida pela confiança que lhe depositavam seus dirigentes. Provisoriamente, o Conservatório funcionou na Rua Visconde do Rio Branco, n° 65, na sede da Escola Técnica Fluminense.

Em 1919, a Escola tinha cerca de 170 alunos conseguiu o valioso concurso gratuito dos professores Felício Toledo, Hernani Bastos, José Botelho, Carlos Eckardt, Estephania Leal Barroso, Carmenia de Azevedo, Guiomar Pereira, Maria Costa Velho e Mercedes Barreiras.

Nove anos mais tarde, em 18 de fevereiro de 1923 (lei 1645/1919), a primitiva escola de música foi transformada em Conservatório de Música do Estado do Rio, sob a presidência do maestro Hernani Bastos. Em 1926, Bastos foi substituído pelo maestro Felício Toledo.

Em 1965, por ato do Presidente da República foi elevado à categoria de escola de nivel superior. No dia 22 de dezembro daquele ano, por meio de um convênio, o Conservatório de Música de Niterói ficou agregado à recém-criada Universidade Federal Fluminense.

Conheça mais sobre a história do Conservatório de Música de Niterói





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Publicado em 15/03/2013

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