Tombamento municipal em 25 de maio de 1994
Processo 10/0821/94 - Decreto n° 1.288/94
Rua Hernani Melo, 60 - São Domingos
O prédio em que, a partir de 1909, foi instalada a Loja Maçônica Acácia data, provavelmente, no final do século XIX. Possuía uma fachada híbrida com influências classicizantes. Contudo, após radicais reformas realizadas em março de 1968, o prédio adquiriu a aparência atual, destituída de valor arquitetônico.
A edificação, sobre porão alto, possui duas escadas laterais em curva. O frontão triangular foi mantido, embora com forma mais simplificada . É nele que se encontram dois elementos da simbologia maçônica: um esquadro, um compasso com a letra "G" ao centro - "G" de gnose - e uma águia. Em recente intervenção, elementos decorativos da concepção original foram reinseridos na fachada principal.
No interior do prédio, no pavimento térreo, fica o Salão Nobre, onde acontecem reuniões e festas. No piso superior fica o Museu Maçônico que guarda a história da loja, alguns elementos símbolos maçons, como o boi Ápis e o "olho que tudo vê", e uma pequena biblioteca.
História
Fundada em 7 de março de 1868, na Rua da Carioca, no Rio de Janeiro, a loja maçônica Acácia foi em dezembro do mesmo ano transferida para Niterói, onde residiam a maioria dos irmãos acacianos, ocupando o sobrado n° 82 da Rua da Conceição. Em 20 de fevereiro de 1869, alguns irmãos acacienses fundaram a loja Vigilância, adotando novos ritos em suas cerimônias.
Em 21 de outubro de 1869, outra loja foi fundada, a Alliança. As circunstâncias levaram, em 1881, os irmãos a fundar a Sociedade Anônima Acácia-Vigilância, com objetivo de adquirir nova sede. Em 1907, a Acácia e Vigilância foram eliminadas do Grande Oriente do Brasil por rebeldia. Nesse ano foi votada a nova Constituição para o GOB e algumas lojas (a carioca Cayru e as niteroienses Acácia, Evolução, Hiram, Vigilância e Liberdade, Igualdade e Fraternidade) decidiram opor-se a ele e fundaram o Novo Grande Oriente do Brasil. A Pedra de Itapuca foi escolhida para figurar no timbre da nova entidade, em substituição ao Monte Sião, tradicional e usado pelo GOB, desde 1838.
Em razão de divergências da sede comum, Acácia e Vigilância separaram-se, tendo a primeira se instalado na Rua Hernani Pires de Mello n° 60, onde, até hoje, funciona.
A loja maçônica Acácia logo se incorporou à vida cotidiana da cidade, vivendo intensamente os fatos e eventos políticos. O jornal O Fluminense foi fundado pelo jornalista acaciense Major da Guarda Nacional, Luiz Prudêncio Travassos. A loja destacou-se principalmente na causa da emancipação dos escravos.
Em 1994, a Prefeitura Municipal tombou o prédio, através da Lei n° 1.288 de 25 de maio.
Fotos recentes de Leo Zulluh