Uma das igrejas mais antigas da região, foi construída por volta de 1678 e concluída em 1717, pelo capitão
Luiz Alberto Gago de Câmara, em terras de sua propriedade, na antiga Fazenda de Piratininga. Entre os poucos documentos históricos existentes sobre o templo está um texto do padre Francisco Lopes Xavier, datado de 1726, que a descreve como "uma capela de taipa de pilão, de altar, sacristia, púlpito e pia batismal".
Situada a meio caminho entre Piratininga e Itaipu, a Igreja Nossa Senhora do Bonsucesso está implantada no alto de uma colina arborizada, outrora às margens da Lagoa de Piratininga. Trata-se de um exemplar da arquitetura religiosa rural da segunda metade do século XVII, com características das igrejas conventuais contemporâneas, numa mistura de arcaísmos maneiristas e prenúncios da barroquização.
Sua construção foi feita em sucessivos períodos, contendo, hoje, técnicas mistas de construção - taipa de pilão (outrora mencionada pelo Padre Xavier) e alvenaria de pedra e cal - apresentando, ainda, cercaduras de granito e telhas capa-e-canal. A Igreja, de planta compacta, possui nave única despojada precedida por uma galilé* de três arcos. No interior, pode-se observar um púlpito, com acesso pelo lado externo da nave, solução típica das capelas do entorno da Baía de Guanabara. Sua capela-mor, pouco profunda, liga-se lateralmente à sacristia.
A fachada principal é de composição pesada, com uma proporção de cheios maior que os vazios - tão característica da arquitetura seiscentista. É constituída pelos três arcos da galilé, encimados por duas pequenas janelas do coro. À direita da edificação vê-se a torre sineira única, coroada por três pesados coruchéus. O frontão demonstra o início do Barroco, com suas volutas e contra-volutas de aparência sóbria e contida.
Até 1855, o templo possuiu um cemitério em anexo onde foram sepultados vários proprietários das redondezas de Piratininga. Em 1891 a capela foi transferida pelo governo do Estado à Cúria Diocesana do Rio de Janeiro, passando a pertencer ao Bispado de Niterói a partir de sua criação, dois anos depois.
Por sua importância histórica e arquitetônica, a Prefeitura Municipal tombou a Igreja, situada à Rua José Eugenio 57, Piratininga, por meio da Lei n°.1078/92 (Processo n° 110/0030/91), em 12 de junho de 1992.
*Galeria que antecede o portal de uma igreja.
Fonte: "Niterói Patrimônio Cultural", editado pela FAN/Niterói Livros em 2000.
Fotos recentes de Leo Zulluh
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