Tombamento estadual em 27/08/1990
Processo INEPAC E-18/300.002/84

Tombamento municipal em 20/08/2001
Decreto n° 8.559/2001

Endereço
Rua Marechal Deodoro, 30 - Centro

A construção tem aspecto palaciano, sendo composta por dois corpos interligados por um terceiro recuado, construído após grande incêndio em 1910. Possui dois pavimentos simétricos, com características ecléticas.

Os corpos laterais apresentam, em cada pavimento, oito janelas separadas por uma ampla porta no térreo e, no pavimento superior, balcão com balaustrada. As vergas são em arco abatido e os cunhais com bossagem esterotômica. Os cunhais apresentavam originalmente rusticagem estereotômica, ou seja, com divisões moduladas como se fossem pedras, atualmente encobertas pelas espessas camadas de tinta que recobrem as paredes.

Modilhões sustentam a cornija da platibanda. O aspecto atual deve-se à reconstrução realizada na década de 1910, e durante décadas o edifício abrigou órgãos da administração pública estadual.

O Palacete mesmo tendo sofrido diversas alterações ao longo dos anos, continua sendo um prédio que enriquece a antiga rua do Imperador, numa das regiões mais importantes do centro da cidade.

Atualmente, em uma parte do terreno, na esquina com a Avenida Visconde do Rio Brando funciona um Restaurante Popular Municipal. Do lado oposto da edificação, na esquina com a rua Visconde do Uruguai, uma agência bancária que mantêm esta área do prédio preservada.

História

O prédio original foi construído, provavelmente, no início do século XIX, tendo pertencido ao negociante de escravos apelidado de "O Cheira". Compunha-se de um sobrado e uma construção térrea, entre as quais havia um grande espaço com oito portões, possivelmente destinado às cavalariças.

Quando D. Pedro I o adquiriu por 6.000$000 Rs., passou a ser denominado de "Palacete da Praia Grande". O Imperador e Dona Domitila de Castro, a Marquesa de Santos, passaram as festas de São João, em 1824, em suas dependências.

Após o falecimento de D. Pedro I (Duque de Bragança), em 1834, e com a elevação da vila à condição de cidade e capital da província, em 1835, o palácio, agora dito "de Niterói", foi alugado pelo governo provincial para nele instalar a Tesouraria e Guarda Policial bem como a Tesouraria Geral.

O aluguel era pago à Casa Imperial ou ao representante do espólio de Sua Majestade. Tendo ido a leilão em 1842 por discordância entre os herdeiros, o então Presidente da Província do Rio de Janeiro, Honório Carneiro Leão, futuro Marquês de Paraná, o arrematou por 23.228$666 Rs., tendo sido o primeiro imóvel incorporado ao patrimônio da província.

Arrematações: [...] e outra edita terrea na mesma cidade, denominada Palacete, tendo ao lado d'esta outra tambem terrea que faz parte da mesma, e juntamente a chacara que lhes pertence avaliadas em rs. 29:000$ -, cujas casas pertencem hoje aos herdeiros de S. M. I. o Sr. D. Pedro 1.º duque de Bragança. (Diário do Rio de Janeiro, 15/07/1842)

Tornou-se sede do governo estadual até 1892, quando o acontecimento da Revolta da Armada fez com que a capital do estado fosse transferida de Niterói para a cidade de Petrópolis, instalando-se no Palácio Rio Negro.

O segundo pavimento do prédio original não tem referência da data construção, pois orginalmente era térreo, mas possivelmente tal acréscimo foi datado em fins do século XlX.

Durante algum tempo, uma de suas dependências funcionou como abrigo para os bondes de tração animal, e foi nas cocheiras do abrigo que iniciou-se um grande incêndio que causou enormes danos aos prédios. Já no Período Republicano, por volta de 1910, o Presidente do Estado, Alfredo Backer, mandou reconstruir os edifícios, além de um terceiro, entre os dois, para abrigar os serviços públicos.

No entanto, fotografia aérea de Jorge kfury, tirada no final da década de 1910, mostra que o corpo de oito janelas, próximo à Avenida Rio Branco, tinha apenas um bloco, com três janelas.

O prédio foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural - Inepac - através do processo E-18/300.002/84, em 27 de agosto de 1990.





Foto de capa: Palácio da Praia Grande em 1934, acervo da Escola de Aviação Militar

Leia também: A compra do Palacete








Publicado em 12/11/2013

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