Um dos maiores pintores paisagistas do Brasil, Antônio Diogo da Silva Parreiras nasceu em São Domingos, Niterói, em 1860. Participou do Grupo Grimm - marco histórico do surgimento do paisagismo brasileiro no século XIX e precursor do primeiro movimento ecológico no Brasil. Antônio Parreiras foi merecedor de muitas medalhas. Trabalhou intensamente por 25 anos; seus temas preferidos eram ecologia, paisagismo, animais, nus e temas históricos. Faleceu em 12 de outubro de 1937.
Construída em 1893 para residência de Parreiras, com o projeto do arquiteto Ramos Azevedo, a casa possui um pavimento sobre porão habitável e faz testada com a rua, mantendo um afastamento lateral por onde se chega à entrada principal. Da entrada lateral, pode-se ver o parque arborizado de quatro mil metros quadrados, desenhado e plantado pelo pintor. A fachada principal, de composição simétrica, possui janelas retangulares, duas delas encimadas por sobrevergas de arco abatido e outras duas por arcos plenos; ainda encontramos ali um relevo com a efígie de Raphael Sanzio, pintor renascentista do século XVI.
Sua entrada lateral se faz através de um pórtico ornamentado por frontão em arco. De caráter romântico, o jardim apresenta elementos paisagísticos pitorescos, de influência inglesa, como uma ponte de cimento imitando galhos de madeira, pequena e bucólica, a qual liga a casa a um recanto onde o artista gostava de ficar. A partir daí, segue-se um caminho sinuoso, subindo por entre árvores até chegar ao atelier do pintor, projetado especialmente para esse fim, com pé direito duplo e janelas no alto para iluminação.
Em 1941, por ato do governo do Estado, a residência do artista foi transformada em museu, sendo o primeiro museu brasileiro dedicado a um único artista. A casa abriga, ainda, duas salas de exposições temporárias, tendo como tema a paisagem. O museu possui cerca de 300 obras do artista e mais de 500 obras que reúnem pintura brasileira dos séculos XIX e XX , pinturas e desenhos estrangeiros do século XVI ao XX.
Tombamento federal
Tendo em vista a relevância de Antônio Parreiras como um dos mais representativos pintores de seu período, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional tombou a propriedade, situada à Rua Tiradentes, 47, Ingá, incluindo a área arborizada, através do processo nº 728-T, inscrição nº 397, folha 64, do Livro Histórico , em 27 de abril de 1967.
1923: restauro e requalificação
A Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj) informa que as obras de restauro e requalificação do MAP foram divididas em duas etapas, das quais uma foi iniciada em 25 de julho de 2022, com o objetivo de viabilizar a sua reabertura parcial, a partir da residência na parte baixa do terreno e a construção de anexo e a parte dos jardins históricos em seu entorno.
Na segunda etapa, inicia-se o restauro dos prédios denominados 'Atelier' e 'Villa Olga' e as demais áreas de jardim, na parte alta. O espaço cultural, que ficou fechado por mais de uma década, ainda finaliza alguns trâmites burocráticos, junto ao INEPAC, para o restauro ser finalizado. A obra tem custo de R$ 2,5 milhões.
Fonte: "Niterói Patrimônio Cultural", editado pela FAN/Niterói Livros em 2000.