"Este Solar é um desafio a todos os brasileiros de hoje, pois não pertence ao Estado do Rio de Janeiro, e sim ao Brasil, sensível às belezas de seu passado, sob forma das casas-grandes maternalmente brasileiras." Gilberto Freire, 1984
A casa assobradada, edificada originalmente em pedra e cal, foi internamente dividida em diversos cômodos para abrigar uma numerosa família. Implantada em uma chácara no bairro do Ingá, é cercada por um muro com gradis de ferro fundido apoiados em pedra de cantaria. Os guarda-corpos das sacadas e os lambrequins que circundam as varandas, ambos em ferro fundido, refletem a influência da Revolução Industrial Inglesa, bastante presente no Brasil neste período. As guarnições dos vãos de portas e janelas também são de cantaria lavrada, material que se repete nas sacadas do sobrado ao longo das fachadas principais, contornando os cunhais.
O Solar do Jambeiro apresenta suas fachadas inteiramente revestidas por tapetes de azulejos portugueses, e seus beirais constituídos por telhões de louça pintados à mão, provenientes do Porto. Há um padrão de azulejaria que se repete em todas as grandes superfícies, e outros diferentes, que tornam as barras, guarnições, frisas e cunhais, com formatos e cromatismos distintos. Este é, reconhecidamente, um dos mais importantes conjuntos de azulejaria do século XIX que se encontram no Brasil.
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Na fachada principal do sobrado aparece a data 1872, em cartela desenhada também em azulejaria. As janelas em caixilharia de vidro de abrir e postigos internos apresentam bandeiras com desenhos de curvas caprichosas, com vidros nas cores verde e vermelho. Internamente, destacam-se os elementos decorativos; os tetos ornamentados em estuque de gesso; as bíforas trabalhadas em madeira com bandeiras rendilhadas; assim como as pias de louça emolduradas por paineis entalhados em madeira, presentes na sala de jantar.