O projeto Palco Niterói Discos, uma pareceria do Solar do Jambeiro com a Niterói Discos, inicia 2016 com o show "Encontro Imaginado", uma homenagem a Arnaldo Lazuli, cantor, instrumentista e escritor niteroiense falecido em 2009. O evento acontece na quarta-feira, 13 de abril de 2016, às 19h.
Seus amigos e parceiros, Carlos Poubel, José Henrique, Raimundo Luiz e Marcelo Né, prometem emocionar a plateia interpretando inesquecíveis canções do CD "Lugar Imaginado", lançado pla Niterói Discos em 2004, e parcerias, num evento que contará com várias canjas e a participação de familiares, cantando, tocando e recitando poemas de Lazuli. A entrada é franca.
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Com uma reconhecida carreira internacional, Arnaldo Pereira da Silva Filho começou a tocar violão e a compor aos 16 anos de idade. Premiado em concursos de música estudantil, nos anos 1970 apresentou-se na França e em Portugal, onde foi por um ano produtor artístico do Teatro Rivoli, na Cidade do Porto. Gravou em 1982 um disco compacto com duas músicas, "Foi Muito Sonho" e "Precisando Ter".
De volta ao Brasil, seguiu apresentando-se em bares e casas de show e sempre compondo. Mudou-se para a pequena vila de Visconde de Mauá, no município fluminense de Resende, onde descobriu outros talentos como a pintura e a poesia. Em 2004, lançou "Lugar Imaginado", pela Niterói Discos, só com composições próprias. Bem ao espírito agregador do artista, o disco contou com a participação de diversos músicos da cidade, como Arthur Maia, banda Bagabalô, Cassio Tucunduva, Claudio Infante, grupo Forróçacana, grupo Gás, Luciana Lazuli, Mariana Mel, Mazinho Ventura e Marcelo Né.
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Como escritor e poeta, publicou diversos livros que sempre vendia pelas ruas de mão em mão. "Para lembrar Mauá", "Bem vindo ao Paraíso", "A serra do vale em flor" e "O Sol que desperta o Amor na Terra", foram alguns dos títulos.
Natural do município fluminense de São Gonçalo, Arnaldo escolheu o nome artístico em homenagem à pedra lápis-lázuli. Sua extensa obra, com mais de 300 composições, caracteriza-se por uma delicadeza singela. Suas letras revelam seu amor pela natureza, pela humanidade e também pela cidade de Niterói. Arnaldo faleceu no ano de 2009.
Fotos de Marisa Porto e Cláudia Foureaux. Clique para ampliar.
Carlos Poubel (percussão), José Henrique (violão), Raimundo Luiz (violão, baixo e voz) e Marcelo Né (violão e voz) têm em comum uma longa trajetória na cena musical de Niterói, a amizade e a parceria com Arnaldo. Desde os tempos da Barca das Sete, passando pelo Duerê, nas rodas e fogueiras nas casas de amigos, o homenageado da noite sempre foi uma inspiração e um exemplo para os quatro. Para os que conviveram com Arnaldo, ele era uma sombra forte do poeta Gentileza, por suas idéias de amor, bondade e paz.
Só Flautava Essa. Clique para ampliar
Também parceiro e companheiro de palco, Júlio São Paio participará do show interpretando, com o o grupo Só Flautava Essa, duas de suas parcerias com Lazuli. Formado por Aline Peixoto (vocal, violão, baixo e clarinete), Marina Farias (vocal, flauta e saxofone), João Pedro Rodrigues (vocal, flauta e baixo) e o próprio Júlio (vocal e violão), o grupo caracteriza-se pelo tipo de arranjos e criação particular, na qual todos seus integrantes se revezam em instrumentos de cordas, sopro e vocais.
Com certeza será uma noite de muitas emoções e você não pode perder.
Depoimentos
- "Marilda, vamos cantar em Portugal?"
- "Como assim, Arnaldo?"
- "Tenho um trabalho na cidade do Porto, garantido por 3 meses; que tal?"
- "Mas Arnaldo, estou terminando a faculdade, ajudando a construir uma nova escola, namorando, meus pais nunca irão concordar e, pra piorar, sem grana..."
- "Você tranca matrícula, pede uma licença sem vencimento no seu trabalho, Daniel vem, também, vocês casam e a grana, a gente dá um jeito; são só 3 meses... Depois, tudo volta ao normal."
5 anos depois, eu estava voltando ao Brasil, com um filho de 3 anos, muitas lindas histórias na bagagem, me sentindo a pessoa mais realizada do mundo e, sem saber, pronta para abrir e manter, por 10 anos, a melhor casa de espetáculos que Niterói já teve. Daí pra frente, minha vida respira cultura. Arnaldo, amigo querido, viu como você invadiu minha vida, transformando-a, enriquecendo-a? Muito obrigada pelo seu generoso amor.
Marilda Ormy, diretora do Teatro Municipal João Caetano
Só Flautava Essa. Clique para ampliar
Durante alguns anos, na década de 80, Arnaldo foi o meu melhor amigo, confidente, irmão de todas as horas. Choramos muito no ombro um do outro! Muito do que sou hoje, vem dessa época, aprendi muito, cresci muito como pessoa ao lado dele. Lembro que um dia estávamos no Beer tomando um chopp, numa de nossas longas conversas, quando vimos uma cena belíssima, de um raio de sol cortando as nuvens e iluminando o Corcovado. Ali mesmo ele compôs cantarolando a linda canção "Somos Assim", que me emociona como se tivesse sido feita pra mim. Mas sem problemas, ele fez uma outra, essa sim, pra mim. Tão linda quanto, mas muito mais importante na nossa história! Uma de suas histórias geniais: início dos anos 80, ele resolveu usar brinco. O pai dele reagiu mal e disse que brinco era coisa de viado! Dias depois ele pegou um brinco da esposa do pai, daqueles de pressão, colocou na orelha do pai e com um espelho na mão pergunta: "E aí? Você virou viado?" (essa tinha que ser contada ao vivo!)
Marisa Porto, co-produtora do evento
Conheci Arnaldo por intermédio de outro grande amigo, Raimundo Luiz, em 1980. Em 1982, Arnaldo cantou duas de suas músicas no meu show no Sesc, quando passamos a nos aproximar. Fomos vizinhos durante muitos anos em Icaraí, onde tive a oportunidade e a felicidade de participar, junto com Arnaldo, de vários dos seus processos criativos. Gravamos e lançamos na mesma época nossos vinis "compactos" no selo Gente Nossa. Quando mudou-se para Santa Rosa, continuamos nossos encontros e trocas de canções, sempre ligados às nossas paixões e musas. Compusemos juntos apenas uma canção, "Paisagem do meu som", no meu apartamento na rua Barros. Uma das minhas melodias mais bonitas e uma letra que foi saindo assim como água de sua boca, enquanto meus dedos viajavam no violão. A letra, anos depois, quando fui visitá-lo em Visconde de Mauá, ele me confidenciou ter feito pra mim e pra nós dois. Esse encontro é para celebrar a vida. Viva Arnaldo Lazulli.
José Henrique, músico
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Serviço
"Encontro Imaginado, tributo a Arnaldo Lazuli", música
Palco Niterói Discos
Data: Quarta-feira, 13 de abril de 2016
Horário: 19h
Entrada gratuita
Classificação etária: livre
Local: Solar do Jambeiro
Endereço: Rua Presidente Domiciano, 195 – Boa Viagem
Telefone: (21) 2109-2222 | (21) 2109-2223
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